O Egípcio romance Capítulo 20

Em um piscar de olhos, é sexta-feira, fim de tarde…

Hassan enviou o convite na minha casa na quinta-feira. Graças a Deus fui eu que peguei na caixinha de correio e ninguém viu. Eu não vou a essa festa e o que menos quero é falar sobre isso com meus pais. Engraçado que na terça-feira, quando conversei com Raissa, ela me falou várias coisas, mas nem por um momento ela tocou no assunto “festa”, e eu não comentei nada também.

Vitor também sumiu, nem mensagem ele me mandou. Minha atitude o espantou. Não acho ruim isso. Ele precisava dessa sacudida para seguir sua vida e parar de alimentar esse sentimento platônico por mim. Mesmo porque eu não consigo sair com um homem por sair. Para mim, estar com um homem é estar ligada por um sentimento irresistível, como uma droga potente. Mas, acima de tudo, essa relação precisa me fazer bem. Eu quero um amor que ilumine, que seja claro e que não me deixe no escuro. Sou uma garota que quer ser levada a sério.

Hassan é assim, eu sinto esse sentimento irresistível por ele. Deus! Isso eu nem preciso dizer, mas por outro lado sei que não vou passar de um mero divertimento para ele e não quero pegar os cacos quando ele resolver me deixar ou me trocar por outra. Eu sei o potencial que Hassan tem para me machucar. Sei que não sairei ilesa quando tudo chegar ao fim. Deus!

Parece loucura, mas um lado meu esperava que fosse diferente, que me levasse a sério.

Vai sonhando, pois Hassan, além de ter desistido de mim, ainda arrumou companhia, e fez questão de esfregar na minha cara que estava comprando o vestido para outra.

Suspiro infeliz…

Deus! Você está louca?! Eu me repreendo.

Foi melhor assim! Esse homem ia querer te domar. Ditar sua vida, o que você veste etc.! Ri com amargura, Deus! Estou parecendo a personagem de um livro, Polianna, fazendo o jogo do contente.

Nesses dias que se passaram, eu tentei ser uma profissional ainda mais dedicada. Me apeguei ao trabalho como uma tábua de salvação. E, nessa minha injeção de força para trabalhar, adiantei bastante meu trabalho. O vestido que Hassan encomendou ficou pronto na terça-feira.

Consegui fazer um milagre e ele ficou bonito até para o meu gosto.

Fiz um lindo vestido negro sem brilho, mas todo bordado. A parte de cima, fiz uma linda echarpe com o próprio tecido do vestido, mas sem o bordado. Eu o fiz preso ao vestido para evitar que a garota a tire e fique com os ombros e braços expostos.

Risos…

O decote, fiz quadrado, de modo que apenas uma parte discreta do colo da garota fosse revelada, possibilitando, assim, o uso de um lindo colar.

Afasto meus pensamentos e despeço-me das meninas pelo caminho, finalizando mais um dia de trabalho.

Pego um trânsito danado para chegar em casa, sexta-feira é sempre assim. O trânsito está pior do que nos outros dias. Acho que junta a hora do rush com as pessoas saindo para se divertir.

Quando entro na minha rua, dou um suspiro de alívio, mas que é logo suprimido quando vejo uma Ferrari vermelha estacionada do outro lado da minha casa.

Meu coração se agita no peito.

A única pessoa que conheço que tem uma Ferrari vermelha é…

Deus! Se ele está aí, isso significa que eu fiz meu próprio vestido?

Às vezes me pergunto por que sou tão lenta para essas coisas. Talvez porque eu gaste muito tempo na companhia de livros policiais, e consequentemente minhas ideais e expectativas são extremamente baixas com relação a romances. Eu deveria saber que Hassan Hajid não é um homem de desistir tão facilmente de uma presa; uma vez interessado em alguém, insiste até o fim.

Eu solto um suspiro enorme de puro nervosismo. Nem preciso dizer como está meu coração.

Aperto o controle remoto do portão eletrônico e estaciono o carro na garagem. Ofegante, como se eu tivesse corrido, desço do carro. Fecho a porta e fico um tempo ali me armando de coragem para entrar.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio