Segunda Chance(Completo) romance Capítulo 28

Alejandro se recostou no poste ao seu lado ao suspirar. Assim que ele sairá do carro, avistou Valentin sair de casa apressado em seu carro, sem dar tempo de fazer algum sinal e comunicá-lo de sua presença. Já estava indo embora quando olhou para trás ficando perplexo ao ver Jessy sair da casa de Valentin. Olhou para o relógio em seu pulso constatando o horário.

–Ela passou a noite ai – percebeu alarmado – será que ele esta indo tão longe assim? – indagou-se temeroso pelo seu amigo. A viu caminhar para longe e suspirou – terei que intervir para o final não ser pior? – se perguntou ao fechar os olhos com força, abrindo-os em seguida. Alejandro havia ido ate Valentin para conversarem e ele lhe falar sobre o seu encontro, mas perdeu todo o bom humor ao perceber ate onde ele estava indo. Continuou observando Jessy caminhar solitária com o semblante sério ate perde-la de vista. – Ele realmente.. esta sendo cruel.

***

Jon sorriu contente ao depositar uma jarra de suco e algumas frutas juntamente com pão em cima da pequena mesa na cozinha de Jessy. Aproveitou que ela ainda encontrava-se em seu quarto, dormindo, para sair e comprar algumas coisas. Com pesar, percebeu o modo relapso com que ela estava vivendo. A cada instante desejava ajudá-la ainda mais.

“Mas não foi desse jeito que acabei me apaixonando na ultima vez?” se questionou em pensamento ao lembrar-se de sua esposa com pesar. Os anos haviam passado, ele havia se perdoado, mas ainda sentia falta dela. Sentia falta do amor que sentia por ela.

–O que..esta fazendo? – Jessy indagou ao olhar para o homem de costas para ela arrumando a mesa com extrema delicadeza. – pensei que já tivesse ido embora.

–Não poderia ir e te deixar sozinha – falou sorrindo ao virar-se – me parece estar melhor – as maçãs de sua face estavam mais avermelhadas, em um tom natural, e seu rosto possuía mais cor – vejo que o repouso lhe fez bem.

–Sim – assentiu ao olhar em volta e ver as roupas que outrora estavam pelo chão, se encontravam agora dobradas e depositadas em cima de uma poltrona.

–Não lavei e nem arrumei por não saber se era isso que desejava – explicou ao ver o seu olhar percorrer o pequeno cômodo – mas fiz o possível para arrumar tudo.

–Porque fez isso? Eu não lhe pedi – tornou séria. A anos demonstrava a si mesma, dia após dia, que conseguia viver sem depender da ajuda de ninguém. E ao ver Jon, um homem que nem a conhecia direito, fazer tudo aquilo sem pedir nada em troca, apenas uma coisa lhe vinha a mente: ele estava com pena dela.

–Quis ajudá-la – falou sem jeito – me desculpe se ultrapassei o limite, mas não pense nisso, não agora. Venha comer um pouco. Deve estar se sentindo fraca ainda, não é?

Jessy olhava incrédula para Jon. Ela sabia que estava sendo grossa e errada dada a situação, mas não conseguia evitar. Jon mantinha-se parado em sua frente com a culpa estampada em sua face, o que a deixou desarmada.

–És tão generoso que não tem como brigar contigo – murmurou para si ao ir em direção a cadeira, sentou-se e olhou para o homem em pé ao seu lado – sente-se também. Vamos comer junto. Deve estar cansado por arrumar tudo. –ao ver o sorriso brotar nos lábios de Jon, sentiu-se feliz. Jessy sorriu para ele e sem perceber seu pensamento foi em direção a Valentin. Indagou-se o que ele estaria fazendo naquele momento.

–Me diga, Jessy.. porque quase não tem nada na geladeira? – Jon indagou ao vê-la levar o copo com suco aos lábios – não anda se alimentando bem, não é?

–Não é isso.. – falou desconcertada – apenas não tenho tempo.

–Deseja ir de encontro a ele? Deseja se encontrar com o homem que amava e agora estar morto? – a viu olhar para ele com surpresa, desviando seu olhar em seguida – não pensei que fosse tão fraca. Há quanto tempo esta desse jeito?

–Não estou sendo fraca – tornou calma sem encará-lo – apenas..

–Só o ama tanto que não consegue pensar em sua vida sem ele. Eu sei – disse sério – não falarei como medico e sim como um amigo, pois é isso que me considero seu, estou preocupado, de verdade.

–Não é justo. Não pode chegar aqui e me fazer sentir culpada – murmurou cabisbaixa.

–Eu sei. Também não acho justo alguém como você viver dessa forma. Não se alimenta, vive para um homem que esta morto, para um pai em coma e me parece ver a morte como uma saída. Isso.. é loucura.

–Todos temos um pouco de loucos dentro de nós, doutor – respondeu com um sorriso triste na face – mas.. não vejo a morte como uma saída. Chego cansada demais para pensar ou querer comer, porque é isso o que faço. Canso-me o máximo possível para quando chegar em casa e não ficar lembrando dos momentos felizes em que passei com Victor. Passo a semana desejando que o final de semana nunca chegue para não encontrar o meu pai deitado naquela cama de hospital – a medida que falava lagrimas teimavam em cair pelos seus olhos – e por mais que o tempo passe, ainda continuarei chorando pelos dois. E sabe por quê? Porque eu os amo e sempre amarei. Me perdoe por colocar a minha saúde por ultimo, mas todos que eu amo acabam morrendo então.. Porque não posso ter o mesmo destino? Talvez eu não ficasse tão só. Realmente acreditou que eu estava tão bem? A anos não sei o que é estar feliz. Nunca mais fui feliz desde que Victor morreu, nem por um segundo sequer.

Jon suspirou ficando em silencio. Levantou-se e foi ate onde ela estava. Se abaixou e a abraçou com cuidado. A cada instante, a cada lagrima que molhava a sua camisa, seu coração batia mais for por ela. Era inegável os seus sentimentos. Seus rostos estavam tão próximos que Jon podia jurar que as lagrimas dela eram as suas. Continuaram abraçados ate que o barulho do celular de Jon a fez se afastar dele.

–É melhor atender – Jessy falou ao limpar as lagrimas de sua face. Jon permaneceu no mesmo lugar, ainda abaixado, segurou na mão de Jessy e a beijou – o que..

–Sei que deve estar doendo. Seu coração ainda esta muito machucado, não é? – disse ao olhar para a sua mão – se me permitir posso tentar curá-lo. Serei paciente, gentil, amoroso e sempre estarei ao seu lado. Pode me aceitar? Pode tentar pensar em nós como um casal? – indagou e ao olhar para ela viu espanto em seus olhos. Sorriu fraco ao segurar em seu queixo e depositar um beijo calmo e leve em seus lábios.

“Este pode ser um inicio para nós dois” ele pensou ao sentir os lábios dela. Jessy fechou seus olhos aos poucos como se assimilasse a situação aos poucos. Deixou que o beijo fosse aprofundado sem pensar nas consequências. Ela não pensou na ilusão que estava dando a Jon e nem em como seus sentimentos poderiam ficar confusos a seguir.

***

Grace olhou para as fotos depositas em cima da mesa da cafeteria que encontrava-se. O homem, possuía cabelos pretos com algumas mechas brancas, olhos cansados, mas um olhar determinado, a sua frente mantinha o semblante sério, habitual em sua linha de trabalho e olhou em busca de algum resquício de atitude da mulher a sua frente. Bruce Forman conhecia Grace Magno há algum tempo desde que ela lhe pedira para seguir o seu filho, Victor Magno, o qual falecera a algum tempo. Ele fora o detetive que a informara sobre o relacionamento dele com uma mulher chamada Jessy Smiths. Bruce não sabia o motivo, mas desde que vira a mulher com o jovem herdeiro dos hotéis Magno sentia que poderia existir amor no mundo. Ao ser chamado por Grace, novamente, ficou surpreso ao ver Jessy se relacionar com Valentin, o irmão gêmeo de Victor.

–Eles estão se relacionando então – Grace tornou fria ao olhar para uma foto que fora tirada aquela manha, onde Jessy saia da casa de Valentin.

–Não sei dizer ainda – falou evasivo. – podem ser amigos. Ate onde vi eles estão conversando – mentiu ao esconder o que vira entre eles. Com seus equipamentos havia visto uma cena inusitada.

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