Virgindade Leiloada romance Capítulo 65

Virgínia

Murilo não estava brincando quando disse que iria agilizar os preparativos para o nosso casamento e, em menos de três meses, nós estávamos prontos para subir ao altar, diante de todos os nossos familiares e amigos, assim como alguns associados das empresas do Grupo Fernandes.

As minhas madrinhas seriam a Mariana, Lavínia e a Ártemis, enquanto que para padrinhos padrinhos do Murilo, ele convidou o Aquiles, o seu mais recente amigo Joshua, que era irmão da Beatriz, sua namorada da faculdade e, pasmem, Ethan Constantino.

Eles tinham conseguido se entender, após muitas discussões e problemas, e enfim estávamos todos em paz.

Eu e a Lavínia também estávamos nos entendendo muito bem agora, e ela me ajudou bastante na organização do casamento também, assim como a Mariana e a Ártemis.

Mesmo que a questão do verdadeiro pai do seu filho pudesse ter sido um empecilho para a nossa boa convivência, nós estávamos conseguindo conciliar isso de uma maneira bastante madura e sem maiores problemas.

Ainda assim, ela tinha insistido em fazer logo o exame de DNA logo que completou dez semanas de gravidez, período em que foi possível realizar o teste de modo não-invasivo, a partir da coleta de exame de sangue dela e sem maiores sofrimentos.

Apesar da demora para receber o resultado, em comparação com os testes de DNA que são feitos após o nascimento do bebê, ele era tão preciso quanto qualquer outro e não seria necessário esperar tanto.

Para alívio de todos os envolvidos, o bebê que a Lavínia estava esperando era realmente do Aquiles e isso trouxe a tão esperada harmonia de uma vez por todas a nossa família.

Apesar de estarmos todos dispostos a tentar conciliar a situação, mesmo que o filho fosse do Murilo, sempre iria existir algum conflito e não seria o ideal, no final das contas, alguém iria acabar sofrendo.

Eu agora estava com trinta semanas de gestação e mesmo querendo esperar o nascimento do bebê, para que nós pudéssemos nos casar, o Murilo fez tanta questão para que isso acontecesse o mais rápido possível, que eu não consegui resistir a sua empolgação e aceitei fazer aquilo acontecer.

Agora eu tinha acabado de chegar em frente à igreja onde iria acontecer a nossa cerimônia de casamento, e a ansiedade estava tão grande, que estava até mesmo me causando reações estranhas.

Eu estava sentindo dores, que acreditei serem muito semelhantes as contrações que eu tinha sido ensinada a reconhecer, durante um curso para pais de primeira viagem que o Murilo fez questão que nós dois fizéssemos.

— Tudo bem com você, filha? — a minha mãe perguntou.

Estávamos dentro do carro com motorista, e os meus pais estavam junto comigo, enquanto todos os demais já estavam dentro da igreja, aguardando apenas o sinal da organizadora de casamentos para que nós entrássemos.

— Eu não sei, mamãe. — confessei.

— Está pensando em desistir do casamento, Virgínia? — foi a vez do meu pai questionar. — Saiba que eu apoiarei qualquer que seja a sua decisão nesse momento.

Eu sorri diante das palavras do meu pai e admirei a forma como ele estava sempre ao meu lado agora, independente se considerava certo ou errada a minha atitude, como naquele momento.

— Não, pai. — neguei rapidamente e com convicção. — Jamais passou por minha cabeça tal coisa.

— Então, por que parece tão nervosa? — insistiu.

Eu estava prestes a dizer que não era nada demais, pois jamais diria que estava sentindo algo similar a contrações, pois todos iriam achar que eu estava surtando, afinal, eu estava apenas com trinta semanas, mas nesse mesmo instante, senti algo molhado descer por minhas pernas e fiquei imediatamente horrorizada.

— Acho que o bebê vai nascer! — gritei, sentindo uma dor horrível me devastar.

Eu não estava enganada e o motorista ligou o carro novamente, parecendo atordoado.

— Devemos ir para o hospital, senhora? — ele perguntou, prestativo.

— Sim, agora. — falei, quando a dor pareceu evaporar. — Avise a todos papai. Mamãe, a senhora vai comigo.

O motorista esperou apenas o tempo do meu pai descer do carro e partiu para o hospital que eu consegui indicar, e agradeci aos céus por ser um sábado à tarde e o trânsito não está tão pesado em São Paulo.

Apesar disso, o motorista dirigiu de modo bastante consciente, sem afobação e em menos de vinte minutos, já estávamos parando em frente ao hospital que eu indiquei e onde estava programado o nascimento do meu filho, daqui há dois meses ainda.

— Como assim, o nosso filho já vai nascer, amor? — Murilo perguntou, abrindo a porta do carro e me colocando em seu colo.

Incrivelmente, o Murilo conseguiu chegar ao hospital antes de mim e caminhou apressadamente até o ponto onde tinha uma cadeira de rodas, justamente para esse tipo de situação.

— Não sei. — eu realmente não sabia.

Depois disso, tudo aconteceu tão rápido que eu nem saberia como contar a alguém, caso fosse necessário.

A nossa filha nasceu realmente naquela tarde, prematura e precisou ficar primeiramente na unidade de neonatal, depois foi para a Unidade de Terapia Intensiva por quase um mês inteiro, pois seu tamanho e peso já eram bons quando ela nasceu e seu sistema respiratório se desenvolveu rapidamente após o nascimento e os cuidados recebidos.

O Murilo e eu praticamente acampamos no hospital, pois não queríamos ficar longe da nossa filhinha e quando ela foi liberada para ir para casa, com todo o suporte e cuidados necessários, foi o segundo dia mais feliz das nossas vidas.

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