Acordei casada romance Capítulo 15

Apesar de Fred ser um desastre total na cozinha, a noite foi agradável. Pela primeira vez, porém de um jeito desastroso, Fred mostrou que tinha atitude quando queria. Só o convidei para comer pizza e assistir ao filme porque senti pena dele, sei lá, apesar desse jeito sempre alegre, divertido e muito convencido, me parecia ser um rapaz muito solitário.

Só não me lembrava de como acabei pegando no sono e acordei em cima dele, fiquei um pouco constrangida com a situação em que me encontrei. Esse pequeno incidente havia feito algo acender dentro de mim, meu corpo formigou e minhas mãos começaram a suar de uma forma estranha. Era como se estivesse sentindo falta do calor do corpo dele, a partir do momento em que me levantei.

No entanto, ao encontrar meu celular, o motivo pelo qual eu tinha acordado, senti vontade de sair correndo para meu quarto. Não só pelo constrangimento da situação no sofá, mas principalmente por verificar de quem era a ligação pedida no meu celular, pois mais uma vez era meu ex me ligando.

Dei um beijo apressado em seu rosto, NEM SEI PORQUE FIZ ISSO, mas já que havia feito não tinha como voltar atrás, falei boa noite, e sem esperar uma resposta, fui o mais rápido que pude para meu quarto.

Assim que entrei no aconchego no meu quarto, fiquei olhando para o visor do celular, imaginando o motivo de Diego estar me ligando e mais uma vez não consegui atender. A vontade que eu tinha era de retornar à ligação para ver o que ele queria comigo. Mas, pensando bem, se havia sido ele quem largou de mim, não ligaria para ele, se queria tanto falar comigo que me ligasse novamente.

Entrei no banheiro, troquei de roupa e depois de escovar meus dentes, me deitei. Em minha mente, um turbilhão de pensamentos me impedia de pegar no sono. Pensando sobre a filha de Fred, Beka, que ainda não sabia da sua existência e não fazia ideia de qual seria sua reação quando descobrisse. Também tinha dúvidas sobre interferir neste assunto quando pedi para Bia que trouxesse a menina para Porto Alegre. E por fim, o que mais me intrigava e angustiava eram as ligações do Diego. Será que ele sentia minha falta? Com este último pensamento em mente, não me lembro do momento em que adormeci.

Acordei com um barulho vindo da cozinha, e pelo som estrondoso sem dúvidas era o desastroso do Fred quebrando mais alguma coisa ou destruindo minha cozinha de vez.

Levantei me espreguiçando e esfregando os olhos de sono pela noite mal dormida, fui até o banheiro olhando em meu celular para ver a hora. Nunca acordei tão tarde! Já eram nove e meia da manhã, às três horas da tarde tinha uma entrevista e não podia me atrasar.

Vesti uma roupa confortável, um vestido branco que costumava usar em casa, apesar de ser um pouco curto. Queria me sentir à vontade, não me incomodaria com a presença do Fred. Fiz um rabo de cavalo, coloquei meus óculos, um chinelinho rosa no pé e fui para cozinha ver o estrago que Fred havia feito.

Chegando à cozinha, me assustei com o que vi. A mesa estava pronta para o café da manhã, com xícaras e pires, garrafa de café, pães de alguns tipos, como de milho, integral e caseiro, geleia de morango e umas torradas que estavam um pouco queimadas, ricota e manteiga. Onde ele havia arrumado essas coisas?

— Bom dia, Sophia! — disse Fred vindo da lavanderia, fazendo minha atenção se voltar para ele. Já que eu estava parada com a boca aberta admirada com a atitude dele.

— Bom dia, Fred.

— Desculpe, Sophia, tentei preparar o café, fui até a padaria que tem aqui perto e comprei umas coisas, mas é como disse ontem, sou um desastre na cozinha, quebrei um prato seu, pois eu queria algo para colocar os pães.

— Estou vendo que vou precisar te dar umas aulas, senão vou acabar ficando sem louça. — Fred deu um sorriso meio sem graça e me olhando falou:

— Seria bom, viu?! Vamos sentar e tomar café, nunca fiz café na minha vida, espero que eu tenha acertado — explicou Fred todo atencioso puxando a cadeira para eu sentar. Nunca o vi tão gentil assim sem motivos. Eu me sentei um pouco desconfiada, em seguida ele se sentou do outro lado da mesa, ficando de frente para mim.

Então, primeiro me serviu café e depois se serviu, quando levei a xícara a boca e provei seu café, quase cuspi longe, estava tão forte e tão cheio de pó que quase engasguei. Ele provando falou:

— Meu Deus, Sophia! Estou vendo que também terá que me ensinar fazer o café, está horrível.

— E como está! — afirmei levantando da mesa indo em direção a pia.

— O que vamos fazer agora?

— Outro café, pois esse não dá para tomar... — Ele se levantou da mesa e sem dizer nada me observou fazer o café.

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