Acordei casada romance Capítulo 9

Quando Felipe me ligou avisando que tinha chegado, desci o mais rápido que pude até a portaria. Precisava descobrir onde Sophia morava.

— Oi, Felipe, conseguiu descobrir onde ela mora? — perguntei desesperado, não podia perdê-la de vista.

— Sim, senhor Mayer, primeiro ela parou em uma boutique de grife no centro da cidade, não demorou muito ela saiu pegando outro táxi, e continuei seguindo, até ela parar num prédio não muito chique, entretanto, apresentável. A moça desceu do carro e entrou neste prédio, estacionei o carro e fui até o porteiro, que por sorte, era um camarada meu, fazemos judô juntos. Então ficou mais fácil de descobrir se ela morava ali. Senhor Mayer, o endereço é esse — explicou Felipe me entregando um papel que continha todos os dados.

Agradeci a ele, que me mostrou a mão pelo serviço prestado, e entendi o que ele queria: dinheiro, é claro! Então dei o que tinha para ele e subi o mais rápido que pude. Liguei para o Ian avisando que iria levar Sophia até ele para poder explicar tudo a ela.

Com a pressa que estava, tomei o café em poucos minutos. Peguei o casaco que ela havia esquecido no apartamento e saí indo direto para a casa dela.

Chegando lá, fui recebido por uma mocinha linda que gritou avisando a Sophia que ela tinha visita. Logo conheci seus pais, que me receberam muito bem. Depois de um tempo conversando com eles, eu pude perceber que eram pessoas boas. Estava tão distraído que não vi quando ela apareceu na sala, só percebi porque Dona Lia, a mãe dela, falou com ela e pelo que presenciei, ela tentou se esconder de mim.

— Oi, Sophia, você esqueceu seu casaco em meu apartamento e achei melhor trazer, achei que poderia precisar. — Vi pela expressão do seu rosto, que ela não gostou nada de me ver ali. Vou falar uma coisa:

Como essa mulher é linda! Ela estava apenas com um vestido curto e simples e com um rabo de cavalo mal feito e usando óculos. Estava perfeita, nunca vi uma moça tão mal arrumada ser tão linda assim! "Fred, cai na real, o que você quer é só diversão e o dinheiro", pensava enquanto a admirava.

— Sophia, o almoço está quase pronto, convidei seu amigo para almoçar conosco.

— Mãe, eu acho que o Fred não pode, ele só veio me trazer o bolero. Aposto que tem que ir trabalhar... — Poder ficar eu não podia, tinha que ir à empresa para levar a certidão do meu casamento, mas vou, iria deixar isso para amanhã. Iria ficar para fazer Sophia se acostumar com minha presença, apesar de que pelo olhar dela de raiva, eu sabia que ela queria que eu ficasse bem longe dali.

— Na verdade, Sophia, é minha folga hoje, então posso passar o dia com vocês! — Quando falei isso, vi que ficou na hora vermelha de raiva.

— Viu, Sophia? Fred vai almoçar conosco — disse Dona Lia saindo da sala.

— É mãe — respondeu bem incomodada com minha presença ali. Fazer o quê? Eu não a forcei a assinar nada. Quando seus pais e sua irmã já não estavam mais na sala, Sophia se aproximou perguntado baixinho o que eu estava fazendo na sua casa e disse que eu tinha que ir embora.

— Não vou embora não, sua família agora é minha também, e nós precisamos conversar. — Pensei que ela fosse vir para cima de mim quando falei isso. Ela insistia que não queria conversar, nem ir comigo ao meu advogado.

Então de tanta teimosia, a peguei à força e a coloquei no meu ombro. Sophia começou a gritar para que eu a colocasse no chão. Pelo visto, com ela tinha que ser assim.

A gritaria foi tanta que seus pais apareceram na sala, inventei uma desculpa qualquer e avisei que voltaríamos para o almoço, saí com ela esmurrando minhas costas. Seus gritos chamaram a atenção de todos que moravam naquele andar, os curiosos saíram correndo para ver o que estava acontecendo. Inventei outra desculpa qualquer. Então levei Sophia para meu carro e a coloquei no banco da frente.

— Agora, Dona Sophia se comporte, vamos direto para o advogado.

— Você é um babaca! — Até brava ela conseguia ser linda.

— Sophia, entenda uma coisa: apesar da sua bebedeira, não te forcei a nada, você assinou porque quis e ficou tão feliz que até me beijou. — Eu não estava mentindo, ela me beijou por que quis e gostou muito, como eu também gostei. Que homem não gostaria de beijar uma gata como ela?

Só que eu também conseguia entender suas acusações, conseguia entender sua rejeição. E admitia a mim mesmo que o que havia feito com ela era errado, que ela não merecia ter sido posta em minha vida dessa forma..., mas nunca admitiria isso diretamente a ela. Sophia realmente assinou o contrato e me beijou porque quis, mas confesso tê-la induzido a isso.

Sophia continuava me xingando e falando um monte na minha cabeça, blá blá blá daqui blá blá blá dali. Estava me dando nos nervos... Como essa garota era chata!

— Chegamos, Sophia. — Contrariada e muito teimosa, ela saiu do carro resmungando. Ao entrarmos, perguntei para a secretária do Ian, a Pri "Aquela gostosa que serve de quebra galhos às vezes para mim", se ele se encontrava. Ela apenas respondeu que ele estava me esperando. Pri falou com aquele sorriso de sempre, mas quando viu Sophia seu sorriso se desfez na hora. Eu adorei isso! Sempre gostei de mulheres aos meus pés, não sei o que ela pensou sobre Sophia, mas gostei de como agiu.

Entramos na sala do Ian, que veio ao meu encontro me cumprimentar e avisar que estava com a certidão e o contrato de casamento em mãos, me perguntou também se a garota ao meu lado era a qual eu havia me casado.

— Sortudo você hein, Fred?! Ela é muito bonita! — Ian tentou falar sem que ela ouvisse, mas tenho certeza que não adiantou.

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