Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 43

Eu sai da sala de ultrassom feliz mas ao mesmo tempo preocupada, era um menino, provavelmente uma cópia do Dante que eu esperava ser só coisa da minha cabeça.

Peguei os documentos e saí, quem estava comigo na maternidade comemorou. Guilherme veio até mim e me beijou, todos me abraçaram.

Para comemorar, pedimos pizza e mais algumas coisas. Guilherme parecia estar mais feliz que eu, sempre caducando com minha barriga.

— E você já decidiu o nome? — Perguntou Ryan.

— Ainda não, mas se fosse menina seria Nancy, o nome de nossa mãe — olho para Anne com ternura. — Mas como é menino, não faço a menor ideia.

Ryan fora interrompido pelo seu celular tocando. Ele cochichou algo no ouvido de Anne, em seguida vai para o quarto.

Mais tarde, Guilherme já tinha ido embora, eu decidi dormir cedo para pois meus pés estavam me matando.

No meio da noite, senti minha garganta seca, fui na cozinha beber água. Na mesa de jantar, com apenas a luz do computador iluminando seu rosto, Ryan conversava com alguém por webcam.

— Com quem você está conversando? — Perguntei me aproximando. Ele se virou para mim e eu vi, Dante. Nós nos encaramos por segundos, mas já foi o suficiente para meu coração acelerar.

Eu me abaixei rapidamente para que ele não pudesse ver minha barriga.

Ryan desligou a chamada assim que viu eu me estatelar no chão.

— Você está bem? — Perguntou ele me ajudando a levantar.

— Sim estou... na verdade, minha lombar está doendo. — Me sento em uma cadeira a sua frente, reclamando de dor.

— Sinto muito por isso, eu pensei que todos já estivessem dormindo.

— Tudo bem, garoto. — Suspiro — Eu que fui idiota de ter me jogado no chão dessa forma.

Ryan me lança um olhar estranho.

— Como ele está? — Pergunto.

Suspiro com pesar. Apesar de eu detestar a forma com que ele brincou com os meus sentimentos, saber que ele estava pior do que antes por conta do que aconteceu entre nós dois deixava meu coração partido. Eu o amaria sempre, isso eu não conseguia esconder de mim mesma nem se quisesse muito.

— Cada vez mais reservado.

— Eu sinto muito pelo que aconteceu no dia de ação de graças.

— Você não teve culpa, ele só... — ele para por alguns instantes e coça a barba rala — estou preocupado com ele, esses tempos tem sido difíceis para ele.

Aperto meus olhos e levo os dedos atrás têmporas.

— Me sinto cada vez mais culpada.

Ryan segura minha mão com um sorriso fino nos lábios. Apesar de ser adotado, ele roubou um pouco dos traços de Dante.

— Isso não vai fazer bem ao bebê. — Ele respira fundo — os problemas dele são dos mais variados possíveis.

Lembro do que ele me falou naquele dia, quando estávamos naquele prédio acabado, Dante conhecia muita gente perigosa, eu temia pela sua vida.

— Tem a ver com um homem estranho, Ryan?

Ele me olha como se eu tivesse agredido alguém.

— Não fale isso em voz alta, as outras não podem saber disso. — Ele sussurra — como você sabe disso?

— Eu vi esse homem, acho que ele era líder de alguma gangue ou sei lá.

— Alice, nós nem devíamos ter essa conversa, para a sua segurança. ─ ele volta sua atenção para mim ─ Anne sabe disso?

─ Claro que não, isso ficou entre mim e o Dante desde aquela noite. Confesso que gostaria de saber quem era aquele homem.

Ryan respira fundo, ele parecia se perguntar se deveria falar ou não sobre aquilo comigo.

─ Volte a dormir, não se preocupe com isso, ninguém machucaria alguém de nossa família e muito menos você. ─ Ryan umedece os lábios ─ Dante nunca deixaria a coisa chegar a esse ponto.

Um misto de preocupação e culpa se misturou. Ryan me olhava de forma séria, ele já não era mais uma criança, agora parecia envolvido com os problemas da família Angnel, que eram maiores do que eu podia imaginar. Como Dante me disse uma vez, não tem como caminhar em lama e não se sujar.

Volto para meu quarto, olho para um canto vazio por alguns instantes e começo a chorar. Eu não conseguia para de me culpar, Dante estava envolvido nisso por minha causa, talvez eu devesse ter sido a pior de suas escolhas.Sou tirada de meus devaneios por um chute forte.

— Aí...— passo a mão em cima da minha barriga já bem volumosa. — Calma filho, não precisa chutar desse jeito.

Ouço alguém bater na minha porta, enxugo as lágrimas rapidamente enquanto Beatriz adentra o quarto.

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