Desejo Incontrolável romance Capítulo 24

Lucas

Bia sai correndo para a rua descontrolada, escutamos um barulho de uma freada brusca e um baque terrível, meu pai e eu saímos correndo e gritando.

— BIAAAA!

Quando chegamos no meio da rua, nos deparamos com a pior cena das nossas vidas, a Bia está coberta de sangue, a perna dela está virada de um jeito diferente para trás, com certeza está quebrada, tem um ferro perfurando a sua barriga, me aproximo e vejo que é um pedaço de limpador de pára-brisa, o motorista com certeza fugiu, tem tanto sangue que não sei dizer se está respirando ou se está viva, eu só sei dizer que se ela estiver morta eu também estarei.

— FILHAAAA! - Marcela e Sara chegam logo atrás de nós.

— O castigo vem a galope! - Sara disse com um sorriso no canto dos lábios.

Impossível descrever a maneira como me viro e olho para a Sara, "como ela pôde dizer uma coisa dessas?" Ela parece entender o meu olhar e se cala, alguns dos vizinhos chama uma ambulância, de longe já escuto a sirene, Marcela está em choque, só fica falando baixinho: — Minha filhinha! Minha filhinha!

— UMA AMBUL NCIA PORFAVOR! MINHA FILHA NÃO PODE MORRER! - Meu pai tá maluco, fica só gritando.

O som da sirene fica mais próximo, já vejo as luzes se aproximando, quando os para médicos chegam, mandam a gente se afastar, eles socorrem a Bia, colocam uma máscara de oxigênio nela, me sento na calçada, me sinto frustrado sem poder fazer nada, apenas escuto os paramédicos gritarem.

— PARADA CARDÍACA! VAMOS REANIMÁ-LA! - os paramédicos socorrem a Bia, a expressão deles não está muito boa. — DESFIBRILADOR! REAGE MOCINHA! REAGE!

Não aguento escutar isso, eu vou enlouquecer, abaixo a cabeça, lágrimas escorrem pelo meu rosto, se a Bia morrer eu morro junto, eu não vivo sem ela.

— Alguém para acompanha-lá ao hospital? - Meu pai sobe na ambulância, a Marcela não tem condições, está em choque, ele olha para mim e diz.

— Filho cuida da Marcela! Vou mantê-los informados. - meu pai diz olhando pra mim.

— Certo pai! - Quando a ambulância vai para o hospital o dia já tem amanhecido, pego a Marcela e caminho com ela para dentro de casa.

— Lucas nós não íamos embora? - Sara pergunta, apenas o som da voz dessa garota me deixa repugnado.

— Eu não vou pra lugar nenhum com você Sara! - Me viro e entro com a Marcela para dentro de casa, não vou deixar mais a Marcela exposta, os vizinhos já fizeram plateia, Sara entra atrás de mim.

— Lucas nós não íamos nos mudar? - insiste.

— Sara vai embora! Eu não vou voltar com você, com Bia ou sem Bia, acabou! Não existe mais nós! Volta pra sua casa! - respondo nervoso.

— E como vou chegar ao aeroporto? Você disse que ia me deixar! - Suspiro, pego a minha chave e entrego para ela.

— Toma! Vai no meu carro! Depois você joga ele lá e até as chaves fora se quiser! Só some da minha frente. - Ela olha pra mim com cara de ódio e sai da sala, depois escuto o barulho do meu carro ligar e sair da garagem, respiro aliviado, corro para a cozinha e faço um chá de camomila para a Marcela, ela toma respira fundo e começa a chorar.

— Calma Marcela! Vai dar tudo certo, respira um pouco, tira a camisola e veste uma roupa, nós vamos pro hospital no carro do papai. - Subo com ela as escadas e a deixo na porta do seu quarto, vou correndo para o banheiro tiro todo o sangue, "sangue da minha Bia" e visto uma roupa, quando saio do meu quarto Marcela já está me esperando no corredor, ela já está mais recomposta e ansiosa para ir ao hospital, entramos no carro do meu pai e eu arranco com tudo, vamos direto para o hospital.

Quando chegamos lá encontramos meu pai de cabeça baixa no corredor, assim que ele vê a Marcela, corre para abraçá-la e os dois começam a chorar, depois eles se acalmam e se sentam.

— Ela está em coma induzido, o médico disse que o impacto foi muito grande, e ela ainda corre risco de vida. - meu pai diz com a voz embargada.

"Merda"

— O que nós temos que fazer agora é esperar né? - Marcela começa a chorar, meu pai a abraça e fica tentando consola-la, ele olha pra mim.

— Pai você pode fazer o que quiser comigo depois, mas enquanto a Bia estiver assim eu não vou sair daqui! - já me adianto dizendo pra ele.

— É lógico que não vai! - Marcela diz.

— Essa conversa fica pra depois, o que importa agora é a saúde da Bia. - meu pai confirma.

Um médico se aproxima da gente, ele vem falar sobre o estado da Bia.

— Vocês são os familiares da Ana Beatriz? - pergunta.

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