O dono do morro da babilonia romance Capítulo 22

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JN NARRANDO

Mosquito entra na sala com um envelope em mão, logo olho para RF que me encara.

Rafael era meu amigo de infância, crescemos juntos e conquistamos esse morro junto. Ele era o meu fechamento e o único que eu confiava aqui dentro.

- A ficha do policial - Mosquito entrega o envelope nas minhas mãos.

- Do tal Erick? - Eu pergunto

- Ele mesmo - Mosquito fala - É ele que tá caçando todos vocês.

Conhecia muito bem esse desgraçado, Ele tava tirando com a cara de todo mundo, perseguindo cada dono do morro desse rio de janeiro, Mas oque era dele tava guardado.

- Envia uma cópia para Luiz , para o TH e para o LK - Eu falo para ele que assente.

- Oque você pretende fazer? - RF pergunta.

- Porinquanto nada - Eu falo fumando um - Daqui a pouco a casa dele vai cair e aí pegamos ele.

Assim que saio da boca resolvo descer até a casa da Mariana, no caminho já encontro Patrícia e dou uma guinada para ela e a mesma já ficava toda arranhada. A puta era gostosa, era minha amante à anos, Mas fazia tempo que não procurava ela, já que agora eu só conseguia pensar na Mariana, e esses pensamentos já estava me deixando maluco.

- Antigamente você batia na porta - Ela fala bufando assim que entro na casa dela.

Ela terminava de fazer o almoço, sento na mesa e fico encarando ela enchendo nas panelas, A loirinha era linda, linda mesmo, seus cabelos cacheados e volumosos, seus olhos azuis, sua pele branquinha, seu rosto todo angelical e inocente , me fazia ficar louco, totalmente louco por essa mulher. Só que eu não poderia era entregar os pontos para ela não mesmo.

- Você tá drogado? - Ela pergunta - Não para de me encarar.

- Eu gosto de observar oque é meu - Eu respondo para ela - Sua mãe tá como?

- A cirurgia dela vai ser no final da semana - Ela fala - Eu precisava falar com você.

- Precisa de mais grana? - Eu pergunto enquanto ela coloca a comida na mesa e depois os pratos.

- Não, oque você me emprestou já é suficiente - Ela fala E eu assinto .

- Oque é então? - Eu pergunto para ela

- Eu preciso te pagar esse dinheiro de volta - Ela fala - Só que eu já procurei emprego por tudo , mas ninguém me pega porque você proibiu.

- Amante minha não trabalha - Eu falo para ela.

Dava para ver nos seus olhos que ela tava preocupada em me pagar. Mariana não iria admitir não devolver o dinheiro, Ela era orgulhosa. E eu adorava ver ela ficar nervosa por causa do orgulho.

- Mas eu preciso te devolver o dinheiro você colocou os seus homens par ame cobrar quando o prazo acabar - Ela fala

Quando o nome ia para o caderno das dívidas para cobrar,era cobrado duas vezes e depois era morte se não tivesse o dinheiro, Mas claro que isso não iria acontecer com ela só estava querendo colocar medo nela. Eu jamais admitiria que algo acontecesse com ela.

Ela serve o seu prato e eu sirvo o meu, a refeição tinha sido em silêncio.

- Você tem notícias da Milena? - Ela pergunta - A mãe dela veio perguntar sobre ela hoje para mim, ela estava muito mal.

- Outra idiota que nem você - Eu falo -Se eu tivesse notícia da Mielena eu já teria mandado ela para sete palmos do chão.

- Porque você gosta de me humilhar? - Ela pergunta é eu a encaro - Eu não tenho culpa se eu achei que ela fosse minha amiga, e me enfiei em uma furada por causa dela.

A furada era eu.

- O problema é que você gosta de pessoas que só te quer ver no fundo do poço - Eu falo para ela - Você precisa aprender muito ainda.

- Você tem razão Junior - Ela fala - Eu só gosto de pessoas que me afundam. - Ela limpa uma lágrima do seu rosto.

E não sei porque senti um ressentimento vindo das suas palavras.

- Porque você ainda me mantém aqui? - Ela pergunta me encarando - Você poderia ter quem você quisesse, você não precisa de mim para nada, você pode ter a garota que você quiser, mais bonita, mais peituda, mais bandida, com o corpo mais bonito.

Sorrio escutando as suas palavras.

- Eu não quero nenhuma outra garota agora Mariana - Eu respondo - Só você me basta no momento, eu não vou te dar o gosto de te deixar ir.

- Porque você faz isso? - Ela pergunta - Me deixa ir embora JN, eu sumo e nunca mais volto.

- Você só sai do meu lado morta Mariana - Ela engole seco - Não sei nem oque vai acontecer no futuro mas você só sai do meu lado morta.

- Isso não vai demorar acontecer então - Ela fala - Se você continuar me agredindo do jeito que você me agride, Eu vou morrer logo.

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Mariana narrando

Jn tinha deixado eu ir até o hospital ver a minha mãe,minha tia Renata tinha insistido que isso seria bom. Hoje seria s cirurgia dela e eu tava bastante aflita.

- Ei - Sinto a voz do JN me chamando assim que tava passando a barreira -Ta surda Mariana? - Ele grita mesmo sabendo que eu tinha parado para esperar ele.

- Oi - Eu falo para ele

- Tá indo lá Já? - Ele pergunta com um tom de voz mais baixo.

- Sim a cirurgia tá marcada para daqui algumas horas - Eu falo

- Você sabe a hora que vai voltar? - Ele pergunta e eu nego - Vou mandar um vapor te levar.

- Obrigada - Ele me encarava.

O seu tom de voz tava mais baixo e o povo tudo olhando curioso, os seus olhos se encontra com o meu. Eu estava mal, minha mãe corria risco de vida e tudo isso estava me deixando louca. Se ela morrer? Quem eu iria ter nessa vida? Ele? Ninguém?

- Qualquer coisa tu avisa - Ele fala e eu assinto com a cabeça.

- Quem que via me levar? - Eu pergunto

- Tatu - Ele diz - Já tá com o carro te esperando no asfalto.

- Ok - Eu falo - Até depois - Ele assente com a cabeça apenas.

Respiro fundo e continuo descendo até o carro, assim que chego entro e Tatu que eu conhecia apenas de vista me leva até o hospital, agradeço ele por te me levado e ele deixou claro que as ordens era do sair da ali comigo junto. Eu sei porque JN faz isso porque ele sabe que vou ficar com pena do garoto ali me esperando e aí não vou querer demorar.

Ele me conhecia, e me conhecia muito bem. Aí eu pergunto qual tempo ele tinha para ficar reparando nas minhas manias e do jeito que eu era ? Se quando ele tava comigo ele só queria me agredir ou transar comigo e nada mais do que isso.

- Oi - Eu falo para tia Renata - Ela tá acordada?

- Sim - Ela fala

- Ela sabe que eu ia vir? - Ela assente - E como ela reagiu?

- Entra lá - Ela fala e eu assinto com a cabeça.

Assim que abro a porta a minha mãe olhava para o teto, pensativa e nem sequer piscava os olhos.

- Mariana - Ela fala em quase um sussurro e eu vou me aproximando da cama - Que bom que você veio minha filha.

Eu acho que deram alguma droga para ela.

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Mariana narrando

- Oi mãe - Eu falo me aproximando dela. Ela estava muito debilitada.

O médico já tinha dito quais eram as chances da cirurgia dar certa, e a chances eram 50% apenas.

- Me perdoa - Ela fala - Me perdoa por tudo,eu sei que não tenho o direito de te pedir isso agora,mas eu preciso escutar que você me perdoa para eu morrer em paz.

- Você não vai morrer - Eu falo - Você vai passar por uma cirurgia e a senhora vai sair bem dessa.

- Você sabe que não - Ela fala com um fio de voz, sua voz estava rouca E dava para ver o esforço que era para ela falar.

- Fica calma - Eu falo pegando na sua mão - Eu estou aqui com você, e vou está quando a senhora sair da cirurgia.

- Eu não vou entrar nessa cirurgia - Ela fala e eu à encaro - Eu só preciso que você me diga que você me perdoa.

Eu engulo seco escutando as suas palavras,meu coração acelera na mesma hora e meus olhos enchem de lágrimas.

- Eu te perdoo mãe - Eu falo

- Mariana você ainda vai ser muito feliz - Ela fala - Deus está te preparando uma vida cheia de alegrias.

Não imagina que ela acreditava em Deus.

- Ao lado da senhora, Não é mesmo? - Ela nega com a cabeça.

- Eu vivi a minha vida toda amargurada - Ela fala - Achando que você era fruto de uma enganação, Mas seu pai te aceitou do jeito que você era.

- Oque a senhora tá falando? - Eu pergunto

- De tudo - Ela fala - Só me perdoa e quero que saiba que eu amo muito você.

As lágrimas começam a descer, Quando a porta se abre e era dois enfermeiros.

- Fabiana viemos te levar para a cirurgia - Um fala entrando quando os computadores começam apitar e quando olho para a minha mãe ela já estava com os olhos fechados - Ajuda preciso de mais médicos no quarto 2A.

- A senhorita precisa vir comigo - o outro fala

- Minha mãe não posso deixar minha mãe aqui - Eu falo chorando

- A senhorita precisa ir - Uma outra enfermeira fala me guiando quase a força para fora do quarto enquanto eu só conseguia olhar para a minha mãe na aquela cama.

Quando chego na sala de espera tia Renata estava me esperando ela me abraça forte E eu desabo chorando.

Meu telefone começa a tocar e era JN me ligando, eu atendo o telefone aos planos.

Jn: Mariana?

Mariana: Vem para cá por favor.

Jn: Oque aconteceu? Tá tudo bem ai?

Mariana: minha mãe tá morrendo.

Era loucura eu querer uma pessoa que me fazia tão mal ao meu lado em uma hora dessa? Sim era loucura, mas não sei porque, A minha única reação quando eu vi o seu nome na tela do meu celular foi pedir para que ele viesse para ca.

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Mariana narrando

- Ela não resistiu - O médico fala olhando para eu e a tia Renata.

Eu fico sem chão na mesma hora, eu estava me sentindo totalmente imponente. Eu tinha perdido a minha mãe e a dor era a mesma de quando eu perdi o meu pai.

- Mariana - Olho para o lado vendo a Catarina e Cecília - Vem cá - Ela fala me abraçando

- Eu sinto muito amiga - Cecília fala

- Como vocês ficaram sabendo? - Eu pergunto

- JN avisou e pediu para o meu pai para que nos viesse para cá - Ela fala

Ele não vem.

E porque eu estou me importando com isso?

- AnaLu, Alexya e Gabriela estão à caminho - Cecília fala

- Não precisava - Eu falo

- Somos amigas e amigas serve para isso - Catarina fala.

Logo as meninas chegaram e me deram todo apoio do mundo, em passo de mágica todas as coisas foram resolvida para o enterro dela.

- Querida - Lua diz assim que me vê - Eu sinto muito pela perda da sua mãe, não é fácil - Ela me abraça forte. Olho para os lados vendo Paula, Joana, Luiza e Tais junto dela.

- Você pode contar com nos - Tais fala - Se você quiser você pode dormir lá em casa com a Catarina, você vai ser muito bem vinda lá.

- Obrigada - Eu falo para ela que abre um pequeno sorriso.

Elas não saíram do meu lado nem sequer um segundo, tinha pouca gente no enterro dela, alguma pessoas que eram amigos ou conhecia minha mãe a muito tempo, mas família mesmo não tinha ninguém. Minha mãe nunca falou de outros parentes dela nem mesmo sobre a mãe além da Tia Renata e meu pai perdeu toda a família em um acidente de carro quando pequeno, seus pais e seus irmãos, Ele tinha sido o único sobrevivente de tudo.

- Você tem certeza que vai ficar bem? - Catarina pergunta

- Podemos ficar com você - Gabriela fala

- Tá tudo bem - Eu falo

- Você não vai ter escolha - AnaLu fala - Nos vamos ficar com você.

- Até porque amiga é para isso - Alexya fala

Catarina me abraça e me leva para dentro de casa, eu estava feliz que não ia ter que ficar sozinha hoje, então nem reclamei delas terem escolhido ao invés de fazer qualquer coisa da vida delas elas escolheram de ficar comigo aqui nessa casa.

- Ele não te ligou? - Catarina pergunta sobre JN.

- Ele não se importaria com isso - Eu falo - Ele tem mais coisas para se preocupar - ela me encara em silêncio e eu abaixo a cabeça.

Eu não entendo o porquê eu estava me importando se ele iria esta aqui ou não.

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