Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 44

Eu estava jogada no sofá em uma manhã de segunda. Finalmente tinha tirando a maldita licença maternidade, mas não sabia que ia ficar tão atoa.

Troquei de canal mais vez, meu pobre pijama já estava surrado de tanto que eu o usava durante esses meses.

O bebê chutava cada vez mais forte enquanto esperávamos sua chegada. Guilherme dizia que ele ia ser jogador de futebol, e estava treinando dentro da minha barriga para ser um ótimo. Eu ria, me sentia realizada.

— Cadê a grávida mais linda desse mundo? — Guilherme coloca algumas sacolas em cima do sofá.

— Ainda bem, comida! — Tento levantar do sofá, mas minha barriga já estava pesando muito. Guilherme me ajuda entregando minha rosquinha favoritas.

— Não queria que o bebê nascesse com cara de lua.

Por fim ele se senta ao meu lado.

— Obrigada, você está sendo tão bom para mim. ─ Sinto um chute em minha barriga — ai...

— Hoje ele está agitado, como sempre. — Guilherme passa a mão em cima da minha barriga. — Ei, deixa sua mãe comer, quarterback.

Esse era o mais novo apelido de um bebê que ainda nem tinha nome. Todos o chamavam assim agora.

Eu comia minhas rosquinhas quando Guilherme olhou para mim, estava com uma expressão tão séria que quase fez minha espinha tremer.

— Alice, eu sei que esse não é o momento certo, mas eu gostaria de lhe pedir algo — eu me ajeito no sofá e largo a comida. — Eu pensei em te levar para sair, mas você não consegue nem andar direito.

Seguro o riso.

— Tudo bem, o que foi?

— Você, aceita namorar comigo?

Eu pulo em seus braços, ele me abraça.

— Sim! Sim! Sim! — Digo o beijando.

— Uau, estava mesmo esperando por isso.

— Sim, pensei que nunca pediria.

Não foi um pedido romântico, foi o suficiente. Após meses pensando que ele nunca iria pedir finalmente chegou o dia.

Eu sabia que ele faria a mim e ao meu filho felizes, era tudo o que eu mais queria.

[...]

Era questão de tempo para a minha bolsa se romper e finalmente meu filho nascer, o parto seria normal. Beatriz colocou diversos vídeos para me tranquilizar, alegando que era algo natural do corpo humano. O que era para me deixar calma fez meu estômago revirar. Ela quase passou mal com tudo aquilo saindo por um espaço tão apertado, suas bochechas ficaram vermelhas e eu gargalhava na cara dela.

— E se eu morrer? — Falo colocando as roupinhas na bolsa que levarei para a maternidade.

— Ai, vira essa boca para lá! — Beatriz diz.

— Bea, estou com medo.

— Eu sei, mas você já passou por coisas bem piores. Já escolheu o nome?

— Ainda não, eu não faço a mínima ideia. — Digo.

— Pois eu também não.

— Oi Beatriz, oi amor. — Guilherme entra no quarto e me dar um selinho. — Está sentindo alguma coisa?

— Não, pela milésima vez. — Digo. — Você está mais preocupado que eu.

— Estou ansioso para a chegada do nosso quarterback.

Ele passa seu braço ao redor do pescoço da Beatriz e joga um beijo no ar para ela indicando que ele queria privacidade.

— Como eu odeio vocês dois. — Guilherme gargalha — estou falando sério.

Beatriz sai da sala em busca do shampoo que compramos.

— Tenho que conversar com você.

Pela expressão dele o assunto era sério.

— Sobre o que você quer conversar? — Me ajeito no sofá.

Ele pensa, na verdade passamos quase 1 minuto em silêncio. Guilherme pigarreia e segura minhas mãos.

— Você não vai contar mesmo para o pai?

— Não, já disse. — Puxo minhas mãos.

— Então me conta quem é, eu estou ao seu lado há bastante tempo — ele suspira. —, mereço saber quem é.

— Guilherme, isso não importa.

─ Achei que tivesse mais confiança em mim.

─ Não tem a ver com confiança, na verdade, eu estou tentando manter o máximo de pessoas longe da bomba que é o meu passado.

Ele olha para a janela.

— Está bem — ele faz sinal com as mãos de rendimento. — Só que eu tivesse um filho eu iria querer saber.

— Mas você não tem, esse filho não é seu! — Me levanto bruscamente do sofá.

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