Acordei casada romance Capítulo 26

Que droga! Sophia conseguia me deixar doido. O que estaria acontecendo com ela? Por que, além de estranha, agora não atendia minhas ligações. Que raiva!

Será que o idiota do Diego tinha alguma coisa com isso? Não, isso deveria ser coisa da minha cabeça, Sophia me garantiu que não o deixou entrar.

Mas então por que Sophia estava agindo assim? Não conseguia entender a cabeça das mulheres! E não seria agora que tentaria entender justamente a cabeça da minha esposa.

Iria cancelar o jantar com o cliente e remarcar para a próxima semana, diria que minha filha não estava bem e que precisava voltar para casa. Tinha certeza que ele entenderia.

E como eu havia planejado, aconteceu, eles entenderam. Meu voo era para as seis horas da manhã, mas não esperaria até o dia seguinte. Então fiz minha mala o mais rápido que eu pude. Peguei um táxi em seguida e fui para o aeroporto.

Eram oito horas da noite, não sabia se conseguiria um voo para Porto Alegre tão tarde e em cima da hora, mas não custava tentar.

Por sorte tinha o que saia às onzes e não estava lotado. Já com o avião decolando, fui pensando em tudo que eu diria a Sophia.

Nunca tinha passado por algo assim, pois todos bem sabiam que nunca havia me apaixonado antes, mas tinha certeza que conseguiria lidar com isso, quando estivesse de frente com a mulher que me fazia perder a cabeça. Essas coisas deveriam ser naturais. Como uma resposta instantânea do nosso corpo, porém não estava sendo assim. Estava confuso com esta mistura de emoções e a quantidade de sentimentos, até então desconhecidos, que Sophia despertou em mim. Cada vez que viajava a trabalho, ficava ansioso para voltar para casa.

E tinha certeza que descobriria o porquê de ela andar tão estranha. Entretanto, antes de qualquer coisa, iria primeiro ver como estava a minha pequena, a saudade da minha garotinha linda já não cabia no peito.

Graças a Deus já estava no apartamento e fui para o quarto onde minha pequena estava dormindo com minha mãe. Mas não pude entrar, pois Jully dormia no colchão quase encostado na porta. Teria que esperar até de manhã para matar a saudade que sentia da minha pequena.

Então, sem esperar mais nenhum minuto, fui para a porta do quarto da Sophia.

— Sophia, posso entrar? Você está acordada? — perguntei baixinho para não acordar ninguém, além de Sophia.

Esperei ela responder, mas não obtive resposta. Então, bem devagar entrei em seu quarto, não queria esperar mais nenhum minuto pela nossa conversa, mas para minha surpresa, ela não estava ali.

Acendi a luz e me sentei na cama, peguei uma camisola que estava em cima da sua cama e cheirei, adorava seu cheiro. Depois coloquei a camisola no lugar e olhei no celular para ver a hora, já era muito tarde.

Ainda sentado coloquei a mão na cabeça, pensando aonde Sophia estaria àquela hora da noite. Então me levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro. Comecei a ficar nervoso, pois não queria nem pensar onde ela poderia estar.

— Fred, Sophia ainda não chegou, né? — questionou uma voz, que eu reconheci muito bem. Olhei para a porta do quarto e vi minha irmã parada ali me olhando.

— Jully, o que está fazendo acordada?

— Não consigo dormir. — Ela me olhava atentamente e com um rosto inexpressivo. Então, se aproximando mais um pouco ela me perguntou quase sussurrando: — Você a ama, não é?

A pergunta me pegou de surpresa. Sabia que tinha sentimentos por ela e sentimentos fortes, mas amá-la? Por um momento refleti sobre como me sentia quando estava longe dela e da minha filha e cheguei à conclusão que, realmente sentia muita falta das minhas meninas e se isso não fosse amor, não saberia como nomear este sentimento.

— Sim, até demais, mas não sei como dizer isso a ela — respondi, respirando fundo e esfregando a mão no cabelo. Essa era a verdade. Eu a amava.

— Só falar da mesma forma que está me contando, seja direto e não fique enrolando, mulheres não gostam de homens que ficam enrolando para dizer que a amam. Isso é um saco!

— E como sabe disso, Jully? Se só dezenove anos? — Olhei assustado para minha irmãzinha. Como ela tinha crescido tão rápido assim?

— Posso ser nova, mas já me apaixonei...

— Tá certo, vou ser direto... Mas você sabe onde ela foi?

— Não, ela apenas saiu dizendo que iria num jantar, era aniversário de uma colega de trabalho.

— Que estranho, ela sempre me conta aonde vai, só que eu nem consegui falar com ela hoje.

— Também notei que Sophia anda muito estranha, estava muito agitada, quase não parou em casa esses dois últimos dias — falou Jully notando minha preocupação.

— Eu vou atrás dela.

— Mas como? Se você não sabe onde é esse jantar.

— Não sei, mas não vou ficar aqui esperando por ela, vou procurar seus amigos, talvez um deles possa me dizer onde ela está.

— Tá certo, Fred, faça o que acha melhor para seu coração. Eu vou me deitar e tentar dormir — Ela falou voltando para seu quarto. Peguei a chave do carro e fui atrás da Sophia, sem fazer ideia de onde ela estava, mas de uma coisa eu tinha certeza: não voltaria para casa sem ela.

Sophia Becker

— Vai logo, Sophia — pediu Léo baixinho.

— Tô indo. — Olhei apreensiva para meus dois amigos que estavam atrás de mim. Respirei fundo e segurei a maçaneta gelada. Apertei com força enquanto tomava coragem.

A pessoa do outro lado era insistente, pois continuava batendo, e decidida abri a porta.

— Nossa, Sophia! Por que demorou tanto para abrir?

— Jully, o que você está fazendo aqui? — Fiquei perplexa ao ver Jully ali. De todas as pessoas, ela era a última que imaginaria.

— Vim avisar você que Fred está te procurando.

— Mas como soube que eu estava aqui? — perguntei a ela, que entrava olhando para os meus amigos. — Jully, esses são meus amigos: Léo e Bia.

— Muito prazer — disse ela os cumprimentando, com três beijinhos. Olhei assustada para ela, que agia naturalmente.

— Ah, Sophia, é uma longa história — Jully falou olhando para mim, me vendo trancar a porta e continuou: — Eu conheço o Diego e o vi saindo da sua casa aquela noite que acordei com a porta batendo. Bom, na verdade, isso foi só uma desculpa que eu dei, pois não conseguia dormir e ouvi a campainha tocar. Resolvi ver quem era e vi Diego falando com você, então tentei voltar para o quarto, quando o ouvi dizer que te amava, fiquei com muita raiva dele, voltei para ouvir a conversa.

— Pera aí, por que raiva dele? Você está querendo dizer que conhece o Diego?

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