Casada com a Fera romance Capítulo 47

Eu estava em pura agonia, andando de um lado para o outro sabendo que o telefone tinha sido desligado de alguma forma e tudo o que eu conseguia era esperar por uma resposta de John, não me surpreenderia se abrisse um buraco no chão de tanto andar de um lado ao outro.

Imaginar o que poderia estar acontecendo com Sophie e como isso ia afetar ainda mais a saúde dela, era o que estava me matando. Sophie deveria estar em casa, descansando, sendo bem cuidada, se tratando e cuidando dos nossos filhos, não na mira de armas, sendo arrastada por uma lunática pra sabe Deus onde.

Mas então meu celular tocou e eu atendi no primeiro toque, desesperado por notícias.

— Onde ela está John? Me diz que está com ela? — perguntei em desespero, mas o suspiro contido dele me dizia que não eram notícias boas.

— Não chefe, chegamos aqui e não tinha nenhum sinal deles. Alejandro está sendo socorrido agora, Magie também está indo de ambulância para examinar todos os machucados.

— Vá com eles John, vá e garanta que tenham tudo do melhor pago. Sophie iria querer isso... — minhas palavras morreram sem força ao pensar nela presa com Emily.

— Chefe ela está bem, a garota é durona. — ele tinha razão, Sophie era mais forte do que qualquer um de nós imaginava.

Desliguei o celular e deixe que meu corpo caísse no sofá, a dor de não saber o que estava acontecendo, o medo do pior, tudo isso somado a noção de que a culpa era minha por não ter caçado ela antes, me desmontava aos poucos.

— Patrick! — minha mãe surgiu gritando ao meu lado e eu tratei de limpar minhas lágrimas, queria parecer forte por nós, por toda a família. — É o Cris! Ele achou a Sophie!

Aquelas poucas palavras tiveram o poder de me encher de vida novamente, sentia como se meu coração tivesse recebido uma carga nova de energia e meu corpo todo tivesse se iluminado novamente.

Pulei do sofá no mesmo segundo e puxei o celular da mão de minha mãe, desesperado para ouvir a voz dela, necessitando daquela confirmação para tranquilizar meu coração.

— Sophie? Meu amor é você? — questionei ansioso para ouvir qualquer coisa, desde que saísse da boca dela.

— Pat, sou eu amor! Eu estou bem, está tudo bem! — ela afirmou parecendo alegre apesar de toda a maldita situação. — Estamos no carro, logo estaremos em casa.

— Sophie! — murmurei sentindo o alivio tomar meu corpo e desabei, deixei que as lágrimas caíssem, não me importando mais em me fazer de forte. — Não sabe o quanto queria estar ai, queria ter estado com você.

— Não ia querer estar aqui, não depois que tudo se tornou uma bagunça de policiais, ambulância e legistas...

— Legistas? Quem morreu Sophie? — dessa vez meu coração não disparou, pois eu sabia que ela estava bem e em segurança. — O que aconteceu ai e como Cris conseguiu te tirar das mãos daquela maluca?

Sophie fez uma longa pausa, onde eu só conseguia ouvir a voz dela. Não entendi o porque do suspense, mas com certeza não era algo bom.

— Cris já estava lá quando chegamos, os dois comparsas de Emily se renderam facilmente entregando as armas, mas ela me segurou colocando uma arma contra minha cabeça e eu... eu só reagi, me defendi dela Patrick, peguei a faca que tinha escondido e esfaqueei ela com desespero, querendo me ver livre das mãos dela e longe da mira da arma. — ela soltou em uma enxurrada. — Eu não pensei, não... não sei o que me deu de verdade, quando dei por mim ela estava caindo no chão e eu só estava aliviada de saber que ela havia morrido, não teria mais que me preocupar em sermos perseguidos por ela.

— Emily está morta? — eu questiono mesmo que tivesse ficado claro com as últimas palavras de Sophie, mas quase não da para acreditar na notícia. — Morta de verdade?

— Eu... sinto muito. Sei que vocês dois tiveram uma vida, algo complicado e que você não teve a chance de ter um desfecho.

— Eu não sinto! — exclamei interrompendo qualquer remorso ou sentimento de culpa que ela pudesse estar tendo nesse momento. — Não tínhamos assuntos inacabados, qualquer assunto que eu tivesse com ela morreu no dia que você entrou por aquela porta Sophie e mudou tudo, qualquer coisa que ela fez me transformou em um homem amargo, vazio e sem esperança. Foi você que me lembrou que a vida não era só isso, mesmo sem perceber você me mostrou que eu podia lutar e sair daquela escuridão. — confessei mais uma vez e não me cansaria de repetir isso. — Emily merecia algo muito pior por todo sofrimento que causou e estava disposta a continuar causando.

Ouvi um soluço vindo do outro e quis tanto estar lá para poder consolá-la nesse momento, Sophie já estava sensível e depois do que aconteceu eu nem consigo imaginar o que ela deve estar sentindo.

— Te amo tanto! — exclamou entre os soluços. — Ai meu Deus estou parecendo uma manteiga derretida. Preciso de você Patrick, preciso do seu abraço agora mesmo.

— E eu preciso de você aqui, na nossa casa, nos meus braços!

Depois que Sophie desligou eu corri pedindo que Holly fizesse a comida favorita dela, hoje seria uma noite onde eu só iria me preocupar em cuidar da minha esposa, amanhã eu poderia voltar a me importar com os problemas, com o tio dela e o primo, os processos e todo o resto da merda, mas hoje era sobre Sophie!

Quando o carro apareceu nos portões da propriedade eu já estava parado na porta esperando ansioso, parecia um maluco obcecado, mas passar esse tempo de incertezas, sem saber como ela estaria me deixou assim.

Sophie abriu a porta antes que John estacionasse direito o carro, mas eu não posso dizer muito já que a puxei para mim no mesmo instante. Seu corpo pequeno se moldou ao meu com perfeição enquanto eu a erguia do chão pronto para levá-la para dentro. Até que latidos baixinhos me pegaram e eu olhei para o chão vendo as duas bolas de pelos correndo atrás de nós enquanto latiam e abanavam os rabinhos intensamente.

— É bom se acostumar, logo logo serão duas crianças correndo atrás de nós dois assim. — ela murmurou com um sorriso pequeno nos lábios e eu encarei seu rosto, querendo gravar cada detalhe.

— Não vejo a hora disso acontecer. Sem sombra de duvidas manterei um sorriso largo todos os dias.

Sophie jogou as mãos em volta do meu pescoço e beijou minha bochecha direita.

— Mesmo nas noites em claro? — eu concordei com a cabeça e ela me deu um beijo do outro lado. — E com todas as fraldas sujas? — acenei mais uma vez positivo, mostrando que isso não me intimidaria. — Acho que vou mandar colocarem isso por escrito e fazer você assinar.

Beijei o pescoço dela esfregando minha barba fazendo cocegas só para ouvir a risada dela se transformar em gargalhada enquanto ela jogava a cabeça para trás.

— Oh que felicidade ver vocês dois assim! — foi Holly quem exclamou, pois minha mãe já estava brincando com os filhotes. — Fiz sua lasanha favorita, Patrick insistiu.

— E eu agradeço, estou morrendo de fome. — coloquei Sophie no chão e deixei que ela fosse abraçar as outras duas mulheres.

— Foi uma noite e tanto, não é menina?

— Você não tem ideia Holly, só estou feliz que esse pesadelo acabou. — Sophie se virou abraçando minha mãe, que tinha ficado mais do que feliz em saber que Emily já não era mais uma ameaça para nós.

— Graças a Deus está em casa, agora precisa comer algo e descansar! — minha mãe sugeriu enquanto envolvia as mãos na barriga de Sophie e a acariciava.

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