O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 13

O primeiro dia veio e passou, assim como o segundo, o terceiro e os outros sete.

Enquanto Charlotte tentava ocupar sua cabeça com as possibilidades do que vestiria no baile ao qual seria obrigada a ir, já que seu irmão não a deixaria recusar e o duque a convidou pessoalmente, Lucian conhecia cada vez mais da fazenda.

Ele passava os dias desbravando os vastos campos, ouvindo de Marcel como a economia do lugar funcionava e, vez ou outra, os dois homens seguiam para a cidade a fim de que o Duque visse um pouco mais sobre o lugar onde passaria alguns meses.

Em meio a passeios e jantares, Brista tentava aproximar-se a todo custo, apesar de Lucian não demonstrar para ela nada além de cordialidade, o que a deixava extremamente frustrada. Judith também notou o pouco interesse do Duque em sua filha e aquilo a preocupou, afinal, sabia que a imagem de Charlotte, sua filha mais velha, poderia ter algo a ver com aquilo.

No entanto, preferiu não se manifestar, ao menos não naquele momento. Preferiu deixar que o homem se instalasse, que se sentisse à vontade entre eles e, só então, tentaria fazer com que os olhos dele se voltassem somente para Brista.

Naquele fim de tarde, fugindo de seu escudeiro e de seu anfitrião, Lucian cavalgou com a certeza de para onde iria. O cavalo trotava levemente e ele não tinha nenhuma pressa, aproveitava a luz quente do pôr do sol, que aquecia sua pele e o protegia da brisa fria que denunciava que a noite seria muito confortável.

Ao passo que cavalgava e se aproximava da casa, ele notou uma movimentação estranha no grande campo de flores. Parou o cavalo e, virando-se para olhar melhor, encontrou aquela que, intimamente, chamava de anjo. Ela estava distraída entre as flores, a luz do sol poente iluminava sua pele e fazia seus cabelos parecerem brasa viva. A brisa leve fazia o tecido se seu vestido flutuar vez ou outra, desenhando as belas pernas e a fazendo rir enquanto tentava manter o tecido no lugar, riso que chegava aos ouvidos dele como um belíssimo coral de anjos, como o som da felicidade.

Charlotte havia saído para cumprir com seu passatempo favorito.

Depois da tempestade, precisou esperar alguns dias para que as flores estivessem belas novamente e, naquela tarde, saiu para colher algumas e esfriar a cabeça. O Duque ainda ocupava seus pensamentos, mesmo que ela negasse esse fato todos os dias quando era pega pensativa por Annie. Alheia aos olhos escuros que estavam sobre ela, a ruiva tirava uma flor de cada cor, sentia seu perfume, sorria levemente diante da beleza que via na natureza e, então, colocava a flor delicadamente em sua cesta.

Lucian aproveitou seu momento de distração para descer de seu cavalo e, caminhando à passos de algodão, se aproximou, sem fazer barulho algum. Tinha um sorriso arteiro nos lábios e, aproveitando que a moça se encontrava de costas, pegou uma flor amarela, parando ali e esperando que ela se virasse enquanto observava como os belos cabelos avermelhados lhe caiam como uma cascata pelas costas.

Quando se virou, Charlotte sentiu o coração acelerar e o corpo gelar por alguns instantes. Seus olhos se fixaram no homem a sua frente, seu sorriso que transbordava malícia e sedução, seu corpo forte que tinha quase dois terços a mais de sua altura. Ele usava vestes simples, a camisa social estava dobrada até os cotovelos de forma nada elegante, expondo os braços fortes e se agarrando aos músculos, que pareciam muito convidativos para ela.

Depois de se dar conta de que estava o encarando demais, a ruiva desceu os olhos para a flor que ele trazia consigo, erguendo os olhos para ele novamente, com confusão estampada no olhar.

— Olá, senhorita Capman — falou ele, inclinando o corpo levemente para frente, num cumprimento cavalheiresco. — Achei que iria vê-la na casa principal, mas os dias se passaram e não a encontrei.

Lucian esperava uma explicação, mas duvidava que teria o que desejava. Charlotte parecia se envergonhar de algo e ele suspeitava que seu distanciamento de sua família tivesse algo a ver com isso.

“O que ela esconde?”, ele se perguntava, enquanto encarava os belíssimos olhos verdes. “Será que tem um filho? Ou já envolveu-se com algum homem? O que faz com que sua mãe a mantenha tão longe?”, os pensamentos iam e vinham em sua mente e ele não sabia mais o que concluir sobre Charlotte.

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