Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 29

Antes que eu pudesse ir dormir, percebi que havia mensagens no meu celular, de quando era oito da noite e eu e Fernanda estávamos nos arrumando. Eu sequer tinha percebido que tinha recebido mensagem. Ainda mais áudio. Com um frio na barriga percebi que eram dois áudios que se encontravam ali. Um da minha mãe e um de Laura.

Coloquei o da minha mãe para ouvir primeiro, pois queria adiar o máximo de tempo possível o áudio que aparentava ser longo de Laura. Por fim, comecei a ouvir a voz da minha mãe que falava entusiasmada:

"— Oi minha filha! A Doutora Suzana já liberou a Sophia para ficar em casa! Que alegria! Disse que tomando os cuidados necessários, os remédios direitinhos nas horas corretas e continuando com as avaliações de imagem, ela pode até viajar conosco para a cidade da sua vó se não ficarmos muito tempo. Só tem que tomar cuidado mesmo e qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, correr direto para o hospital. Mas disse que o período de preocupação já passou e que agora é monitoramento para que nada mais ocorra. Ela agora está em casa.

— Oiii Ag! Vou ficar boa para ser daminha! — Disse minha irmã no áudio e eu ri diante da alegria dela em poder ser daminha. Concordei balançando a cabeça.

— É isso. Vovó já está arrumando as coisas por lá. Ficamos no aguardo do seu contato, filha. Nos diga depois como está sendo aí no Rio. "— Disse mamãe e eu concordei enquanto o áudio acabava.

Ali então fiquei a contemplar o áudio da minha mãe novamente, feliz que tudo estava dando certo com Sophia. Eu nem sabia como agradecer a Deus por minha irmã estar ficando melhor. Era muita felicidade que não cabia dentro de mim.

Por fim, fiquei olhando o áudio de Laura. Eu realmente não queria ouvir aquele áudio. Não queria imaginar ela me implorando, falando qualquer coisa que fosse para que Matheus continuasse na terapia. Não, eu não ia aguentar. Não depois de tudo o que Matheus tinha me feito. Eu poderia ser coração mole, mas não ia ajudar mais Laura, mesmo que ela me implorasse até a morte. Eu tinha meus limites. E até esses limites eu diria que eram limites muito altos, porque Matheus passou o limite da insanidade quando passou os meus limites.

Fiquei olhando o áudio. Tinha mais de um minuto falando. O que poderia ser tão longo? Uma imploração tão longa assim por parte de Laura? Ela realmente tinha se superado então. Ainda assim, eu não sabia explicar, mas tinha medo. Medo de apertar o botão para ouvir o áudio. Medo de ouvir choro ou qualquer coisa do tipo. Pior, tinha medo de ouvir qualquer coisa de ruim que fizesse eu sentir vontade de chorar. Não sabia dizer o que poderia encontrar ali. O que restava-me era só o sentimento: Medo.

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