Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 27

Mais uma manhã de segunda-feira, já havia passeado com o Noah, queria ir até a capital comprar algumas coisinhas, lembrando que meu aniversário já estava chegando, seria alguns dias após o dia dos pais.

Falando em dia dos pais, me senti triste, será mais um ano que passaria sem o meu herói, isso me rasgava a alma, era uma dor inconsolável, mas tentei focar no hoje e esquecer o passado para parar de sofrer duas vezes.

Me lembrei de revelar as fotos do mêsversário de Noah, colocaria algumas, no porta-retrato do quarto, lembrei que Denise falou sobre Liana ter dito que fez um quarto para Noah, mas não havia nada dentro, minha curiosidade aumentou outra vez, em saber que cômodo era esse, talvez até pudesse decorá-lo futuramente, já que ele merecia ter um quarto com uma cara mais infantil, quando encontrasse Oliver de bom humor, o que seria muito difícil, tentaria tocar nesse assunto.

Dúvidas pairavam no meu pensamento, era tanta coisa que vinha na minha cabeça, mas não podia parar para pensar nisto agora. Estava com todas as roupinhas de Noah para lavar, então desci para a lavanderia, mas antes, passaria na cozinha para tomar café. Encontrei Denise, e na mesa do café estavam Saulo e Oliver.

— Bom dia! — Cumprimentei apenas por educação, já que minha real vontade era passar despercebida.

Só obtive respostas de Saulo e Denise, passei então para a lavanderia, não iria comer naquele momento, apesar de que estava morrendo de fome, já que não havia jantado ontem. Comecei a colocar a roupa na máquina, enquanto olhava Noah pela babá eletrônica, após terminar, passei e voltei para o quarto, os homens ainda estavam na mesa da cozinha.

Estava me sentindo fraca, e com uma tontura diferente, então, não pude suportar mais a fome e desci outra vez para a cozinha, os homens ainda estavam lá, mas Denise não, achei muito estranho aquilo, já que nesse horário eles já deviam estar bem longe trabalhando, abri a geladeira e comecei a fazer um lanche bem reforçado, aproveitei e fiz um para levar para o quarto também, após comer e lavar o que sujei, ia saindo da cozinha quando Saulo começou a falar comigo.

— E aí Aurora, como foram as vendas ontem? — Começou.

Ah, pronto!

— Foram ótimas senhor. — Respondi direta.

— É você mesmo que faz aqueles laços? — Saulo perguntava, enquanto Oliver fazia cara de desdenho.

— Sim senhor.

— Quero encomendar trinta na sua mão, para o sábado se puder, todos rosa ok? Tenho que presentear algumas crianças do balé na capital.

Oliver fez uma cara nada boa para o amigo, parecia querer dizer algo simplesmente com o olhar.

— Tudo bem, no sábado estarão prontos.

— Quanto fica mesmo?

Fiz um cálculo mental rapidamente.

— 270 reais.

— Pode arredondar para 300 então. Você entrega para a Denise, que deixarei o dinheiro com ela, tudo bem?

— Tudo bem, muito obrigada!

— E você Oliver, não vai querer comprar alguns laços não? Afinal, você irá visitar o orfanato esta semana.

Oliver já estava com uma cara vermelha de raiva, continuou fuzilando o amigo com o olhar.

— Levarei algo que preste para elas.

Ao ouvir, me senti um pouco triste, e me veio um nó na garganta, tudo bem ele não querer comprar nada, mas rebaixar o meu trabalho já era demais, este sem noção vivia com a cara emburrada, com raiva do mundo e queria descontar suas frustrações em mim.

— Não seja rude Oliver, temos que dar valor ao trabalho manual da Aurora, afinal, estamos comprando algo artesanal.

— Sem problemas senhores. — Resolvi não ficar por baixo — Também não poderia aceitar, estou muito cheia de encomendas, se ele quisesse comprar alguma coisa em minha mão, teria que enfrentar uma grande fila de espera, com licença!

E saí deixando Oliver com cara de rejeitado, Saulo parecia segurar o riso. Não sei qual era a intenção do Saulo, mas eu não ia cair no seu jogo para tentar irritar o amigo.

Entrei no quarto, arrumei as roupas de Noah no armário, o peguei e dei mamadeira outra vez, troquei sua fralda e deixei que ficasse na cama, enquanto ia fazendo meus lacinhos, já que teria que entregá-los até sábado, e domingo os da vila, fora os que tinha que fazer avulsos para estender na banca.

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