Acordei casada romance Capítulo 21

Quando esse rapaz intrometido disse que era namorado da Sophia me deu um frio na barriga e senti meu rosto queimar de raiva.

Sophia nunca disse que tinha um namorado, mas ainda bem que logo em seguida ela fez o favor de explicar que aquele babaca era seu ex. Me senti aliviado, mas tinha uma raiva me corroendo por dentro e eu não fazia ideia do porquê. Talvez estivesse com uma pitada de ciúmes, só que eu não deveria sentir isso, não é? Sophia e eu estávamos casados, mas não havia sentimentos entre nós, ou havia?

Então deixei bem claro para seu ex, quem eu era e ainda a beijei na sua frente. Juro que naquele momento, a vontade que tive era de levá-la para o quarto e amá-la muito. Tinha um desejo nascendo e se alastrando pelo meu corpo, precisava senti-la, precisava dela, de estar com ela.

No entanto, o babaca a tirou dos meus braços, e aí sim, fiquei muito nervoso e parti para cima dele, mas ele deixou bem claro que não iria embora sem falar com Sophia, foi então que estremeci quando ela disse que iria com ele, para saber o que o idiota queria.

E sem pensar em mais nada, as palavras que nunca pensei em dizer para alguém, saíram por minha boca. Não sabia o que havia dado em mim, mas isso saiu tão espontaneamente que parecia ser o certo a fazer e acabei me surpreendendo.

O que estaria acontecendo comigo?

Sinceramente, eu não podia me apaixonar por Sophia. Nosso casamento não era real e depois de um ano nunca mais iria vê-la. Pensar nisso me entristecia, mas era a verdade. Céus! Se tudo nesse casamento era tão falso, então por que todos aqueles sentimentos em meu peito pareciam verdadeiros?

Entretanto, quando Sophia foi me dar um selinho, eu lhe dei outro beijo e esse fiz ela sentir o quanto a desejava, precisava fazê-la sentir o que eu estava sentindo, ou pelo menos, metade. Só que fomos interrompidos novamente pelo idiota do seu ex e em seguida foram embora me deixando ali muito, mas muito nervoso. Senti vontade de socar alguém. Que ódio!

Fiquei tão furioso que peguei a chave do carro, ainda de toalha e só de chinelo nos pés, fui atrás deles o mais rápido que pude. Graças a Deus deu tempo de pegá-los entrando no carro, e os segui.

Eles pararam em frente a uma casa e desceram em seguida. Logo um rapaz, que reconheci de imediato, atendeu a porta e eu fiquei ali, parado dentro do carro, só observando o movimento dentro da casa, que mal dava para ver direito.

De repente, ouvi Sophia xingando e logo em seguida o ex dela foi praticamente jogado para fora da casa por seu amigo, que também fechou a porta na cara dele. Não sabia o que ele tinha feito, mas a vontade que deu foi de ir até ele e o encher de pancada para que nunca mais voltasse a incomodar minha esposa. Não fiz isso, porque tinha certeza que Sophia não gostaria dessa atitude.

Ele saiu tão rápido que o carro foi cantando pneu. Deveria estar com muita raiva mesmo e a curiosidade do que havia acontecido só aumentava dentro de mim. Resolvi descer do carro, pois Sophia não tinha como voltar para o apartamento.

Fui até a porta da casa para tocar a campainha, mas antes de fazer isso, a porta se abriu e dei de cara com Sophia e o amigo dela, que me olharam assustados, então me dei conta de que estava só de toalha, mas não me importei.

— Que susto, Fred, o que está fazendo aqui?

Tentei explicar com toda a paciência que eu nem sabia ter, o que eu havia ido fazer ali, mas Sophia cruzou os braços abaixo de seus seios, empinou o nariz com ar de reprovação e despejou sua raiva em mim.

— Fred, pedi que ficasse no apartamento, você não tem um pingo de juízo, ainda está só de toalha, já pensou se a polícia te pega assim, o que vai explicar, heim? Tá parecendo louco só de toalha e de chinelo no pé.

Ela estava brava e com toda razão. Se a polícia me pegasse assim, estaria ferrado. Eu saí tão nervoso do apartamento que nem pensei nisso.

Sophia me apresentou seu amigo, e depois de agradecer por ceder sua casa, logo nos despedimos dele e fomos embora.

Sophia foi dirigindo meu carro, mas a minha curiosidade era tanta de saber o que tinha acontecido que proferi várias perguntas. Ela me ignorou completamente, não me disse uma só palavra e apesar de eu estar muito curioso, não toquei mais no assunto.

Essa mulher mexia muito comigo e a vontade que tinha era de me abrir com ela e falar o que estava sentindo, mas tinha medo da sua reação, pois não sabia se ela sentia o mesmo que eu. Sinceramente, nem eu sabia ao certo quais eram os meus sentimentos, mas sentia uma necessidade constante de estar perto dela, protegê-la, abraçá-la no sofá assistindo TV, sentir seu corpo quente junto ao meu... Não era só desejo, era mais que isso.

Quando chegamos ao apartamento, falei para ela pedir uma pizza enquanto eu me trocava, entretanto, ela disse que não queria e faria um lanche para nós comermos e depois iria dormir.

— Tudo bem, Sophia, mas você não quer conversar sobre o que está te incomodando?

Essa era uma brecha para nós conversamos, talvez ela estivesse sendo incomodada pela mesma coisa que eu e assim, poderia falar de meus sentimentos por ela, mas Sophia não quis dizer nada, então tentei entendê-la e não fiz mais perguntas, fui para o quarto me trocar.

Não foi dessa vez, mas haveria outras oportunidades e eu iria, sim, dizer a Sophia o que sentia por ela, apesar desse sentimento ser novo para mim e eu não saber de fato o que estava sentindo. O que eu sabia era que nunca havia sentido nada igual. Não tentaria mais enganar a mim mesmo, Sophia havia mexido com cada pelo existente em meu corpo, havia despertado sentimentos avassaladores e ela ficaria ciente disso.

Sophia Becker

Ouvir Beka chorar do outro lado da linha me deixou muito nervosa e preocupada. Mas, antes que eu pudesse pensar muito sobre o assunto, a campainha tocou com a chegada da Bia. Deixei os lanches, que já estavam prontos na mesa e saí correndo para abrir a porta.

— Sophia, quem é? — perguntou Fred, aparecendo na sala.

— Fred, é a Bia. Parece que aconteceu alguma coisa com a Beka — expliquei me aproximando da porta, ele mais que depressa veio onde eu estava, bem na hora em que abri a porta.

— Bia o que aconteceu com a Beka? — Olhei para minha amiga e então para Beka, que estava dormindo e com o rosto vermelho e molhado de chorar. — Por que ela está com um galo na testa? — questionei enquanto ela entregava a Beka para o Fred.

— O que houve, Bia? — perguntou Fred, olhando para Beka muito preocupado.

— Sophia..., Fred..., a minha tia sofreu um AVC. Ela estava em pé com a Beka no colo, quando passou mal e caiu levando Beka junto. Beka vai ter que ficar com vocês, pois minha tia vai ficar internada sabe lá quantos dias. Minha mãe está com ela no hospital e eu não posso ficar com ela, tenho que trabalhar amanhã. Então nada melhor do que ela ficar com seu pai, né? Mas darei notícias e aqui estão as coisas da Beka. Tem tudo que vocês vão precisar, desde roupinha, fraldas e brinquedos, a mamadeira está nesta bolsa. Beka está bem, só bateu a testa no chão, a médica já a examinou — Bia falou me entregando tudo e em seguida beijou a menina.

— Bia, nós não sabemos como cuidar dela...

— Sophia, não tem segredo, vocês vão aprender — respondeu ela me dando um beijo e saiu em seguida dizendo que precisava ir para o hospital ver como a tia dela estava e então foi embora.

Fechei a porta e olhei para Fred que olhava babando pela filha que estava em seus braços.

— O que vamos fazer, Sophia?

— Não sei, mas acho que no momento devemos colocá-la na cama, pois dorme profundamente em seus braços.

— Na cama ela pode cair, temos que arrumar um lugar seguro para ela dormir — Fred falava olhando em volta como se procurasse alguma coisa. — Já sei, está vendo aquele sofá de um lugar só, ele é bem fofo e grande, podemos colocar na cabeceira do lado da minha cama, encostando na parede para ela não cair. Podemos colocar também um travesseiro na parede para não bater a cabeça.

— Ótima ideia, Fred!

— Sophia, você consegue empurrar até o quarto sem fazer barulho?

— Consigo sim.

E foi o que fiz. Coloquei as coisas da Beka em cima do outro sofá e arrastei o de um lugar só até o quarto em que Fred estava dormindo, encostei na parede como Fred disse e coloquei um travesseiro.

— Acho que ficou perfeito — disse Fred me olhando e em seguida, bem devagar, colocou Beka no sofá. Enquanto dormia, ela se ajeitou no sofá, parecia estar confortável, o que nos fez soltar um suspiro de alívio momentâneo.

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