Irmã Adotiva romance Capítulo 22

O dia nem havia amanhecido, e eu tive que levantar muito pra organizar as mercadorias que eu não organizei, e depois tomei um banho pra levá-las pra despachar, e quando fui pegar as chaves do carro, eu não achei.

Gustavo: Você está procurando isso?

Quando eu olhei pra trás, eu vi o Gustavo com as chaves.

Eu não o respondi, eu apenas estiquei a mão e esperei que ele me desse as chaves.

Gustavo: Vamos, eu vou ajudar você.

Falou, saindo da casa e indo pra garagem.

Eu senti vontade de falar horrores pra ele, mas eu optei por continuar em silêncio.

Coloquei tudo no carro, e depois entrei.

Gustavo: Onde devo te levar?

Eu coloquei o endereço no GPS, e me mantive calada.

Gustavo: Então vai ser assim? você não vai mais falar comigo?

A verdade era que eu ainda estava bastante magoada com ele, mas eu sabia que ele estava tentando se desculpar.

Fomos em silêncio o caminho todo, e quando chegamos na distribuidora, ele me ajudou a tirar tudo de dentro do carro, e esperou enquanto eu fazia o que eu precisava.

Na volta pra casa, vi que ele mudou o caminho, e eu o olhei, segurando a vontade que eu tinha de perguntar pra onde ele estava nos levando, mas me mantive firme.

Levamos vinte minutos até chegar em uma estrada de pedras totalmente deserta, ele poderia facilmente me matar e abandonar o meu corpo nela.

Chegamos em um enorme campo com árvores e plantas, e tinha uma mansão abandonada no meio, e eu nunca soube da existência desse local.

O Gustavo parou o carro, e depois me encarou.

Gustavo: Eu sempre vinha aqui com os meus amigos da escola quando a gente queria matar aula, e eu também gostava de vim aqui pra pensar e estudar pro vestibular, muitas vezes eu pegava a bike e passava a tarde por aqui, pois o local é silencioso e bonito.

Eu não sabia onde ele queria chegar, e nem o motivo que ele me levou até o local, mas enfim eu decidi que era o momento de eu abrir minha boca.

- Porquê você me trouxe aqui Gustavo?

Ele ficou alguns segundos em silêncio e depois desceu do carro, deu a volta nele e abriu a porta pra mim.

Gustavo: Desce, vou te levar pra um lugar.

Eu desci, e o segui.

Caminhamos até a casa, e fomos pra de trás dela, pegamos uma pequena trilha, que dava acesso a um lindo lago.

- Caramba.

Gustavo: Eu sei, é lindo né?

O local tinha muitos coqueiros, e uma cabana que parecia receber manutenção com frequência.

- A quem pertence esse lugar? e quem cuida daqui?

Gustavo: Essa casa pertenceu a uma família muito rica, e os herdeiros não quiserem reformar depois que a matriarca morreu, mas o que eu sei é que periodicamente eles mandam alguém pra cuidar das plantas, das árvores e pelo estado da cabana, eles também fazem manutenção nela.

- Acho um milagre muito grande ninguém ter destruído isso aqui.

Gustavo: Não destroem porquê os donos permitem o uso do espaço.

- Como assim?

O Gustavo caminhou até a cabana, colocou a mão dentro de um jarro de plantas, e retirou de lá uma chave, e depois abriu a cabana.

O local tinha cama e móveis, todos feitos com material artesanal, e tinha um quadro que estava escrito: Cuide do que você usa.

Gustavo: Esse lugar sempre foi o meu preferido.

- Você já trouxe alguém aqui? digo, eu sei que você vinha com seus amigos pra matar aula, mas quero saber se...

Gustavo: Eu nunca trouxe nenhuma garota aqui, mas meus amigos já, mas pra usar esse lugar, tem que trazer colchas, lençóis, lamparina, e água pra beber, a única coisa que tem aqui é água pra tomar banho, aqui fica totalmente escuro a noite e não possui eletricidade, já fizemos um luau aqui, e foi muito massa, eu tenho ótimas lembranças da minha juventude e fico feliz que nada tenha mudado e que continue bem cuidado e organizado.

- Obrigada por me trazer aqui.

Ele se aproximou de mim, e eu não me afastei.

Gustavo: O você quer Mia?

- Como assim o que eu quero?

Gustavo: Você me confunde, as suas mudanças de humor me deixam maluco, e saber que você não terminou com o Caio me levou ao limite, eu não quis magoar você, mas você me irrita com tudo isso.

- Eu não vou terminar com o Caio só porquê você quer.

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