HOOK romance Capítulo 10

Abigail ainda estava chateada que Hook continuasse pensando nela como a vilã que ela não era, seja lá o que houve com ele no passado foi tão ruim que o quebrou pra toda vida.

Pensando por esse lado, ela sentiu compaixão. O mundo estava em dívidas com os novas espécies pelo inferno que alguns os fizeram passar. Ela teve apenas uma pequena amostra de tempo na mão daqueles homens e se Hook não tivesse chegado a tempo, sabe-se lá Deus qual seria seu destino.

Mas Abbie se recusava a pagar por um erro que não cometeu. Ela queria mostrar para ele que ainda havia esperança, que nem todos os humanos iriam machucá-lo. Ela sabia que não tinha motivos para isso desde que o macho não estava disposto a deixar ela se aproximar emocionalmente mas seu coração ordenava que fizesse o contrário de manter distância.

— Estou com sono, está anoitecendo novamente. Você acha que o resgate chegará ainda hoje? — ela perguntou.

— É provável que chegue durante a madrugada de acordo com os cálculos mentais que fiz. Vou abrir o colchonete para você se deitar.

— Obrigada e você não vai se deitar também?

— Não dormirei.

— Pode se deitar comigo, prometo não encostar em você. Te acho um idiota mas não vou aceitar que fique sem dormir aí enquanto eu durmo.

— Talvez mais tarde. Deite-se. — disse ríspido depois de abrir o colchão e sacudí-lo no ar para tirar a poeira. Por sorte não havia tanta.

Eles não disseram mais nada. Os olhos do macho observou Abbie se deitar encolhida e fechar os olhos. Ele decidiu fazer o mesmo perto da porta, ele também estava cansado e dormir iria acelerar o tempo e o resgate chegaria mais depressa. Poderia se deitar com ela mas seu corpo estava agindo irracional quando entrava em contato com a pele da fêmea.

Algumas horas depois, Abbie percebeu que seu corpo estava inquieto e ela não conseguia dormir totalmente. Estava fazendo frio até mesmo dentro da cabana e seus pés estavam gelados, assim como sua mão.

Um leve barulho chamou sua atenção para Hook, ela olhou para ele quando o macho começou a se debater forte no chão e grunhindo enquanto socava o vento a frente dele. Ela se preocupou e se aproximou com cautela tocando a perna dele com cuidado para não ser atingida por seu punho.

— Ei, Hook! — ela o chamou mas ele apenas grunhiu.

Droga, ele estava tendo um pesadelo e parecia ser bem ruim, parecia estar lutando com alguém. Seu peito apertou em angustia, provavelmente seus anos na Mercille o traumatizou a ponto de o fazer ter pesadelos também. Ela perguntou-se mais uma vez o que aconteceu com ele, estava cada vez mais certa de que fora algo terrivelmente ruim pelo fato de ele odiar os humanos com toda sua alma.

— Hook, acorda. — ela disse mais alto arriscando se aproximar para tocar seu rosto tendo cuidado para desviar seu braço.

Imediatamente ele abriu os olhos reagindo a ser tocado.

O macho se sentou com a respiração ofegante e olhou fixamente para o rosto de Abbie.

— Você está bem? Está tudo bem agora. — a voz dela foi suave para confortar ele.

— Tentou me machucar enquanto eu dormia? — fúria passava pelo seu olhar.

— Claro que não! — sua acusação doeu.

— O que estava tentando fazer?

— Nada, eu só toquei seu rosto para tentar acordá-lo. Você estava tendo um pesadelo e parecia bem ruim. Eu só queria ajudar. — Hook estudou as expressões dela e viu sinceridade.

— Pensei que estava tentando me matar durante meu sono.

— Minhas mãos estão vazias, será que eu conseguiria te matar usando meus dedos? — debochou.

— Não estou brincando, humana. — ele rosnou.

Abbie bufou.

— Eu jamais faria isso, Hook. Você está ficando paranóico comigo, eu não te dei nenhum motivo para isso, no entanto. — seu peito doeu.

— Sinto muito. Mas já tive uma experiência parecida antes.

— É mesmo? Já esteve perdido no meio do nada com uma mulher antes hein?

— Não exatamente a mesma experiência. Mas uma humana se passando por inocente e amável comigo me traiu, eu confiei minha vida a ela e... — Hook percebeu que o pesadelo o tinha deixado vulnerável e que estava falando demais — Esquece, não é da sua conta.

— Pode continuar falando. Talvez seus pesadelos sejam decorrentes de uma alma sobrecarregada de rancor, tente desabafar.

— Não vou entregar minhas fraquezas de bandeja para você. — ele grunhiu.

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