Mais do que paquera romance Capítulo 30

Andreia parou e se virou de volta.

- O que foi, Sr. Raviel?

- Como está seu machucado? - perguntou ele se levantando para dar uma olhada em seu pé.

Andreia girou o calcanhar e respondeu sorrindo:

- Está bem melhor do que ontem, não dói se eu não tocar nele.

- Que bom, eu te levo para tomar a vacina de tétano depois do trabalho - disse Raviel se sentando novamente.

Ontem ele tinha dito a Daniel que ia se responsabilizar por isso até o fim, e leva-la ao hospital também era uma parte de seu dever.

- Não precisa - recusou Andreia balançando a mão. - Eu já tomei.

- Já tomou? - Raviel franziu o cenho.

- Gil é um médico, ele me deu a vacina ontem.

É aquele homem!

Só de se lembrar dele, Raviel já se sentiu irritado, e sua voz ficou mais fria do que antes.

- Então você pode ir, chama Judite para vir aqui.

- Ok. - Andreia não se importou com sua mudança de humor, indo embora.

Dez minutos depois, Judite estava na frente de Raviel, amedrontada.

- Ravi...

- Não apronta mais contra Andreia - Raviel disse em tom baixo olhando para ela.

Ontem, ele percebera no armazém que Judite tinha uma inimizade muito grande por Andreia, mas não sabia de onde vinha esse ódio todo.

Mas agora ele sabia, uma era a filha legítima, e uma era bastarda, como poderiam conviver pacificamente? Logo, ele podia compreender toda essa inimizade.

Mas ela usar coisas do trabalho contra Andreia, ele não podia aceitar.

- Eu não estou contra ela, apenas estava preocupada que uma ajudante externa vendo nosso banco de dados pudesse fazer algo...

- Você realmente pensa assim? - Raviel a interrompeu com um olhar penetrante a encarando fixamente.

Ela se sentiu como se ele pudesse ver seu lado mais tenebroso da alma, vexada ao desviar o olhar.

Raviel parou de encará-la e disse:

- Ela é uma ajuda externa que eu convidei, recomendada pelo grande Messias. Se você duvidar dela, então está duvidando de mim e de Sr. Messias. Por isso, guarda esses seus truquinhos se não quiser que eu te mande de volta para seu pequeno estúdio. Você sabe que eu não suporto essas coisas.

Ouvindo isso, ela ficou desesperada.

Ela já não tinha muitas oportunidades de encontra-lo, e se mandasse ela embora da empresa, então o veria ainda menos.

Como iria continuar se aproximando dele e conquista-lo daquele jeito?

- Entendi, não vou mais fazer nada contra ela! - disse ela, decidida.

Ela podia não ficar contra ela por fora. Mas às escuras, ela não podia prometer.

- Já que entendeu, então faça o que deve fazer. Quando ela te procurar querendo dados e informações, dê para ela. O projeto Nascido do Fogo não pode ter qualquer tipo de erro - disse Raviel friamente.

- Mas Ravi... - disse Judite, ainda sem querer aceitar por completo. - Você vai mesmo entregar o projeto nas mãos dela? Mesmo que tenha sido formada em Yachuca, ela não tem fama nenhuma.

Raviel tomou um gole do café que já tinha esfriado sobre a mesa.

- Isso não tem nada a ver com a fama, tem a ver com seu talento. Eu já vi suas obras, têm espírito. Então eu dei uma chance a ela, se os rascunhos iniciais forem aprovados, o projeto será dela.

Rascunho inicial?

Ouvindo suas palavras, os olhos de Judite brilharam.

Então se os rascunhos forem ruins, Ravi não deixará mais Andreia continuar aqui.

Ela precisava bolar um bom plano para que seus rascunhos não sejam aprovados.

Voltando ao setor de design, Judite entrou e viu Andreia conversando animadamente com Ofélia, e teve uma ideia.

- Ofélia! - Judite a chamou.

- Sim, Sra. Judite. - Ofélia se levantou de imediato.

- Vem comigo um pouco.

- Sim, Sra. Judite.

Ofélia seguiu atrás de Judite.

Depois de um bom tempo, ela voltou, olhando com remorsos para Andreia.

Andreia não percebeu que ela estava estranha, sorriu ao puxar a cadeira para ela e perguntou:

- O que Judite queria?

O olhar de Ofélia deu uma brilhada.

- Ela me perguntou como estavam meus rascunhos.

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