Acordei casada romance Capítulo 13

— Bia, você o conhece?

— Amiga, já te falei que mais tarde conversamos.

— Ok, estarei lá te esperando. Quero saber o que você sabe sobre ele — falei saindo do quarto, me despedi de sua mãe e fui embora com a cabeça a mil. Será que a Bia sabia algo importante sobre o Fred? Ansiosa como sou, não perderia esse café por nada.

Passei no escritório para receber e assinar a minha demissão e ainda me fizeram passar por um médico que estava ali me esperando.

Depois fui ao banco depositar o dinheiro que recebi. Trabalhei lá desde os meus dezoito anos, então era uma quantia boa, mas não o suficiente para me tirar da encrenca que me meti.

E agora havia mais essa da Bia saber de algo que eu não sabia sobre o Fred, e ainda não quis me falar em sua casa. Uma pulga atrás da minha orelha não parava de perguntar o porquê disso?

Saí do banco e fui para o meu carro, ainda dava tempo de passar no escritório do meu amigo Luca, ele era advogado recém-formado, mas talvez, pudesse me ajudar a sair dessa encrenca. E foi o que fiz, fui para o escritório dele.

— Oi, Manu, tudo bem? — Manu era uma amiga nossa que Luca contratou como sua secretária, na verdade, ela era a ex do Léo, que não via desde a festa.

— Tudo sim, Sophia, veio conversar comigo sobre o Léo? Ah, Sophia eu o amo, só que não dá mais, sabe?

— Eu entendo você, Manu, porém, o Léo te ama também do jeito dele, mas te ama. Enfim, na verdade, eu vim mesmo conversar com Luca, ele está?

— Ele te falou isso?

— Não, apenas dá para ver o quanto ele está sofrendo.

— Não sei não, Sophia. Bom, deixa isso para outra hora também, não quero te alongar. O Luca está sim. — Ela apertou a secretaria eletrônica avisando o Luca que eu estava ali e não falou mais nada sobre seu ex.

— Sophia, ele pediu para você entrar.

— Manu, eu ouvi, esqueceu que estava na viva voz?

— Verdade, me desculpa, falar do Léo me deixa assim meio boba.

— Então não acha que deveria dar uma chance para ele? — perguntei, abrindo a porta do escritório e fui entrando. Luca veio até mim e me deu três beijinhos no rosto.

— Oi, Luca, tudo bem? — falei cumprimentando-o.

— Oi, Sophia, estou bem e você? Já faz um tempinho que não a vejo, o que houve?

— Estou bem, só não estou saindo como antes. Você sabe, sinto falta do Diego.

— Eu entendo, você tem que esquecê-lo, sabe muito bem que se ele gostasse mesmo de você, teria dado um jeitinho para essa relação dar certo, mesmo à distância. Amor não vê distância. Nunca botei fé nele, você sabe muito bem, não é?

— Sei sim, você nunca escondeu isso de nenhum de nós. Porém, não vim para falar sobre meu ex.

— Imaginei que não. Então me conta o que te traz aqui?

— Luca, eu entrei em uma roubada e vim ver com você se tem alguma maneira de eu sair dessa.

— Como você que é sempre certinha, foi entrar em uma roubada? E que tipo de encrenca se meteu? — questionou ele bastante curioso, já que nunca fui de arrumar uma encrenca.

— Nossa, acho que você vai cair sentado quando souber! Então melhor nos sentarmos logo. — Ele sentou-se à sua mesa e eu em sua frente, porém a curiosidade estava estampada em seu rosto. Fiquei até um pouco sem graça.

— Vai, não enrola, me conta logo, agora eu fiquei bastante curioso. — E então eu contei tudo a ele, que me olhava completamente confuso com o que eu falava. Sua reação estava nítida em seu rosto. De tudo o que poderia ter falado, acho que nunca passou isso na sua cabeça.

— Sophia, eu não estou acreditando no que me contou! Como alguém teve a capacidade de se aproveitar de uma mulher bêbeda só para fazer esse tipo de coisa, ainda mais por dinheiro? Que tipo de homem faria isso? Em minha opinião, deve ser um rapaz mal-amado e totalmente sem escrúpulos. Esse cara é ridículo! Chega a dar raiva desse tipo de gente. Mas me diz uma coisa, alguém estava com você para provar que não estava em sã consciência para assinar a certidão de casamento?

— Não, eu estava sozinha e, pelo que ele me contou, depois de ter colocado a aliança em meu dedo, disse que gostei tanto que o beijei na frente de todos que estavam ali.

— Ah meu Deus, assim fica difícil provar que não queria assinar e que estava bêbeda. Você trouxe o documento que assinou?

— Sim, só o contrato. Aqui está — falei tirando da bolsa e entreguei para o Luca, que leu tudo atentamente e releu várias vezes.

— Esse contrato é válido, visto que foi reconhecido firma no cartório e assinado pelos dois. Não há nada o que eu possa fazer nesse caso, apenas tentar negociar o valor da multa, e mesmo que eu consiga, ainda assim terá que pagar o valor negociado que, talvez, não faça muita diferença no valor da multa que está no contrato. Então nem vale a pena tentar negociar. Entretanto, vou dizer uma coisa: não conheço esse rapaz, mas já ouvi falar da família Mayer, e eles são pessoas muito importantes, acho que não vale a pena brigar com esse tipo de gente. Um ano passa rápido e pelo que vi vai sair ganhando dez por cento da rede da empresa dele e se é uma rede, não é pouco dinheiro não.

— Luca, eu não quero esses dez por cento, não quero nada que venha dele.

— Então, minha amiga, venda esses dez por cento para alguém que esteja interessado e se divorcie dele depois de um ano juntos.

— Sério que não tem como eu sair disso?

— Sophia, eu sinto muito, mas pelo que entendi, ele não te obrigou e você ainda demonstrou que estava feliz. E diante de tudo isso, não posso fazer nada, dado que não há provas que prove o contrário.

— Fazer o quê, então, né? O jeito é rezar para que esse um ano passe voando e depois vejo o que faço com os dez por cento e me divorcio.

— É isso aí, Sophia, você é uma garota forte, vai saber lidar com isso. Disso não tenho dúvidas.

— Espero que sim, obrigada, Luca pela ajuda, vou indo. Vamos combinar alguma coisa para final de semana, eu, você, Bia e Léo.

— Também tô dentro — confirmou Manu, entrando na sala e ouvindo nossa conversa.

— Você também, Manu, pode deixar, eu te ligo.

— Vamos sim, Sophia, vou adorar e não precisa agradecer, você sabe que pode contar comigo sempre — disse Luca me beijando na bochecha, então me despedi de Manu também e saí.

Eu não queria voltar para casar e ter que passar raiva, o que de fato aconteceria no momento em que eu encontrasse aquele folgado e descobrisse que ele nem sequer havia procurado emprego. Eu iria surtar! No entanto, eu já estava com fome, até porque já era hora do almoço, então resolvi passar em um restaurante que tinha no centro, que ficava próximo ao escritório do Luca. Fui para o Paladar Restaurante, o buffet era maravilhoso, já comi algumas vezes lá e o ambiente era amplo e climatizado.

Não sou de comer muito, então apenas me servi de uma comida simples e caseira; o tradicional arroz com feijão e filé de frango ao molho de milho e uma saladinha completa, e para finalizar; de sobremesa um delicioso mousse de morango com iogurte.

Depois de almoçar, resolvi comprar algumas coisas para casa e pedi que entregassem no meu endereço. Também comprei uma roupa nova para entrevista que teria amanhã no hospital, pois não tinha nada adequando para uma entrevista daquele nível.

Quando olhei a hora no celular percebi que ela passou mais rápido do que havia imaginado. Nesse momento a Bia já deveria estar me esperando no local combinado. Peguei meu carro e fui para lá. Como havia imaginado, lá estava minha amiga me esperando com a cara mais impaciente do mundo.

— Nossa, Sophia, onde você estava? Está quinze minutos atrasada! — Bia questionou me olhando enquanto eu me aproximava.

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