Por Você romance Capítulo 79

Luís Renato

Não existe pior coisa na vida do que esperar! Esperar por notícias, esperar que tudo esteja bem, esperar que o amor da sua vida acorde de um sono profundo... Olhá-la em cima dessa cama e não poder fazer nada é o meu inferno. Me sinto inútil, fraco e isso me machuca cada vez que a olho adormecida em uma cama de hospital

— Hoje faz três dias, minha pequena. Preciso que você aqui comigo. Acorde, meu amor, por favor! — sussurro ao seu lado, enquanto seguro a sua mão, deixando alguns beijos na sua palma — Meu amor, abre esses olhos lindos pra mim — peço baixinho para a minha Ana. Para a minha felicidade, ela já não está mais com todos aqueles os fios em seu corpo e não precisa mais da ajuda de aparelhos para respirar e nem das máquinas para monitorá-la. Apenas o soro ainda estar em sua mão. Acaricio o seu rosto com suavidade e beijo a sua boca com cuidado. Deus, sinto tantas saudades de ouvir o som da sua voz, de ouvir o som do seu riso. Sinto sua falta, Ana! Alguém b**e na porta, me fazendo tirar o olhar de cima da minha mulher e o meu amigo passa por ela, com uma bolsa em seu ombro. Ele a põe em uma cadeira e seus olhos preocupados vão para a cama, onde a minha pequena dorme tranquila. Sem dizer nada, ele vem para perto da cama, a olha por alguns segundos e depois olha para mim.

— Como ela está hoje, meu amigo? — indaga, com um suspiro baixo.

— Na mesma — lamento. Ele assente, levando suas mãos aos bolsos.

— Ela vai conseguir, cara. A Ana é uma garota muito forte e decidida. E ela te ama, então tenha certeza de que essa baixinha não vai desistir de você. — Ele tentar pôr humor em sua voz, mas falha miseravelmente.

— Eu espero que sim — sibilo. — Sinto muito a sua falta — falo sem tirar os meus olhos de cima da minha garota. Sua aparência está bem melhor. As escoriações quase não existem mais, sua perna continua no gesso, mas fora isso, nem parece que sofreu um acidente grave.

— Eu trouxe umas roupas pra você, Luís. Você comeu alguma coisa? — pergunta e eu meneio a cabeça fazendo um não para ele.

— Não tenho fome, Marcos. Não consigo ingerir nada...

— Você precisa comer, Luís —interrompe-me. — Quando a Ana acordar, não vai gostar de te ver assim, cara. Você está parecendo um farrapo humano! Olha, a Marta mandou um café da manhã pra você. — Ele vai até a bolsa que trouxe consigo e tira de lá uma sacola com uma bandeja de isopor e uma garrafinha de suco. — Vai, sente-se ali na mesa e come alguma coisa, anda! —ordena com um tom baixo. Confesso que eu não conheço esse Marcos. Durante a minha vida toda, esse homem sempre foi alegre a debochado e agora olha isso! Estou vivo para ver esse cara com algum senso de responsabilidade. Pena que em um momento errado. Penso. Faço uma careta, demostrando o meu desagrado, mas ele não dá mole para mim. Me encara, deixando claro que só sai do hospital quando me vir comendo algo. Dou-me por vencido e me sento na tal cadeira perto da pequena mesa. Pego a garrafinha e abro a tampinha. Na sequência, tomo um pouco do suco e depois mordisco o sanduíche e só então ele se despede e vai para a empresa.

No decorrer dos dias, recebemos as visitas dos meus pais, das suas amigas da faculdade, da Mônica, Cassandra e seu amigo Cris — que nos ajudou com as informações sobre a cirurgia e em uma conversa amigável, acabei descobrindo que ele é pediatra aqui do hospital. O Marcos veio outras vezes para vê-la e para trazer-me as novidades da empresa.

— Trouxe o seu notebook, Luís. Assim você se distrai enquanto estiver por aqui. — Ele diz, todo prestativo.

Pego o note de suas mãos e o deixo sobre a mesinha no canto.

— Obrigado meu amigo! Isso vai manter a minha mente ocupada — digo com um meio sorriso. Ele concorda e se senta em uma das cadeiras junto à mesinha. Eu o acompanho, me sentando de frente para ele.

— Também trouxe uns contratos novos para você dar uma olhadinha. Se você aprovar, faremos um contrato bilionário! — fala com seu tom profissional e com um entusiasmo, que me faz sorrir depois de dias.

— Confio em você, meu amigo. Não foi à toa que te convidei para ser o meu sócio! — digo lhe estendo os papéis de volta. Marcos arqueia as sobrancelhas.

— Sério? E eu achando que era por causa da minha cara bonita! — diz fazendo graça e alisando o seu rosto. Abro mais um sorriso. É bom saber que tenho amigos que se importam comigo, com ela. Não me sinto só em momento algum.

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