Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 39

Deitei na cama e peguei o papel praticamente destruído de dentro do bolso da jaqueta:

- Como você pôde ser tão burro, “el cantante”?

Olhei para o lustre pendendo maravilhosamente sobre mim. Retirei o colar dado pela senhora Monaghan cuidadosamente e pus ao lado da cama.

E se Charles tivesse me dado a jaqueta de propósito para não me rever? Talvez não quisesse o meu número e aquilo fosse apenas uma desculpa para isso.

Eu ri dos meus próprios pensamentos. Foi intenso demais... Não foi só sexo... Foi paixão, foi amor. E era para toda vida.

Senti as lágrimas escorrendo novamente, com o simples pensamento de não o encontrar novamente:

- Não fica assim, sua idiota. Sabe muito bem onde achá-lo.

Me dirigi ao banheiro e assim que me deparei com a imagem no espelho fiquei paralisada. Realmente meu pai deve ter ficado preocupado. Meus cabelos estavam deploráveis, enrolados, embaraçados e pareciam sem solução.

As marcas roxas iam do pescoço até o colo. A roupa era ridícula, tirando a parte da jaqueta que eu amava. Na coxa também tinha um chupão e a queimadura estava bem feia, embora eu achasse que estava melhor.

A jaqueta de couro preta sobre a roupa de má qualidade era uma afronta à moda. Meu rosto estava avermelhado da bofetada. Levei à mão a ele e fiquei olhando o que J.R era capaz de fazer com a própria filha. Jamais pensei um dia enfrentar meu pai. Mas acho que por Charles eu era capaz de qualquer coisa.

Retirei minha roupa e fui para o box, ajustando a temperatura da água. Olhava os jatos caindo, sem saber se estava preparada para tirar os vestígios dele do meu corpo.

Passei o dedo pelo meu colo macio, descendo pelo meio dos seios pequenos e rígidos. Conseguia sentir a mão dele me tocando e a pele começou imediatamente a queimar.

Mesmo sozinha, só de pensar em “el cantante”, minha intimidade encharcou e abri as pernas, tocando-me e sentindo ardência da quantidade de vezes que fizemos amor.

De início eu contei... Depois não consegui mais. Foram muitas “fodas” e não pude distinguir qual foi a melhor. Gozei em menos de dois dias mais do que em quatro anos. Realizei todos os meus desejos, até os mais obscuros. Fui tocada de todas as formas possíveis. Provei tudo que o corpo de um homem podia dar.

Quando vi meu shampoo preferido, esqueci tudo e entrei na água. Joguei-o sobre a cabeça sem me preocupar com a quantia, vendo o produto espalhar-se pelo meu corpo, o cheiro bom emanando por todo ambiente.

A espuma branca foi tomando conta do piso, do meu corpo e dos cabelos. Sorri e semicerrei os olhos, vendo um par de olhos verdes estonteantes e um sorriso perfeito na minha direção.

- “El cantante” acho que não consigo sequer respirar sem você... – Sorri.

Depois de quase trinta minutos debaixo do chuveiro, cobri-me com a toalha branca e deitei na cama, sem pressa de sair.

Ouvi batidas na porta e abri. Era Min-Ji. A abracei imediatamente. Ela entrou:

- Como está?

- Bem... Como nunca estive na minha vida inteira.

- Eu vi o que houve... Sinto muito.

- Não sinta. Estou bem.

- Quem é ele? – Ela olhou meu corpo sobre a cama, a toalha cobrindo parte dele.

- Estou apaixonada.

Ela arqueou a sobrancelha:

- Não pode se apaixonar por alguém numa noite.

- Sim, é possível. E eu sou a prova disto.

- É paixão. Vai passar.

- Não é só paixão. É amor.

- Você não o conhece, Sabrina. Amor é um sentimento que leva tempo para se concretizar. É conhecer o outro... Se sentir segura, gostar e aceitá-lo, mesmo com todos os defeitos que ele possa ter.

- Sou a primeira a amar instantaneamente. – Revidei.

- Também amava Colin.

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