Te Quero de Volta romance Capítulo 39

Quanto mais Stella pensava nisso, mais furiosa ficava. O homem tinha feito de tudo para deixar os outros interpretarem mal a relação deles várias vezes.

Como poderia ser diferente, considerando a forma como ele agia?

"Eu tenho os meus próprios planos pra vovó. Não precisa pensar muito nisso."

A voz do homem era fria.

Ele falava como se tudo estivesse sob o controle dele. Como se todos fossem peças de xadrez que fariam tudo de acordo com sua vontade.

"Sr. Kingston, eu já te disse que você não precisa interferir na situação da minha avó. Agora que voltei ao país, vou cuidar dela."

Stella deixou claro o que pensava. Enfim, Grace era a avó dela, então por que o homem insistia em chamá-la de "vovó" também?

Além do mais, ele se divertia enganando uma idosa repetidamente?

"Você não acha que deveria deixar ela decidir se eu continuo cuidando dela ou não?"

Não havia a menor dúvida no tom do homem.

Como era petulante... Ele fazia parecer que a avó dela já o havia reconhecido como marido da neta.

Mas o que Stella podia fazer?

De fato, era verdade que a avó gostava mais dele. Ela até confiava mais nele do que na neta. Mas a mulher não podia culpá-la por isso. Nos anos em que ela não esteve no país, tinha sido ele quem sempre cuidou da velha e foi o responsável por ela.

Era natural que ela confiasse assim no homem depois de ter ficado aos seus cuidados por tanto tempo.

O problema era que Stella sabia que, quanto mais a avó confiasse no homem, mais decepcionada ficaria no final.

Eles já tinham sido casados uma vez, mas isso deu errado e terminou em divórcio. Fazia sentido que Grace cometesse esse erro por desconhecer o passado dos dois.

Mas... E quanto às motivações do homem? Por que ele queria se aproximar da avó dela desse jeito?

Ele estava até dizendo para Stella perguntar à avó se ela concordava com a neta ou não.

Se não concordasse, não seria tudo por causa dele próprio?

"Rene Kingston, eu te odeio por mentir tanto pra minha vó."

Stella estava furiosa.

Como este homem tinha coragem de abusar da confiança da avó dela? Stella esclareceu tudo a respeito dele e da noiva, mas Grace não acreditou nela e preferiu confiar nas mentiras de RK.

Esse maldito tinha ido longe demais!

RK ergueu as sobrancelhas, olhou para ela e disse com frieza: "O assunto morreu aí. Não quero mais falar sobre isso".

No momento em que ele terminou a frase, o motorista, que estava atrás dela, empurrou-a para dentro do carro como se ela fosse uma prisioneira.

Com um estrondo, ele bateu a porta do carro, e RK sequer olhou para ela.

Stella sentiu muita raiva.

Como o homem era grosseiro. Agora, ele a estava forçando a pegar uma carona com ele!

Estava tão quieto no carro.

Com a janela fechada, ouvia-se apenas o barulho da respiração dos dois.

Stella sentou-se no canto, constrangida, sem falar nada. Quando o homem estava sentado ao lado dela, em silêncio, era como se o mundo inteiro ficasse quieto.

As pessoas que ficavam perto dele pareciam se sentir sufocadas e desconfortáveis demais para fazer qualquer coisa.

O Rolls-Royce dirigiu pela rua. No momento em que passaram pela farmácia, que funcionava 24 horas, o motorista olhou para trás e perguntou:

"Sr. Kingston, a sua mão está machucada. Quer comprar um remédio para tratá-la?"

Stella ouviu o que disse o motorista e olhou para a mão direita de RK, que estava em cima da coxa dele.

Foi aí que se lembrou que, se o homem não tivesse usado a mão para amortecer a queda dela, ela teria caído da escada e se machucado.

Por mais que ele fosse muito odioso por enganar a avó dela, ainda a salvou.

Por conta disso, Stella disse: "Para o carro. Eu vou buscar o remédio pro sr. Kingston."

O motorista obedeceu e estacionou o veículo.

A mulher desceu, foi até a farmácia e comprou um frasco de remédio e cotonetes para o homem.

"Me ajuda a passar o remédio."

Ao lado dela, o homem fez esse pedido que não podia ser recusado.

Não havia razão para ela ajudá-lo a passar o remédio.

O presidente havia sido rude demais com ela até o momento.

Quando ela disse que o ajudaria com isso?

Ela só quis comprá-lo para ele, porque o homem a havia protegido e essa era uma forma de agradecê-lo.

Mas o que aconteceu no final?

Ele foi mal-educado de novo.

Por que achava que podia controlar os outros com suas palavras? Para Stella, era como se ele estivesse falando sozinho. O que poderia fazer para forçá-la, afinal? Todavia, o homem de repente tocou na coxa dela, sem permissão. Que desgraçado!

"Ai!"

Quando ela estava prestes a entregar-lhe o remédio, RK beliscou a perna dela do nada.

A mulher deu um grito de dor.

Quando ela continuou sem responder, o homem aumentou a força que estava usando.

"Rene Kingston, acho que a sua mão não tá machucada. Olha como você consegue fazer força."

Stella quis xingá-lo enquanto esfregava a perna, com dor.

Ela achou que tinha sido gentil demais ao comprar o remédio para este homem, e ele ainda queria que ela passasse na mão dele. Que maldito... Além de não agradecê-la, ainda beliscava a perna dela.

Que sem-vergonha!

Entretanto, o homem sentado ao lado dela ignorou o que ela disse.

A mão dele ainda estava na perna dela. Ele deu dois tapinhas na coxa da mulher e disse: "Vai logo!"

Era como se esse homem arrogante estivesse dizendo: "Anda! Passa logo o remédio no seu salvador".

Stella cerrou os dentes, irritada.

Ela já havia visto muitas pessoas desavergonhadas na vida, mas nenhuma que fosse tanto quanto ele!

Como ele tinha coragem de ser grosseiro com ela, depois de maltratá-la tanto?

Stella teve certeza de que ficou devendo algo a esse homem em uma encarnação passada, e era por isso que, nesta vida, ele lhe dava ordens o tempo todo.

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