Acordei casada romance Capítulo 19

Entrei no táxi puto da vida, que brincadeira de mau gosto. Sophia havia pegado pesado, tá certo, a garotinha era a coisa mais linda e eu tinha adorado ela assim que a vi. Sempre gostei, mas dizer que Mari engravidou de mim e que era o pai daquela linda garotinha, aí já era demais, né?! Pois se me lembro bem eu e Mari saímos poucas vezes, tá certo que ela era virgem, isso eu notei, mas tomamos muito cuidado, tinha absoluta certeza!

Mas espera, aí, refrescando bem a memória conseguia lembrar que uma das vezes notei ao tirar a camisinha para jogar fora que ela estava furada, mas era tão insignificante que nem falei nada a ela e também não me preocupei. Será que por ela estar furada, havia chance de Mari engravidar? Bom, eu não sei, mas se ela havia engravidado de mim, por que não me contou?

Precisava esfriar minha cabeça e tentar assimilar tudo isso, se realmente não era uma armação da Sophia. Seria um homem muito feliz em saber que aquela garotinha linda era mesmo minha filha, só de pensar fiquei emocionado. Eu, malandro como sempre fui, safado, que nunca gostou de se apegar em nada, iria ter um motivo e tanto para mudar de vida e aprender a ser pai, se isso realmente fosse verdade. Entretanto, no momento precisava de um tempo para pensar nessa possibilidade.

Pedi para o táxista me deixar na casa do meu amigo Lúcio, pois se eu ficasse na casa do Ian a Sophia com certeza iria me encontrar. No momento queria distância dela, pois foi uma sacana, fingindo que sairia comigo só para me levar para essa armação, isso foi pura sacanagem. No lugar dela teria agido de outra maneira. Para que fazer isso? Poderia ter chegado até mim e me contado, seria bem melhor e bem diferente.

Apertei a campainha da casa do Lúcio, não demorou muito e ele atendeu, ao notar que era eu, me olhou assustado.

— Cara, o que houve? Que cara é essa?

— Posso entrar, Lúcio? — Lúcio sempre foi um grande amigo, não como Ian, que para mim era quase um irmão, mas o conhecia há muito tempo, éramos parceiros de clube, estávamos sempre juntos.

— Pode, cara, eu estou acompanhado, mas não vai atrapalhar não.

— Obrigado — falei entrando e cumprimentei a garota que estava com ele. — Lúcio posso ficar uns dias aqui? Preciso de um lugar para pensar, você está acompanhado agora, então depois te explico o porquê, pode ser?

— Cara, tudo bem, pode ficar no quarto de hóspedes, depois quero saber o que está acontecendo. Agora estou ocupado com essa linda gata, mais tarde conversamos — Ele falou agarrando a garota pela cintura e me apontou o quarto de hóspedes.

Sem falar mais nada fui para o quarto que Lúcio indicou e me joguei na cama, com os pensamentos me incomodando muito. Não parava de pensar na possibilidade de ser verdade ou pura armação de Sophia para se afastar de mim.

Sophia Becker

— Bia, me desculpe, não era minha intenção que nada disso acontecesse. Na verdade, só queria ajudar e achei que meu plano fosse dar certo e essa garotinha linda teria um pai para cuidar dela — falei muito triste, olhando para ela parada na frente da sua casa, com a Beka em seu colo. Senti-me péssima com a reação do Fred. Para ser sincera, quando elaborei o plano, nem por um minuto pensei em qual seria a reação dele ao ficar sabendo que era pai, pensei somente em fazer o que era certo.

— Sophia, calma. É normal a reação que ele teve, imagina o susto que não levou ao ouvir tudo isso. Dê um tempo a ele, só o tempo é capaz de ajeitar tudo. Bom, a minha tia vai ficar aqui duas semanas, ela pediu duas semanas de folga no trabalho, como nunca tinha tirado férias antes, conseguiu essas duas semanas.

— Você está certa, Bia, eu vou dar um tempo a ele, ainda mais sabendo que Beka vai estar aqui por duas semanas, pois não vou permitir que ela vá para adoção.

— Sophia, estamos juntas e não vamos deixar isso acontecer com a Beka.

— Sim, estamos, pede desculpa para sua mãe e sua tia pela atitude do Fred. Eu já vou indo, pois amanhã tenho que voltar no hospital.

— Certo, amiga. Boa sorte! Tomara que consiga esse emprego — Bia falou me abraçando.

— Bia, amanhã assim que der venho ver Beka, esse anjinho merece muito amor — falei dando um beijinho na garotinha, que ainda dormia.

— Te espero, então.

Fui para o carro tentando entender a reação do Fred, por que ele pensou que era uma armação minha? Realmente não entendia, nunca fui de brincar com sentimentos dos outros, ao contrário dele que brincou com os meus me fazendo permanecer casada por contrato.

******

Três dias se passaram e Fred não havia aparecido ainda, já tinha ligado para o Ian para ter alguma notícia do Fred, mas ele não fazia ideia de onde ele tinha se metido.

Eu havia conseguido o emprego tão esperado no hospital, mas como a minha formação era recente, iria trabalhar como o braço direito da Dra. Vivian, a pediatra do hospital. Meu horário seria das nove da manhã até às duas da tarde.

Cheguei cansada em casa, tomei um banho relaxante e comi um lanche logo em seguida. Depois me sentei no sofá para descansar e assistir TV, quando meu telefone tocou e mais que depressa corri para atender.

— Alô?

— É da casa da senhorita Sophia Backer Mayer? — falou uma voz de mulher do outro lado.

— É ela que está falando.

— Sophia, aqui é da Empresa Gallye, a senhora tem um horário marcado para hoje com o gerente da empresa. Ele está te esperando às três e meia da tarde, até mais, tenha uma ótima tarde! — E desligou.

Ela nem esperou eu responder ou fazer alguma pergunta e já desligou, olhei no relógio para ver a hora e era três e quinze, eu tinha apenas quinze minutos para me arrumar.

Fui para meu quarto e coloquei um vestido longo e estampado nas cores branca e marrom. Fiz apenas um coque no cabelo e calcei uma rasteirinha da cor do vestido. Peguei minha chave e segui para a empresa que, pelo o que sabia e já tinha visto algumas vezes, ficava no centro da cidade, era um prédio alto, muito alto, grande e muito chique.

Estacionei o carro pensando que esse era o momento em que eles queriam conhecer a esposa do Fred, mas eu não fazia ideia de onde ele estava.

Vou dizer uma coisa, não entendia porque, mas sentia muita falta do Fred em meu apartamento, mesmo ele estando o tempo todo no quarto, pois ultimamente parecia estar fugindo de mim. Havíamos entrado em uma rotina agradável e ele já não me irritava tanto quanto no início.

Entrei na empresa e uma moça muito bonita veio ao meu encontro.

— Posso ajudar, senhorita?

— Sim, pode, sou a esposa do Fred, Sophia, tenho um horário marcado com o gerente Alex.

— Sim, senhora Sophia, ele está à sua espera. Na segunda porta à esquerda desse corredor, o nome dele está na porta.

Agradeci e fui em direção à porta, quando finalmente a encontrei, eu bati.

— Sophia, pode entrar! — Então entrei, um senhor de mais ou menos cinquenta anos estava sentado em frente a uma mesa, assinando alguns papeis.

— Senhor Alex.

— Pode me chamar de Alex, Sophia. Sente-se — Ele falou se levantando e veio me cumprimentar, em seguida puxou a cadeira para que eu me sentasse.

Assim que me sentei, alguém bateu na porta e em seguida entrou.

— Alex, mandou me chamar?

— Sim, Fred.

Quando ele disse Fred, meu coração disparou, minha perna mesmo sentada bambeou, me deu um frio na barriga que eu mesma não entendia porquê dessa reação do meu corpo ao ouvir a voz e o nome dele.

— Sua esposa está aqui, chegou o momento de conhecer um pouco sobre ela.

Quando ele disse isso, eu percebi que Fred estava paralisado com minha presença ali. Estava claro que não esperava me ver, mas se éramos casados, tínhamos que agir como um casal, então sem pensar direito, eu me levantei da cadeira e fui até ele.

— Oi, meu amor — falei dando um beijo na boca dele, tipo um selinho, só que mais demorado.

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