Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 39

O apartamento "pequeno" que Lorenzo mencionou era grande o suficiente para nós três. Estávamos animadas, Beatriz correu para ficar com o maior quarto e eu rir da briga dela com Anne pela suíte.

Abrir as cortinas e admirei a paisagem, a rua, dava para ver o Big ban de lá, era majestoso.

— Eu acho melhor a Alice ficar com a suíte, já que ela está grávida. — Disse Anne.

— Eu não me importo, meninas.

— Está bem, ela ficará. — Afirmou Beatriz.

Anne e Beatriz brigavam sempre que podiam, elas competiam por quem ganhava mais minha atenção. Eu me sentia uma mãe cuidando de duas crianças rebeldes.

— Espero que você não seja maluco ou maluca como elas. — Sussurro passando as mãos na minha barriga.

Mais 1 mês de gestação, agora eu já estava atuando no escritório após a reforma.

Anne já começou sua faculdade, Beatriz era minha assistente pessoal e braço direito. Ela com sua experiência, me ajudava a cuidar da empresa, mais parecia uma loja, de qualquer forma, eu me sentia confiante.

— Você encontrará o tal advogado hoje, ele já está a caminho. — Disse Beatriz.

— Ótimo, Amon me avisou e nós conversamos pelo computador.

Hoje finalmente conheceria o advogado da empresa, ele se chama Guilherme e eu já vinha conversando com ele pelas redes sociais. Era irlandês, se divorciou de um casamento de 4 anos ─ não que isso fosse do meu interesse ─. Eu não cheguei a ver as fotos em seu perfil mas até onde eu sei, ele é bonito.

Pego uma bocada do chocolate que eu comprei mais cedo, ultimamente era o meu preferido, todos os dias eu tinha que comer um pouco para me acalmar, caso contrário meu humor ficava péssimo.

— Ele está lá fora, e meu deus, que homem! O pessoal da Irlanda tem um sotaque lindo — ela fala invadindo minha sala.

— Beatriz, mande ele entrar. — Digo rindo da situação.

— Pode deixar chefinha, foco!

Ela sai e logo em seguida volta com um homem alto de cabelos meio aloirados.

— Bom dia senhora Alice Cooper. — Ele fala sorrindo. As covinhas no rosto daquele homem poderiam ser vistas até de Marte.

— Olá, senhor Guilherme. — Digo.

— Não precisa me chamar de senhor.

Eu assenti tímida.

As fotos não se comparavam a ele pessoalmente, o porte físico parecia com os de um atleta olímpico, o sorriso tinha gentileza e os olhos emanava bondade.

Nós conversamos, ele não seguia o padrão sério e conservador, nós rimos bastante, eu nunca mais tinha me divertido tanto com alguém.

— Eu tenho que ir ao toalete, me desculpe. — Digo.

Corri para o banheiro, assim que sentei no vaso um alívio percorreu meu corpo. Minha bexiga estava do tamanho de uma laranja, eu parecia que ia explodir a qualquer momento. Voltei para sala e ele permanecia sentado, assim que me viu sorriu.

— Amon me disse que você é nova nesse ramo de empresas.

— Eu sou péssima, na verdade.

Ele sorrir.

— Não seja tão malvada consigo, aposto que daqui há um tempo vai tirar tudo de letra. Pode me mostrar minha sala?

— Anh, claro! Eu faço questão de ir pessoalmente.

Eu peço para que ele me siga e nós vamos para sua sala, não era tão grande, mas ver o sorriso que ele abriu me deixou contente.

— Não é tão grande, mas é um começo.

— É perfeito, estou tão feliz. Pensei que fosse ficar desempregado para sempre. — Disse, mas ele percebe a minha expressão — pessoal demais?

— Não, não — balanço a cabeça. — Sem formalidades, eu não faço esse tipo de chefe.

Nós nos encaramos e aquela sensação que eu pensei que nunca mais sentiria voltou. Uma onde elétrica passou pelo meu corpo quando ele apertou minha mão. Era demais dizer que eu me interessei por uma pessoa em tão pouco tempo. Além do mais, estou grávida de outro homem, qualquer um fugiria assim que soubesse.

— Alice. — Digo.

— O que?

— Pode me chamar de Alice, apenas Alice.

— Está bem, Alice.

Ele sai da minha sala com um sorriso encantador nos lábios. Passo as mãos no meu rosto e um sorriso bobo brota em meus lábios, não podia ser, justo agora. O cheiro de chá das boutiques faziam minha boca salivar. Toda vez que o atendente vinha trazer uma torre de biscoitos com chá minha barriga grunhia.

— Eu podia entrar em uma banheira cheia desse chá! — Beatriz murmura.

— Não exagera. — Anne responde.

— Por favor não comecem a brigar, aquele apartamento já ficou pequeno demais para as brigas de vocês. — Digo.

— Isso mesmo, Anne. Pare de implicar comigo. — Beatriz diz olhando para Anne que dá de ombros.

— Você sempre começa...

Eu não consigo me conter, apenas gargalho das duas e continuo tomando me chá. Já vi que seria anos longos ao lado das duas.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)