Improvável romance Capítulo 14

|KAYRA|

-Meu Deus! Eu só vou perdoá-las pelo atraso devido o absurdo de lindas que vocês duas estão. Porque eu juro que já estava começando a pensar que ambas tinham me dado um belo cano e furado comigo justo hoje. O que seria inadmissível, é claro! Eu teria que arrancar os dois rins das bonitas para pagar pelo prejuízo dos convites e a raiva que me causaram.

Essa a primeira coisa que Marie Willous, nossa melodramática amiga exasperada, diz de braços cruzados quando paro a moto a sua frente, num estacionamento mais afastado da área principal onde o maior fluxo de público transita, a algumas ruas de distância de onde está ocorrendo o evento do ano.

Então é isso, enfim chegamos sã e salvas, e bem na hora marcada. Eu concluo deixando meus pulmões se esvaziarem e se encherem novamente com uma rápida troca de ar, limpo e fresco da noite, quando retiro o capacete da cabeça e o seguro pelo braço enquanto desfaço o coque no alto da cabeça em que meus cabelos estavam presos para não embaraçarem com o vento.

Bom, ninguém tem do que reclamar agora que já estamos todas presentes aqui como combinado anteriormente. Da garupa atrás de mim, Andy joga no chão os dois pares de saltos que trouxe consigo na mão, o meu e o seu, para calçarmos em seguida. E assim que desligo o motor da moto e retiro a chave da ignição, já desço do veículo calçando diretamente os sapatos nos pés sem mais perda de tempo, para não haver mais conversas atravessadas por parte de nenhuma das duas reclamonas, assim como também Collins faz o mesmo, calçando os seus e descendo do veículo.

-Nem brinca com isso, menina! Você não imagina o quão difícil é tentar apressar uma pessoa tranquilona como a senhorita Pextton, para se arrumar dentro do horário. Eu suei muito, viu! Ô bicha enrolada, essa Kayra. Dá um trabalho danado que até o mais crédulo duvida.

Andy resmunga com um bico torcido armado no rosto, que eu simplesmente faço questão de ignorar pelo bem da minha saúde mental, e sigo adiante caminhando entre ela e Marie, o percurso que leva para fora do estacionamento. Eu não digo nada para rebater seus murmúrios ou tentar me defender de suas acusações um tanto exageradas, afinal de contas estou aqui essa noite para me divertir, relaxar, desestressar, e ficar discutindo por bobagens com as meninas está totalmente fora dos meus planos no momento.

Eu quero é deixar fluir, extravasar tudo o que borbulha dentro de mim com fome e intensidade por longas horas até perder a conta de onde estou e o que estou fazendo. Quero rir e dançar até meu maxilar doer e minhas pernas falharem de tanto pular. Quero socializar com pessoas aleatórias as quais nunca vi e falar todos os tipos de besteiras para gargalharmos um pouco da vida, sabendo que nunca mais terei de vê-las outra vez, por isso teremos a liberdade de dizer qualquer coisa umas as outras.

É como se eu recebesse uma potente carga de adrenalina e a velha Kayra Pextton voltasse a tona, louca para gritar para mundo que estou pronta para o que der e vier, para enfrentar qualquer coisa sem medo das consequências. Que estou pronta para viver algo novo hoje, quente e que me faça sentir viva.

Sem medo ou restrições.

Eu estou totalmente receptiva as boas energias que emanam ao meu redor quando começamos a subir uma suave elevação na rua seguinte, já sendo possível escutar o início das batidas da música eletrônica que preenchem o ar, e anunciam o que está por vir, além de revelarem que estamos nos aproximando cada vez mais do local da festa.

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