Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 58

POV: Hyun-suk



Ver Jaejun sorrir me enche de paz.

Estar sentado numa cadeira de plástico enquanto às três mesas que tivemos que juntar para que todos pudessem conversar, é estranho, mas divertido.

Estar ao lado dele, do meu amor, enquanto o vejo devorar um pedaço de frango frito com pimenta, é a melhor parte.

ㅡ Estava com fome, uh? ㅡ sussurro para ele, sorrindo quando busco um dos guardanapos e limpo o cantinho de sua boca sujo com molho vermelho.

ㅡ Um pouco. ㅡ ele diz, engolindo. Busco um pouco da cervejinha que descobri ser a favorita de Jaejun e o sirvo. Não estou bebendo álcool já que estou dirigindo, então deixo com que ele beba o quanto quiser, pois estou disposto a cuidar de si até mesmo se estiver reclamando do mundo com o dedo para o alto.

Jaejun geralmente faz isso quando está bêbado.

Busco uma coxa de frango sem pimenta e também como. Não é bem isso que costumo comer no jantar. Para ser sincero, só comecei a comer essas comidas de rua ou pouco saudáveis quando comecei a sair com Jaejun.

Jihoo era quem sempre fazia meus jantares ou eu simplesmente ia para os melhores restaurantes de Seul.

Mas com ele, topo facilzinho vir para um lugar que sequer sei o nome e que tem cadeiras de plástico e frango bastante crocante e calórico. Com Jaejun qualquer comida de rua se torna um prato fino.

Ele está sorrindo muito, talvez pelo fato de que esteja pagando por tudo e isso o anime, mas é bom vê-lo tão feliz, principalmente por saber de tudo o que ele vem passando e sentindo.

Principalmente após uma noite que sei que foi ruim para ele.

Comemos muito, bebemos e rimos com as conversas sem sentidos de cada um, mas eu me sentia sem graça de estar sentado em frente a Jackson depois da gafe que cometi e pensava se todos os amigos de Jaejun já sabiam sobre aquilo.

Possivelmente já sabiam, já fazia tanto tempo. Mas essa era a primeira vez que eu o via após aquilo.

Me ergui para ir ao banheiro, confuso em como realmente chegar onde queria, mas ouvi a voz conhecida atrás de mim, bem no balcão.

ㅡ É a porta no fundo do corredor.

Virei-me para Jackson e agradeci. Mas não consegui simplesmente virar as costas e ir sem antes me aproximar dele e o olhar nos olhos quando pedi ㅡ dessa vez pra valer:

ㅡ Me desculpa pelo outro dia.

ㅡ Tá tudo bem.

ㅡ Não, é sério, desculpa. Eu... sei que vocês todos são como irmãos e não fez sentido agir daquele jeito. Pra começo, eu nem devia desconfiar da fidelidade de Jaejun, mas querer te bater foi demais.

ㅡ Querer? ㅡ ele riu, agradecendo quando buscou uma coca-cola no balcão. ㅡ você só ia ficar no querer mesmo. Sabia que eu fiz karatê quando tinha dez anos? Papi guarda minha faixa preta num quadro como se fosse um troféu. Eu ia te partir ao meio e te deixar com um metro de altura!

Tive que rir.

ㅡ Tenho certeza que partiria sim.

Ele balança os ombros, como se quisesse dizer "Você só deu sorte".

Olho para Jaejun de onde estou e o vejo me encarando enquanto bebe um pouco mais de álcool. Ele pisca um olho, mas rir e fica vermelho instantaneamente.

ㅡ Ele quer transar. ㅡ Jackson diz, me fazendo arregalar os olhos e lhe olhar. ㅡ mas ele já está quase bêbado, então nem ouse, entendeu?!

ㅡ Eu sei, não sou louco de fazer qualquer coisa com ele assim. Tenho consciência.

ㅡ Muito bem. ㅡ ele toca meu ombro e deixa um tapinha. ㅡ continue assim, loirão.

Jackson leva o refrigerante para Yejun e senta-se ao lado do namorado. Jaejun ainda me olha, mas mandando um beijo no ar para ele, vou enfim até o banheiro e tento ser rápido.

Mas quando retorno, vejo Jaejun de pé ao lado de uma jukebox que nem fazia ideia que funcionava por estar sem tocar uma música sequer durante a noite.

Mas ele coloca uma moeda e sorri, vendo o painel se acender.

ㅡ Tudo bem, pôr uma música, senhora? ㅡ ele pergunta a uma senhora que também está atrás do balcão. Quando ela assente, Jaejun volta a olhar a lista de músicas. ㅡ Hyun, você dança comigo?! ㅡ e ele praticamente grita a pergunta.

Rio, me aproximando de si.

ㅡ Claro, o que quer dançar?

ㅡ Algo muito, muito, muito romântico.

ㅡ Olhem na segunda lista. ㅡ a senhora diz, nos ajudando.

Jaejun então coloca e sorri por só ter canções antigas ali.

ㅡ Essa aqui, Hyun. ㅡ ele aponta, escolhendo.

O toque inicial de "Run to you", cantada por Whitney Houston, se inicia e ele parece reluzir ao ouvi-lo.

A senhora que permanece atrás do balcão parece se divertir com a animação dele também, mas é quando Jaejun se aproxima, que me sinto queimar em pura timidez por todos estarem nos olhando.

Toco sua cintura, ouvindo as provocações baixas que seus amigos deixam no ar, mas ele me abraça pelos ombros e encosta a cabeça em meu peito, dançando comigo.

O seguro com mais intensidade, conheço a música e sua tradução por ser uma das favoritas da minha mãe, mas Jaejun também parece gostar muito, já que ele fecha os olhos e se entrega ao momento.

Vejo Jackson puxar Yejun e Rini puxar Taeshin, já que Minah se recusa a dançar no meio de um lugar que propriamente não foi feito para isso.

Sorrio, eles também parecem estar felizes, mas desvio os olhos para Jaejun quando ele me olha.

Nossos olhares se conectam e ele canta baixinho. A frase "Run away, no. I need you here" sai por entre seus lábios e me sinto tentado a beijá-los, mas deixo com que ele continue cantando e dançando, optando por beijar sua testa, me sentindo tão calmo quanto ele provavelmente está agora.

A música chega ao fim e ele não precisa sequer dizer a frase tão clichê e que já se tornou comum para nós dois. Jaejun exala seu amor apenas no olhar, e nesse momento tudo o que faço é rogar ao universo para que ele só tenha momentos assim, onde seus olhos transpareçam coisas boas, coisas que ele esteja sentindo de forma verdadeira e que não o faça mal.

Só peço para que ele seja enfim feliz.

Uma nova música se inicia e nós dois olhamos para a máquina quando a senhora coloca uma nova moeda e diz baixinho:

ㅡ Cortesia da casa.

Jaejun a agradece e continua dançando aquela nova música comigo.

A noite se esticou até a madrugada. Conversamos, rimos e prometemos fazer mais daquele encontro outras vezes.

Jaejun pagou por literalmente tudo, não me deixou sequer abrir a carteira.

E agora, indo em direção ao apartamento dele, sinto sua mão brincar com o lóbulo da minha orelha enquanto tento manter o foco na estrada.

ㅡ Hyun você é tão lindo. ㅡ ele diz baixo, descendo o dedo pelo meu pescoço. ㅡ tão, tão, tão lindo...

ㅡ Eu sou? ㅡ busquei a mão dele quando chegou a minha barriga e entrelacei meus dedos aos dele, temendo que Jaejun me tirasse a atenção do trânsito. ㅡ você também é, vida.

ㅡ Eu sou? ㅡ ele ri cheio de timidez.

ㅡ O mais lindo do mundo inteiro.

ㅡ Tsc! ㅡ ele estala a língua e se afunda no banco. Olho-o quando reduzo a velocidade e posso vê-lo inteiramente vermelho como uma pimenta. ㅡ obrigado...

Rio e tento não morrer de amor com ele ali mesmo.

Estaciono na vaga direcionada a Jaejun e subo diretamente para o apartamento dele. Ele resmunga que quer ver a noite pela janela, mas proponho que ele tome banho primeiro, porque eu sei que se ele dormir antes disso, só tomará banho quando acordar.

O ajudo com a roupa e Jaejun continua vermelho quando o deixo despido. Também retiro minha roupa para entrar no box com ele, mas luto contra meu próprio corpo quando ele me abraça e tenta apertar minha bunda, quando morde meu lóbulo e diz que quer fazer amor.

ㅡ Faremos amor amanhã. ㅡ digo olhando em seus olhos bonitos quando ele bufou e faz bico.

Fiz questão de vestir-lhe, de secar seus cabelos enquanto o ouvia falar e falar, e quando o coloquei na cama, me senti em paz por senti-lo me apertar forte outra vez, me beijando no queixo.

ㅡ Boa noite, amor. ㅡ sussurrei.

Jaejun piscou os olhos de modo lento, balbuciou uma resposta e bocejou, entregando-se enfim ao sono.

[...]

Passava das três da tarde quando ouvi os passos de Jaejun pelo quarto.

ㅡ Hyun-suk! ㅡ ele parecia irritado.

Sorri para ele, vendo-o com os cabelos vermelhinhos arrepiados e o rosto todo amassado.

ㅡ Boa tarde. ㅡ desejei, vendo-o virar a tela do celular pra mim.

ㅡ Hyun, porque não me acordou?! Eu tinha que trabalhar.

ㅡ Você parecia cansado demais, precisava de um bom descanso, então deixei que você dormisse por quatorze horas seguidas.

ㅡ Hyun, meu deus! Essa falta vai ser descontada do meu salário.

ㅡ Eu avisei a Hajun que você iria faltar hoje, ele entendeu.

Jaejun abaixou o celular e os ombros. Caminhou até a cozinha e coçou a nuca quando olhou as panelas no fogão.

ㅡ Você não cozinha. ㅡ disse, me olhando, confuso.

ㅡ Pra tudo tem a primeira vez, não é? E eu não cozinho com perfeição. Mas pode ver, meu arroz até que ainda não queimou.

ㅡ Ainda. ㅡ ele riu. O puxei para pertinho, sentindo-o tão manhoso quanto na noite anterior. ㅡ bom dia.

ㅡ Já são três da tarde.

ㅡ Mas se eu acordei agora ainda é bom dia.

ㅡ Tudo bem. Quer algo? A comida ainda vai demorar um pouco. A primeira não ficou boa.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Bela Flor - Romance gay