Acordei casada romance Capítulo 14

Cheguei ao apartamento da Sophia, depois de passar algumas horas agradáveis com meus amigos. Fui para o quarto dela para pegar minhas coisas, já que eu ainda não as tinha tirado do seu quarto. Notei que ela ainda não estava no apartamento, então me aproximando da porta, virei a maçaneta para abri-la, mas estava trancada. Isso queria dizer que Sophia estava em seu quarto, só podia!

— SOPHIA, EU PRECISO ENTRAR PARA PEGAR MINHAS COISAS, ABRE A PORTA — gritei batendo na porta, mas ninguém respondeu. — Abre, Sophia, por favor — pedi novamente e de repente a porta se abriu.

— Você quer suas coisas, Fred? — perguntou ela me olhando meio irritada e estava linda vestindo apenas uma camiseta de manga comprida, não era nem vermelha e nem laranja, era uma cor diferente, e que a deixava mais linda ainda, na frente estava escrito "All You Need Is Me”. Não fazia ideia do que significava! — Então vai querer suas coisas? — perguntou ela novamente, me fazendo parar de observá-la.

— Sim, quero.

— Fique à vontade, pode entrar e pegar suas coisas... — Não entendi a ironia com que falou ao dizer para eu pegar minhas coisas. Mesmo assim, passei por ela assim que saiu da minha frente deixando-me entrar, entretanto, notei que minhas coisas não estavam mais ali.

— Cadê minhas coisas? — perguntei a ela que me olhava, e saindo do quarto falou:

— Está onde você deveria ter colocado, no quarto de hóspedes.

Então fui até o quarto de hóspedes, que era do lado do quarto dela e tentei abrir a porta, que por sinal, estava trancada. Sophia estava de brincadeira comigo?! Não estava entendendo porque ela havia trancado a porta? Saí pelo apartamento gritando por ela.

— SOPHIA!

— Estou aqui, Fred, na cozinha! — Fui até ela que estava sentada à mesa tomando um copo de suco.

— Sophia, a porta está trancada, preciso das minhas coisas, quero tomar um banho!

— Ah, você quer?

— Nossa, Sophia, que bicho te mordeu, por que está sendo tão irônica?

— Porque não deixei a cozinha assim quando eu saí hoje cedo e sei que lembra muito bem quais são as regras daqui — explicou se levantando da mesa.

— Mas...

— Não tem “mas”, Fred, depois que você limpar toda essa bagunça que fez na cozinha, darei a chave da porta do quarto onde estão suas coisas, só espero que não demore, pois posso acabar dormindo — comunicou ela indo para seu quarto, mas eu fui atrás.

— Não sei como fazer isso, Sophia, por favor, me dá a chave — implorei indo atrás dela.

— Não sabe? Aprende! — disse ela trancando a porta na minha cara. Teimosa como era, ela não me entregaria a chave enquanto não arrumasse a bagunça que eu fiz. Porém, confesso que não sabia o que fazer.

Fui para a cozinha sem ter noção do que eu iria fazer. Lembrei-me da governanta da minha mãe que tirava tudo da mesa e levava para pia e o que era de comer colocava na geladeira.

Coloquei na geladeira; o pão integral que tinha deixado na mesa, o peito de peru, a garrafa de suco e de café que deixei também. Depois peguei a minha xícara de café, junto com o pratinho que comi meu lanche e todos os copos que usei, coloquei na pia para lavar. Meu Deus! Eu não percebi o tanto de copo que usei para beber água.

Feito um louco comecei a procurar pela bucha e o sabão para lavar a louça, mas só encontrei a bucha. Com o que a Sophia lavava a louça? Será que já tinha sabão na bucha? Vai ver era uma bucha especial.

Tentei lavar o prato só com a bucha, porém não fazia espuma, então não era especial, precisava mesmo do sabão. Mas onde Sophia havia enfiado a droga desse sabão? Então fui à um armário que vi na lavanderia, abrindo o armário notei que tinha de tudo para limpeza. Mas onde estava o bendito sabão de lavar os pratos?

Continuei à procura, até que encontrei sabão de coco líquido. Bom, não era bem um sabão comum, já que dizia no rótulo que era para lavar roupa, mas usei mesmo assim e deu certo.

Constatei a partir daquele momento que, de fato, eu era um desastre total em lavar louça, visto que o sabão deixou a louça tão escorregadia que quebrei três copos e uma xícara. Já estava até imaginando Sophia falando na minha cabeça.

Depois de tudo lavado, procurei um pano para secar, mas só achei uma toalha de mesa em uma das gavetas do armário. Parecia que Sophia escondia tudo ou fez isso de propósito mesmo! Então tive que secar com a toalha. Só que a toalha era tão grossa e pesada que nem enxugava direito. A louça parecia úmida. Fora que caiu tanta água da louça no chão que escorreguei três vezes, a sorte que a cozinha era pequena, eu tinha acesso fácil para me segurar; nos armários, pia e o fogão.

Que dificuldade em achar o lugar certo para guardar essas coisas. Bom, já que não achei, fui guardando em qualquer lugar. Aí adivinha? Mais um copo que quebrei, pois coloquei em cima de uma bacia que tombou fazendo o copo cair.

Depois de tudo guardado, tirei a toalha da mesa e dobrei do meu jeito mesmo e soquei na gaveta que a encontrei. Fiz a mesma coisa com a toalha que sequei a louça, dobrei e guardei onde peguei.

Também recolhi os cacos quebrados e joguei no lixinho que estava sobre a pia.

Depois procurei por uma vassoura para tirar o vidro do chão, mas não achei, então me agachei para pegar com a mão. Foi quando ouvi um barulho, porém, estava tão distraído que nem me incomodei com o que ouvi.

— Já imaginava que você iria me dar prejuízo! — Levei um susto tão grande ali no chão quando ouvi a voz da Sophia, que escorreguei e cai apoiando as mãos nos cacos de vidros, que na hora me machucaram.

— Você está sagrando, me desculpe se eu te assustei — falou Sophia se abaixando e me ajudando a levantar toda preocupada. Ela pegou minha mão, fazendo meu corpo estremecer e se arrepiar. Por que disso agora? Sophia não era para mim e nunca seria, apenas sentia desejo por ela, pois que homem não sentiria, sendo tão linda como era?

— Vem, me deixa ver se entrou vidro, vamos lavar sua mão primeiro com sabão — disse puxando minha mão para de baixo da torneira da pia.

— Pode deixar, Sophia, eu sei me cuidar, não foi nada é só um cortezinho.

— Mas pode infeccionar se não cuidar direito. Cadê o sabão? — Sophia perguntou, colocando minha mão embaixo d’água.

— Também não sei, não achei.

— Mas com que lavou a louça?

— Com um sabão liquido de coco, que encontrei no armário da lavanderia. — Quando terminei de falar, ela caiu na risada e me olhando falou:

— Você se esforçou mesmo para conseguir a chave, tô vendo que você tem atitude. O detergente fica no armário de baixo do tanque — informou me deixando ali e foi até a lavanderia, voltando em seguida com o detergente nas mãos, eu ainda estava ali com a mão embaixo d'água.

— Me deixa ver se tem alguma lasquinha de vidro em sua mão — pediu Sophia e pegou minha mão, jogando um pouco de detergente a lavou, passando os dedos bem onde eu tinha machucado. Senti um pouquinho de dor, mas não falei nada, estava gostando de ser cuidado por ela. Na verdade, até me surpreendi com sua atitude, já que sempre me olhava com ódio nos olhos, e nesse momento não tinha ódio no seu olhar. Ela realmente estava preocupada e acho que, pela atitude dela, se sentia um pouquinho culpada pelo meu ferimento que, mesmo não sendo grave, sangrava e doía.

— Parece que não tem nenhuma pontinha, você está sentindo alguma coisa, como se estivesse um pedacinho de vidro dentro?

— Não sinto nada, apenas está ardendo, acho que só me cortei, não foi nada de mais, mas obrigado por se preocupar.

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