Irmã Adotiva romance Capítulo 26

- Mãe, deixa eu explicar, eu...

Eu me levantei e tentei explicar pra ela, mas ela deu dois tapas na minha cara, de uma lado e do outro, o Gustavo se levantou, vestiu o short na velocidade da luz e também tentou se explicar, mas ela estava completamente transtornada.

Mãe: Eu não quero saber de explicação nenhuma, eu quero os dois fora da minha casa, esqueçam que vocês tem mãe.

As palavras dela me atingiram de uma forma inexplicável, eu já fui abandonada pela minha mãe biológica, mas nunca esperei ouvir isso da mulher que me deu amor e me tratou como filha.

As lágrimas começam a cair do meu rosto, enquanto eu ouvia ela gritar, chamando a gente de traidores, promíscuos, incestuosos.

Tudo bem, ela estava magoada, mas o Gustavo não era o meu irmão de sangue, nós nunca criamos um laço de irmãos, então na minha cabeça, isso não deveria ser o fim do mundo.

Ela colocou a mão no coração, e chorou copiosamente, eu tentei me aproximar, mas ela gritou ainda mais.

Mãe: Como vocês puderam fazer isso comigo? com a nossa casa, com a nossa família? era por isso que você ficava daquele jeito, cheio de ciúmes, toda vez que falávamos do Caio. Ela disse olhando pro Gustavo.

Gustavo: Mãe, nada foi planejado, só aconteceu, e a Mia não é minha irmã de sangue.

Mãe: Isso não interessa, sangue aqui não conta, vocês são irmãos e ponto, meu Deus Gustavo, ela só tem 18 anos, ainda é uma menina, falou aos berros e entre lágrimas.

- Mãe, eu não sou uma menina, eu sou uma mulher, eu também escolhi isso, a culpa não é só do Gustavo.

Mãe: Já que você é uma mulher Mia, você pode tirar as suas coisas de dentro da minha casa e viver a sua vida de adulta, e você também Gustavo, eu não quero essa safadeza dentro da minha casa. Eu vou ligar pro pai de vocês, e eu quero vocês fora daqui no máximo em uma hora.

Ela saiu chorando do meu quarto, e o Gustavo me abraçou.

- E agora Gustavo? O que nós vamos fazer? perguntei em prantos.

Gustavo: Primeiro você vai tomar um banho rápido e arrumar as suas coisas Mia, nessas condições, não tem muita coisa a ser feita, nós podemos alugar um canto pra gente.

- Você tá dizendo que vamos morar juntos?

Gustavo: Que diferença isso vai fazer Mia, nós já não estamos morando?

Eu fiquei pensativa, pois eu achava muito precipitado morar com o Gustavo, sendo que ainda nem definimos ainda o que iríamos ser.

- Se a gente fizer isso, vamos estar confrontando os nossos pais Gustavo, aí sim eles nunca irão nos perdoar.

Ele me olhou, e limpou as lágrimas do meu rosto.

Gustavo: Mia, se você quiser mesmo que fiquemos juntos, teremos que confrontá-los de qualquer forma, ou eles nunca irão se acostumar com isso. O quê você quer fazer? quer ficar comigo ou quer fingir que isso não tá acontecendo?

Ele tinha razão, não havia mais nada a fazer pra diminuir o impacto da situação.

- Tudo bem, eu vou tomar um banho.

Gustavo: Eu vou fazer o mesmo e arrumar as minhas coisas.

Ele saiu e eu fui pro banheiro, e voltei a chorar, o desespero estava tomando conta de mim, eu estava com medo do que viria, eu estava com medo de quebrar a minha cara e ficar sozinha no mundo.

Depois do banho, coloquei uma roupa, peguei algumas malas, coloquei tudo de importante que eu tinha dentro delas e algumas roupas, e sentei na cama, pensando no que eu faria da minha vida, mas meus pensamentos foram interrompidos por gritos, socos e coisas quebrando.

Eu saí correndo do quarto e vi o meu pai e o Gustavo brigando, o Gustavo não reagia, mas o meu pai estava batendo muito nele.

- Pai para, gritei enquanto corri na tentativa de impedi-lo de continuar.

O meu pai se afastou, e eu fiquei chorando vendo o estrago que nós causamos, a nossa família estava destruída.

O meu pai me encarou com furia e com a respiração pesada, os punhos estavam fechados, e eu pensei que ele também iria me bater, mas as palavras dele foram bem piores do que isso.

Pai: Quando colocamos você nessa casa, te demos um teto, uma família, uma lugar pra você chamar de lar, acreditamos fielmente que a educação, o amor que demos a você, fossem suficientes pra você respeitar e honrar essa família, mas agora eu vejo que foi um grande erro, e maldita foi a hora que escolhemos você como filha, agora saiam daqui.

Não dava pra explicar o quanto eu estava ferida, estraçalhada por dentro por ouvir essas palavras.

Gustavo: Eu espero que você não se arrependa por ter falado tudo isso pra ela pai, o Gustavo falou, enquanto me puxava pra irmos embora.

Nós pegamos as nossas coisas, e saímos da casa deles, eu estava chorando tanto que soluçava.

Gustavo: Fica calma Mia, você não está sozinha, vamos ficar bem.

- Pra onde nós vamos agora Gustavo?

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