Irmã Adotiva romance Capítulo 23

Já fazia dias que eu não tinha uma boa noite de sono, pois tudo envolvendo a Mia ficava bagunçando a minha cabeça, mas depois de vê-la tão magoada, indiferente e afastada, decidi que eu resolveria a nossa situação.

A Mia não era só uma menina de 18 anos, ela era um mulherão da porra, pois apesar da pouca idade, ela era responsável, esforçada, dedicada às coisas que alavancavam a vida dela.

Eu sabia que no dia seguinte ela iria precisar de ajuda com as mercadorias dela, pois o mané do namorado dela não apareceu, e eu não sabia se foi a pedido dela ou ele simplesmente decidiu não aparecer, e eu vi que se eu queria me desculpar pelas coisas que fiz, eu deveria fazê-la me escutar.

Quando passei pelo quarto dela, reparei que ela já estava acordada pelo som dos passos dela, então eu fui até a sala e peguei as chaves do carro da minha mãe que ficava ao lado da TV, mas fiquei em dúvida se ela usava o carro da minha mãe ou do meu pai, mas o da minha mãe tinha mais a cara dela, então foi essa chave que peguei.

Fui pro meu quarto, tomei um banho, me arrumei, peguei a minha habilitação, e quando cheguei na sala, vi que ela estava procurando as chaves, e quando ela percebeu que eu estava com elas, ela esticou a mão e esperou que eu as entregasse, mas eu não fiz isso, eu estava decidido a fazê-la me ouvir, então eu disse que a ajudaria com os despachos.

A verdade era que o silêncio da Mia era perturbador, eu queria ter o poder de adivinhar o que ela estava pensando, mas todas as minhas tentativas de fazê-la abrir a boca falharam miseravelmente.

Na hora que estávamos no carro, perguntei onde eu deveria levá-la, e ela simplesmente colocou o endereço no GPS e continuou calada.

Eu estava tentando, e eu só queria que ela aceitasse ter uma conversa comigo, e eu até que perguntei se ela continuaria sem falar comigo, mas não obtive resposta, e eu sabia que ela estava magoada, mas eu não sabia mais o que fazer pra ter o perdão dela.

Quando chegamos na distribuidora, eu a ajudei com a mercadoria, e depois fiquei esperando ela despachar, e enquanto isso fiquei pensando na melhor forma de arrancar dela alguma palavra, nem que fosse pra me atacar, qualquer coisa era válida.

No caminho de volta pra casa, passamos por uma estrada que eu sempre pegava pra ir pro meu canto favorito na época da escola, e como uma decisão repentina, decidi ir por esse caminho, sem saber ao certo se o local continuava da mesma forma, percebi que ela olhou pra mim, como se soubesse que o caminho não era o de casa, mas ela não perguntou nada.

Quando chegamos ao local, me deparei com o mesmo casarão que não sofreu nenhuma alteração nos últimos anos, a Mia olhou ao redor, sem entender muito bem o que estava acontecendo, foi então que eu expliquei o que o local significava pra mim e o que eu costumava fazer lá, e depois de me ouvir atentamente, ela finalmente falou comigo e me perguntou o motivo de eu tê-la levado lá, eu desci do carro, e abri a porta pra ela e pedi pra ela descer, pois eu queria levá-la a um lugar.

Ela desceu e me seguiu até a um lago que sempre eu ia com os meus amigos, e tinha também uma cabana que a gente sempre usava quando queríamos fugir da realidade da nossa vida, não que a vida fosse ruim, mas o local sempre foi calmo, silencioso, e eu gostava de estudar lá.

A Mia quando viu o lugar, ficou surpresa, e a cabana parecia bem cuidada, isso significava que continuavam fazendo manutenção no lugar.

A Mia perguntou de quem era o local, e eu expliquei tudo pra ela, a conversa finalmente estava fluindo, mas o assunto que eu queria falar com ela era outro.

Ela disse que achava um milagre o local não ter sido destruído por ninguém, acontece que as pessoas usam o local, e se usam não tem porquê destruir, ela não entendeu o que eu disse, então eu mostrei.

Na época que eu frequentava o lugar, a chave da cabana ficava no vaso, é claro que o vaso não era o mesmo, mas a chave continuava no mesmo canto.

Eu peguei a chave, abri a cabana e entramos nela.

A Mia ficou impressionada com a organização de tudo.

Quando eu disse que lá era o meu lugar preferido, ela perguntou se eu já tinha levado alguém nele, eu sabia exatamente o que ela estava querendo saber, e então eu respondi que nunca levei nenhuma garota lá, e que pra usar o local era preciso levar colchas, lamparinas e etc, e que até já fizemos um lual na minha época de escola.

Ela agradeceu por eu ter levado ela lá, e eu vi uma chance de iniciar o assunto que eu queria.

Eu me aproximei dela, que não se afastou, e eu perguntei o que ela queria, pois ela estava me confundindo com as mudanças de humor dela, e que ela estava me deixando louco, e que eu não queria magoá-la, eu apenas estava com raiva por ela não ter terminado com o Caio, e ela falou que não iria terminar com o Caio só porquê eu queria.

Eu perguntei se o papo que ela disse que não conseguia ignorar os sentimentos dela era mentira, e ela ficou pensativa, o que de certa forma me deixou tenso, mas eu precisava de uma reposta, então eu chamei a atenção dela pra que ela me respondesse.

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