Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem romance Capítulo 555

Eu só conseguia dar pequenos goles na minha Coca-Cola, fingindo estar ocupada com o celular.

Mas Carla parecia não querer me deixar em paz, chegando a esticar o pescoço na minha direção.

Os colegas também perceberam sua estranheza, lançando olhares em minha direção.

“Srta. Freitas, o que está olhando?”

“Nada, achei que tinha visto um conhecido, deve ter sido engano.”

Ela disse isso, mas seus olhos ainda caíam em mim de vez em quando.

Eu e Carla nos conhecemos há tanto tempo.

Mais tempo ainda do que eu conheço o Tomás.

Afinal, passamos os quatro anos da faculdade juntas, e quando voltei de uma cirurgia no País M, só a vi.

Depois de tantos anos, ela provavelmente me reconheceria facilmente.

Não sei se existe telepatia entre grandes amigas.

Mas eu sabia que ela continuava me observando.

Até que o garçom trouxe o almoço, e ela finalmente desviou o olhar.

E eu rapidamente paguei a conta e saí do meu lugar.

De repente, alguém me chamou por trás, “Noémia.”

Senti meu corpo enrijecer por uma fração de segundo, mas meus pés se moveram mais rapidamente em direção à porta da frente.

Parecia que Carla também tinha me seguido.

“Noémia, é você? Noémia!”

Quando eu estava ficando um pouco preocupada, um rosto familiar entrou pela porta.

“Querida, sua família está toda esperando por você, vamos comer ali ao lado.”

“Vamos logo, seus pais até pensaram que você tinha se perdido, que irresponsabilidade.”

A voz carinhosa de Diogo soou, e ele me abraçou.

“As sobremesas estavam boas? Você é exatamente como sua mãe disse, adora doces.”

“Mas o lugar ao lado também é muito bom, eles estão todos lá, vamos logo.”

Pelo canto do olho, vi que Carla parou.

Ela parecia estar me olhando fixamente.

E eu segui Diogo rapidamente para fora do restaurante.

Um casal de estrangeiros literalmente me cumprimentou na porta.

Eles pareciam falar espanhol, não sei o que perguntavam a Diogo.

Propositalmente, me coloquei entre os dois homens, para que ao menos parecesse que éramos da mesma família.

E, de fato, quando olhei para trás novamente, Carla já tinha voltado, desanimada, para sua mesa.

Diogo estendeu a mão, “Srta. Renata, podemos almoçar juntos?”

Eu sorri para ele, mas ignorei sua mão estendida.

“Eu que convido, o que você quer comer?”

“Então vou querer um banquete, o mais caro possível.”

Diogo não se importava com minha atitude, ainda assim me levou a um restaurante sofisticado.

Observando-o fazer o pedido, eu realmente sentia um aperto no coração.

“Quanto às bebidas...”

Ao ver seu dedo parar na coluna do vinho, meu coração ficou na garganta.

Eu realmente queria perguntar se poderíamos dividir o pagamento em dois cartões.

No final, ele fechou o menu, “Vamos de suco de laranja, obrigado, temos que trabalhar à tarde.”

Ele sorriu feliz quando viu meu alívio.

“Você e o Fábio se dão tão bem, você poderia pedir para ele reembolsar, isso seria considerado um... compromisso profissional.”

Eu sorri resignada, “Não, o convite é meu, obrigada pela ajuda.”

“Então, você conhece aquela mulher? Amiga ou inimiga?”

“Seria seu nome em português, Noémia?”

Eu lambi meus lábios, servindo-lhe um copo de água com limão.

“Sede? Quer sorvete de sobremesa?”

Naquele momento, fiquei imensamente grata por Diogo não entender português.

E também grata por meu nome ser difícil para estrangeiros.

Vendo que eu não queria entrar em detalhes, Diogo arqueou as sobrancelhas.

“Acho que deveríamos ter escolhido o vinho, afinal.”

“Afinal, escondi tantos segredos seus, não é mesmo? Renata?”