Por Você romance Capítulo 85

— Não quero acusar ninguém sem ter provas, meu amor, mas sim. Eu acho que isso tem muito a ver com ela e quero você e os meus pontinhos em segurança. Tudo bem pra você? — Abro um meio sorriso e beijo o cantinho dos seus lábios.

— Tudo bem! Também prefiro que seja assim — falo. Ele sorri, mas é um sorriso fraco.

— Vou para o meu escritório aqui de casa mesmo, tenho uma videoconferência com o pessoal do Japão, que já foi adiada por muito mais tempo do que deveria. Esses dias vou trabalhar em casa, até que esteja recuperada de verdade. Já combinei tudo com o Marcos. Ele vai ficar me passando as coisas que tenho que resolver daqui e ele cuida do resto por lá — diz e respira fundo. — Agora eu quero que você descanse um pouco, tá bom? — pede, deixando um beijo casto em meus lábios.

— Tudo bem! — Luís sai do quarto e eu me deito melhor na cama, mas não tenho um pingo de sono, então resolvo ligar para Clarissa. O celular chama e ela me atende no segundo toque.

— Oi, amiga, como você está?

— Bem melhor, mas estou interditada aqui no quarto. Quero te pedir um favor.

— Pode falar.

— Pode me trazer as matérias para que eu possa estudar e pôr as matérias em dia?

— Tem certeza, Ana? Não prefere descansar um pouco mais? — Reviro os olhos.

— Clarissa, pelo amor de Deus, eu já estou descansando há trinta dias! Na verdade, estou cansada de descansar — resmungo. Ela ri.

— Tudo bem. Chego aí em uma hora. Pode ser? Vou fazer umas xerox e encaderná-las pra você. Ah, e tem também um projeto para ser feito. É uma pequena maquete de um prédio qualquer da sua escolha, vou levar os tópicos pra você seguir — diz, empolgada. Sorrio satisfeita.

— Ótimo! Pelo menos estarei ocupada e não em cima de uma cama, feito uma inválida! — reclamo. Ela ri dos meus disparates. Termino a ligação e ligo a assistir TV, enquanto aguardo a minha amiga chegar. Uma hora depois, Luís abre a porta do quarto e entra com a Clarissa logo atrás dele. Ela traz em uma das mãos uma sacola plástica grande, que imagino ser os papéis e cadernos que lhe pedi. A garota entra no quarto e se senta ao meu lado na cama. Ela me cumprimenta com um beijo carinhoso no rosto e enquanto recebo o seu abraço, observo os olhos especulativos do meu noivo em cima da sacola largada sobre o colchão.

— O que é isso na sacola, dona Clarissa, posso saber? — pergunta, cruzando os braços sobre o peito, mas seu olhar é divertido. Eu seguro o riso e Clarissa parece apreensiva com o seu questionamento.

— São trabalhos que a sua noiva me pediu para trazer, porque, segundo ela, está cansada de descansar — diz, apontando o dedo em riste para mim.

— Cansada de descansar, senhorita Ana? — Ele me lançou um olhar acusador. — Você está burlando os meus cuidados? — Arqueio as sobrancelhas e levo a mão ao peito, em uma teatral indignação.

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