Virgindade Leiloada romance Capítulo 49

Murilo

A minha casa de praia no Guarujá, estava localizada no balneário da praia do Pernambuco, e era um lugar que eu tinha um grande carinho, por todos os momentos que já tinha vivido naquela casa, ao lado da minha família, nos últimos anos.

Mas a Bruna também fez parte de alguns desses momentos e estava se sentindo praticamente a dona do lugar, se aproveitando do fato de conhecer todos os funcionários e de eles também a conhecerem, para distribuir ordens e mais ordens.

E quando eu cheguei, acompanhado da Virgínia e da Mariana, eu percebi que ela pretendia tratar a minha mulher como alguém que não era bem-vinda na minha casa, quando a única pessoa que não deveria estar ali era ela.

— Que bom que você chegou, Murilo. — Bruna me recepcionou, fazendo questão de ignorar as duas mulheres ao meu lado. — Eu já orientei a equipe de buffet sobre o almoço e agora estou organizando a distribuição dos quartos. 

Eu teria dito que aquilo já havia sido feito por mim, através de conversa direta com a organizadora do buffet e sobre os quartos, me questionei onde estaria a minha secretária, a qual havia ficado incubida dessa parte, mas para evitar que a Virgínia percebesse o que estava acontecendo, achei melhor apenas acenar em concordância.

Segurei na mão da Virgínia, que parecia não estar nada bem desde que descemos do helicóptero e pretendia seguir direto para a minha suíte, na ala reservada apenas às pessoas da família e aos convidados mais próximos a nós, como era o caso da Mariana, que estava nos acompanhando também.

— Onde você vai? — A Bruna perguntou com irritação.

Imaginei que a sua raiva era devido ao fato de eu não ter lhe dispensado nem mesmo uma única palavra e já estava caminhando em direção à escada e ao sentir que a Virgínia tinha parado de andar, temi que ela fosse revidar as palavras da Bruna e a encarei com um pedido silencioso em meu olhar.

E eu sabia que aquilo seria apenas a ponta do iceberg, pois ainda tinha todo um final de semana pela frente, algo que para qualquer um poderia ser considerado como algo realmente fantástico, mas que para mim só causava desgaste.

— Eu não vou aceitar que aquela cobra fique se achando a dona desta casa, Murilo. 

Aquela foi a primeira coisa que a Virgínia disse, assim que chegamos a minha suíte na casa, que para o meu conforto, ficava localizada em uma ala bem afastada dos cômodos de uso comum e isso nos possibilitaria ao menos um pouco de privacidade, enquanto estivéssemos lá.

— Eu só não falei nada porque estou muito enjoada, depois da viagem de helicóptero até aqui.

Eu realmente tinha percebido que a Virgínia não deveria estar bem, para não revidar a atitude da Bruna, de sair distribuindo as acomodações, ao

— Mas eu vou tomar banho e descansar apenas alguns minutos e nós vamos voltar para a sala e recepcionar todos os colaboradores. — Ela disse, seu dedo em riste.

— Vamos, eu te ajudo. — Eu me ofereci, esperando que ela esquecesse a Bruna, pelo menos por enquanto.

Eu não estava errado ao acreditar que as atitudes da Bruna quando chegamos era apenas o começo de tudo, mas jamais teria imaginado que talvez ela não fosse ser o meu maior problema.

Algo que coloquei em cheque com a chegada do Aquiles e a sua namorada.

— Não posso acreditar que você trouxe a Lavínia com você, Aquiles! — Eu falei, assim que nos vimos a sós na enorme biblioteca existente na casa.

— Ela é minha namorada. Como você pode ter achado que eu não a traria comigo? — Aquiles apontou, fazendo um gesto amplo com as mãos. 

— Ela não deveria estar gravando alguma novela ou filme?

— Ela conseguiu organizar a agenda para estar livre hoje e amanhã.

Eu realmente estava em um momento complicado da minha vida e me questionei por que eu não segui os meus instintos e desistir dessa viagem logo de uma vez?

— Que coisa maravilhosa. — Eu falei com evidente cinismo. 

— Eu não estou gostando da forma como você está se referindo a minha namorada, Murilo. — O babaca do meu primo teve a audácia de me repreender.

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