Por Você romance Capítulo 81

Ana Júlia

Abrir os olhos pela manhã nunca foi tão doloroso como agora. Eu forço as pálpebras pesadas e aos poucos vou me acostumando com a luz que invade o quarto. Encontro a minha amiga sentada em um pequeno sofá ao lado da cama. Ela está mexendo em seu notebook em seu colo e tem alguns papéis espalhados em cima de uma mesinha. Assim que percebe que estou acordada, ela sorri para mim e larga o que está fazendo, para se aproximar ainda mais.

— Oi, como está se sentindo? — pergunta enquanto ajeita alguns fios dos meus cabelos atrás da minha orelha.

— Parece que fui passada em um moinho. Estou toda quebrada — resmungo e tento me ajeitar na cama, soltando um gemido de dor no processo.

— Me deixe ajudá-la. — Mônica ajeita o travesseiro em minhas costas e mexe no controle para erguer um pouco a cama. Solto o ar com força.

— Por que isso dói tanto? — resmungo mal-humorada. A porta do banheiro se abre e Luís sai de lá exasperado e vem até mim.

— Deixa que eu te ajudo, meu amor! — diz todo atencioso. Ele me pega com cuidado, como se eu fosse feita de cristal e me ajuda a sentar na cama. Põe alguns travesseiros para eu poder acomodar o meu corpo de forma confortável.

— Está melhor assim? — indaga preocupado. Esboço um sorriso e ele parece relaxar.

— Sim, está. Obrigada, meu amor! — Ele me beija.

— Qual é chefinho? Eu já tinha ajudado a minha amiga!

— Mas ela não estava confortável! — rebate e ela revira os olhos para ele. O meu noivo ergue as sobrancelhas em desafio e torna a olhar para mim. — Vou levá-la lá para tomar um banho, tá bom? — diz e me beija rapidamente.

— Não vai, não senhor! —Minha amiga protesta e os olhos dos dois parecem digladiar. — O senhor, vai comer alguma coisa, lá embaixo, na lanchonete e eu vou cuidar da minha amiga aqui! —Mônica usa um tom firme e Luís a encara Luís insatisfeito. Sem saber o que fazer, eu olho de um para o outro.

— Ela é minha mulher! E eu irei cuidar dela pessoalmente! — rosna em alto e bom tom. — Não tem cabimento você querer tirar isso de mim, Mônica!

— O que não tem cabimento aqui, chefinho, é você querer fazer isso. É o papel para uma mãe, uma irmã ou uma amiga, no caso, eu! — rosna de volta.

Oh, Deus! Não acredito que eles estão fazer uma guerra por conta de um banho!

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