Acordei casada romance Capítulo 8

— Agora eu tenho, mas por que diz trabalhava? Não trabalha mais? ¬— “Não acredito que ela mora sozinha? Problema de moradia resolvido!”, pensou Fred.

— Isso não interessa e nem vem com essa, Fred, nem pensar, eu ainda não disse se aceito essa loucura toda. Nem tive tempo de processar isso ainda.

— Você perdeu o emprego e não quer falar nada para ninguém. E, se você aceitar, eu venho para cá sim. É a solução perfeita! — resmungou descendo do carro, ao mesmo tempo em que eu.

— Já disse que isso não te interessa e não, nem pensar, você não vem para cá. — Nunca eu deixaria esse folgado morar comigo.

— Sophia, deixa de ser teimosa, temos que ficar juntos e se você aceitar não teremos outro lugar para ficarmos. Esqueceu que não trabalho, moro de favor com Ian e só terei dinheiro depois que este casamento for aceito pelo advogado do meu pai.

— Mas... Fred, se seu pai tem uma rede de empresas, quer dizer, que você deve ser rico, então arruma um lugar para nós ficarmos, se por acaso eu aceitar essa loucura.

— Meu pai, Sophia, antes de morrer, me colocou para fora de casa e cancelou meus cartões de créditos. Sobrevivi até hoje porque vendi o carro que minha mãe me deu e comprei outro mais barato e com ajuda do meu amigo Ian, meu advogado, por isso moro com ele.

— Não entendo... Por que ele fez isso com você? O que você ganha trabalhando não dá para pagar um apartamento?

— Esse é o problema, Sophia, eu não trabalho, na verdade, nunca trabalhei — Ele admitiu num tom meio constrangido.

— O QUÊ! Como assim nunca trabalhou? — Olhei completamente abismada para ele, que falou isso na maior naturalidade do mundo. — Agora entendo porque seu pai fez isso. Você é um vagabundo, um à toa na vida, isso sim!

— Sophia, eu não sou um vagabundo, como diz, só gosto de aproveitar a vida, gosto de vida fácil, só isso.

— Mas é um cara de pau mesmo, ainda tem coragem de dizer que gosta de vida fácil. E por acaso isso não é ser vagabundo? E como pensa que pode sustentar essa vida de curtição se não tem uma fonte de renda? Aonde eu fui me meter, viu! Por que fui beber? Isso não estaria acontecendo, se eu estivesse sóbria.

— Mas não estava e se casou comigo. Não sabe como fiquei feliz e aliviado quando você concordou com o casamento. Só que você não vai sair perdendo, como diz no contrato, depois de um ano, dez por cento do valor da venda das empresas, será seu.

— Fred, eu só quero deixar bem claro: não quero seu dinheiro, ainda mais sendo assim. Gosto de trabalhar para conquistar meu dinheiro, não sou vagabunda e nem à toa na vida, se eu aceitar, não será pelo dinheiro que vou receber, mas sim porque não tenho como pagar essa multa ridícula... Entretanto, pode ter certeza de uma coisa, você nunca vai me tocar, entendeu? É um casamento de conveniência, nada mais que isso.

— Não quero te tocar, Sophia, eu só estou nessa pelo dinheiro. Você nem faz meu tipo, então fica tranquila — disse Fred, assim que entramos em meu apartamento.

— Mãe, nós chegamos.

— Oi, filha, como foi o passeio? — perguntou minha mãe entrando na sala.

— Foi bom, mãe. — Não podia dizer a ela a verdade.

— Dona Lia, ela se comportou muito bem! — disse Fred sorrindo, minha mãe retribuiu no mesmo instante com outro sorriso.

— Que bom, Fred. O almoço já está pronto, só estávamos esperando por vocês.

— Mãe, eu não estou com fome, vou para meu quarto.

— Mas, filha, temos convidado.

— Fica tranquila, Dona Lia, ela vai almoçar com a gente, não é, Sophia? — Fred me olhou com aquele olhar ameaçador e entendi bem o que quis dizer aquele olhar: tipo ou almoça ou conto a eles sobre nós! Então sem falar nada, me sentei do lado dele.

— Você está bem, filha?

— Estou sim, mãe. — Comi em silêncio. Apenas ouvindo eles conversando e rindo com as bobeiras do Fred.

Sinceramente, não sabia o que ele tinha. Meu pai, minha mãe, até Mila adoraram ele. Só eu que estava odiando tudo aquilo. Será que era por que só eu sabia o que esse babaca aprontou comigo, enquanto eu estava bêbada? Mas apesar do ódio que sentia por esta situação, não conseguia odiá-lo. Ele, a seu modo, era encantador e educado, mas não conseguia perdoá-lo por me colocar nessa confusão.

Peraí, imagens da noite em que ele diz que nos casamos, começou a invadir minha mente, mas todas eram confusas. Lembro-me de ele ter mencionado que eu o beijei, depois acordei seminua na cama dele e ele estava completamente nu. Ai meu Deus! Será que fizemos alguma coisa? Se nós fizemos, eu não me lembrava de nada, mas iria descobrir, precisava descobrir!

Minha cabeça estava doendo, não tanto como antes, já havia tomado um medicamento quando chegamos, só que ainda não havia passado a dor.

— Filha, você não tem que trabalhar hoje?

— Mãe, Dona Margo me deu o dia de folga hoje.

— Que ótimo, filha. Vai poder passar o dia com a gente.

— Sim, mãe. Bom, vocês me dão licença, Fred, eu preciso falar com você — comuniquei me levantando da mesa.

— Filha, ainda tem sobremesa, seu pai comprou seu sorvete preferido de amarula.

— Mãe, é rápido, logo voltamos — falei, puxando o Fred para o meu quarto.

— O que foi, Sophia? Resolveu me agarrar agora? — Podia sentir o cinismo em sua voz, apenas respirei fundo enquanto caminhávamos em direção ao meu quarto.

— Não, seu idiota! — resmunguei brava, abri a porta para que ele entrasse e fui logo atrás.

— Então o que foi? Que quarto lindo, Sophia! — Admirou-se ao entrar no meu quarto. E sem vergonha como era, não pensou duas vezes em me agarrar e empurrar em direção a minha cama, como se eu fosse ou quisesse fazer algo com ele.

— Para de graça, Fred! Esqueceu que não sou seu tipo? — esbravejei me levantando da cama. O empurrei para longe de mim, como se somente seu breve toque me queimasse. E não era aquele fogo, era outro, um que repele mesmo, arde.

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