Por Você romance Capítulo 95

— Tudo bem! Depois das suas núpcias, quero ir para uma praia paradisíaca e levar comigo pelo menos umas três garotas. Quinze dias transando feito louco e eu fico pronto para outra — rosnou debochado e eu bufei. Entramos na sala de reuniões para a apresentação do novo hotel, que será construído no Japão. Até que enfim esse projeto sairá do papel! É um projeto que irá movimentar bilhões em dólares e que fará com que o turismo cresça ainda mais por lá.

A reunião foi cansativa e demorada, porque tudo que se falava na sala, era repetido por um intérprete. Passamos pelo menos uma hora e meia entre a apresentação dos slides, discussões sobre os pontos positivos e negativos, apresentação de maquetes e assinaturas de contrato. E quando terminamos, iniciamos a reunião seguinte com uma equipe de empresários franceses. A pauta era um arranha-céu com uma estrutura toda espelhada e dessa vez, levamos apenas uma hora. Eu estava morto de cansado e cheio de saudade da minha pequena família. Já passava das sete da noite quando finalmente saí da empresa. Marcos saiu antes de mim, porque tinha um compromisso inadiável com sua ficante Mônica. Ainda bem que eles não nos trouxeram mais problemas com esse relacionamento maluco. Fui para o elevador que me levou direto para a garagem do prédio. Pela primeira vez, depois de cinco meses, eu fui o último a sair da empresa e quando cheguei ao meu carro, notei os seus pneus secos.

— Mais, que droga! Os quatro pneus? — resmunguei, incrédulo. Quais as chances de isso acontecer? — Voltei para a portaria do prédio e informei a situação do meu carro para os seguranças. Fiz uma rápida reunião com os meus homens, exigindo que olhassem as câmeras e que descobrissem o que realmente tinha acontecido. Peguei um dos carros da empresa e saí com Fábio, meu segurança pessoal. No caminho, como havia prometido a minha noiva, paramos em uma loja de doces e pedi uma dúzia de chocolates com avelã trufados. Logo estávamos de volta ao trânsito. Já eram quase nove da noite, um atraso dos grandes! Bufei internamente. Seria bem capaz de Ana já estar dormindo. Sorri do meu pensamento. Ela tem sentido muito sono ultimamente. Eu tinha a previsão de chegar em casa às oito, mas realmente não foi possível. Fábio estacionou o carro e eu praticamente pulei para fora dele e segui para o elevador, segurando minha pasta em uma mão e a caixa de chocolates na outra. Adentrei a minha sala e soltei minha maleta em cima do sofá. Folguei minha gravata enquanto subia as escadas e fui para o nosso quarto, onde minha gravidinha costuma descansar. Abri um sorriso satisfeito e girei a maçaneta, entrando no cômodo. Meus olhos vão direto para a cama king size, mas o meu sorriso se desfez quando notei a cama desfeita e vazia. Pus a caixa de chocolates sobre a colchão e segui para o banheiro, chamando o seu nome.

— Ana? — Encontrei o cômodo vazio. O meu sorriso se ampliou quando pensei onde ela poderia estar exatamente. Segui para o seu segundo lugar favorito na casa, o quarto dos nossos bebês. — Ana? — A chamei, abrindo a porta com ansiedade e para a minha decepção, ela também não estava lá. Senti o meu coração bater de forma errônea e saí do quarto e desci as escadas, chamando-a em cada cômodo da casa. Marta apareceu em meu campo de visão e eu sibilei. — Onde está a Ana?! —O som da minha voz saiu exasperado.

— Em seu quarto, dormindo! — Ela disse e eu estremeci por dentro. Nervoso, peguei o meu celular, pensando em ligar para ela.

— Merda, descarregou! — Xinguei com desespero na voz. E como um louco, saí correndo pela casa toda, gritando o seu nome, mas era em vão. Ela não estava. Voltei ao nosso quarto e coloquei meu celular para carregar a bateria. Nos primeiros sinais de carga, peguei o celular para ligar à polícia e para Gisele, mas meu mundo foi todo ao chão em questão de segundos. Com os olhos embaçados de lágrimas, vi a mensagem com uma foto anexada. Fechei os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— Eles conseguiram, mas como? — sussurrei as palavras

...

Quer sua noivinha de volta inteira?

Não chame a polícia e siga as nossas instruções!

...

Desespero. Era tudo o que eu conseguia sentir agora. Não conseguia pensar, não sabia o que fazer, me sentia de mãos atadas e completamente inútil! Minutos depois, me peguei sentando no chão do nosso quarto. Sequei as lágrimas e me repreendi. Não é hora de chorar, Luís. É hora de lutar, de resgatar o amor da sua vida! Disse para mim mesmo em pensamento. Apressado, desci as escadas e gritei por minha empregada.

—Marta? Marta? — Ela surgiu na sala com cara de espanto.

— O que foi, menino? Aconteceu alguma coisa? — Ela indagou exasperada.

— Me empresta o seu celular — pedi, lhe estendendo a mão. Ela me olhou com expressão confusa.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você