A Viagem de Divórcio romance Capítulo 17

Sofia foi acordada pela dor naquela noite. Seu estômago queimava e ao mesmo tempo sentia-se enjoada. Em transe, ela saiu da cama e foi cambaleando para o banheiro.

Ela foi apertando seu estômago pelo caminho todo e nem acendeu as luzes. Sofia foi tateando de memória até chegar no vaso e então vomitou. Por instinto, ela achou que fosse a bile. O interruptor de luz estava bem ao lado dela. Ela ligou-o, mas o que apresentou-se a ela parecia uma cena de terror, repleta de sangue.

Ela fechou os olhos. Como não era a primeira vez que isso acontecia, não entrou em pânico. Sofia abriu a torneira para levar o sangue e depois fez um gargarejo. Algum tempo depois, voltou para a cama ainda sentindo-se prostrada.

Ela pegou seu telefone ao lado do travesseiro e olhou a hora. Uma da manhã. Inexplicavelmente, Sofia sentiu vontade de rir. Se eu morrer aqui e agora, provavelmente ninguém vai descobrir.

Todo seu medo, raiva e tristeza vieram à tona, mas Sofia os empurrou para dentro. Ela deitou-se na cama planejando aguentar firme até a manhã, mas dez minutos depois, o enjoo atacou novamente. Ela foi rapidamente para o banheiro e após outra rodada de vômito, ela achava que aquilo ia matá-la. Tropeçando e cambaleando, Sofia logo voltou para a cama pensando que deveria ligar para Isaque, pois apenas ele poderia ajudá-la.

Seu estômago estava terrivelmente embrulhado, e ela começou a suar frio. Com suas mãos trêmulas, ela abriu os contatos e com os olhos apertados, procurou pelos nomes. Ao encontrar Isaque, ela ligou para ele. O telefone dava sinal de que tocava, ela largou-o e encolheu-se toda com suas mãos no estômago. Foram apenas alguns segundos para Isaque atender a ligação, mas pareceu uma eternidade.

“Alô?” Ele soava rouco.

Sofia respirou fundo. “Isaque, eu—” Antes que pudesse falar, uma onda de enjoo bateu novamente, mas Sofia segurou firme. “Não estou me sentindo bem, você poderia vir aqui um pouco?” Ela soava fraca, e custou tudo o que ela tinha para aguentar firme.

“O que há de errado?” perguntou Isaque.

Sofia começou a tremer de dor e estava encharcada de suor frio. “Só venha”. Ela não conseguia explicar mais a ele, pois a náusea era impossível de segurar. Ela correu até o banheiro e vomitou sangue.

Sofia começou a ver estrelas.

Ela sempre teve problemas de estômago, e às vezes acontecia de vomitar sangue. O médico havia dito a ela para pegar leve, pois seu problema era difícil de lidar, especialmente por estar lá há anos.

Ela repentinamente lembrou-se de quanto álcool consumiu ao longo dos dois últimos dias. Não foi tanto assim, mas certamente mais que estava acostumada. Caramba. Tudo que quero é apenas uma válvula de escape para meu divórcio e meu corpo não consegue aguentar. Duas vezes. Foram duas vezes, e este é o retorno que ele me dá. Ele segurava o vaso, enquanto manchas escuras começaram a aparecer.

O trajeto de volta para a cama era curto, mas ela não fazia ideia de como tinha conseguido. Tudo que ela se lembrava era o quão alto Isaque gritava quando ela voltou para a cama. “Sofia! Está me ouvindo?!” Sofia queria dizer que sim e que ele estava falando alto, mas não tinha forças para isso. Isaque havia reservado o hotel para ela e sabia o número do quarto dela, então não havia nada para se preocupar. Ela se encolheu e fechou os olhos e na sequência, suspirou.

João sabia o número do quarto dela também, pois Isaque língua solta disse a ele quando voltou da praia. Assim, João foi até a recepção sem sequer se preocupar em trocar de roupas. Sofia parecia não ouvir nada no final, então ninguém respondeu quando ligaram para ela. Havia um recepcionista trabalhando naquela hora, então ele rapidamente levou João até o quarto de Sofia com o cartão da porta em mãos. Quando abriram a porta, João viu que as luzes do banheiro e da mesa de cabeceira estavam acesas.

Ela estava encolhida na cama, seu cabelo e rosto ensopados de suor. João foi até ela rapidamente. “Sofia? Sofia!” Sofia não reagia e estava mortalmente pálida.