Por Você romance Capítulo 160

Jasmine

Quais as chances de um conto de fada se tornar real? Eu me sinto presa em um deles agora de uma forma doce e trágica ao mesmo tempo, mas ainda assim é como um conto de fadas. Jonathan não é só um príncipe, ele também é um cavalheiro atencioso e apaixonante. Nem se eu tivesse acertado na loteria teria tamanha sorte assim.

— Oh Deus! — Solto um gemido baixo e agudo, sentindo o meu corpo despedaçar em mil pedaços e no ato, puxo uma respiração pesada e ofegante tentando me situar. Caramba, o que foi tudo isso? Após me proporcionar o meu primeiro orgasmo, meu namorado se deita do meu lado e me puxa para me aconchegar ao seu corpo e aproveito para apreciar as batidas do seu coração. Elas estão aceleras e em ritmo descompassado. Não consigo discernir o que estou sentindo agora, é tão intenso que não sei como mensurar. Definitivamente eu o amo e amo ainda mais do que ontem. Me acomodo ainda mais ao seu corpo porque preciso de mais do calor. Me concentro no toque suave das pontas dos seus dedos na minha pele, na sua respiração que ainda está levemente descompassada e nos minúsculos beijos que deixa nos mus cabelos, testa e bochecha. Por uma fração de segundos, olho para trás para alguns dias quando eu não reconhecia esse príncipe encantado deitado na minha cama. Em outrora Jonathan era apenas mais um garoto cafajeste que levava as garotas para a cama sem nenhuma preocupação aparente. Sorrio. O que mudou? O que realmente o fez mudar do dia pra noite? Às vezes penso que tudo isso não passa de um sonho. Solto uma respiração baixa. Eu gostaria que ele me falasse mais sobre os seus sentimentos em relação a mim. Sinto um arrepio se alastrar por todo o meu corpo quando os seus dedos começam a fazer alguns círculos nas minhas costas, me despertando dos meus devaneios e de alguma forma esse gesto desperta alguns desejos diferentes no meu corpo. Como seria tê-lo para mim, todinho para mim? Qual seria a sensação de senti-lo me invadir e de fazer amor com ele de verdade? De sentir o seu amor de uma maneira palpável? Oh, céus, eu estou preparada para isso? É realmente isso que eu quero? Oh Deus, sim eu quero muito isso! Sinto o meu coração pular no peito com essa constatação. Eu quero Jonathan por inteiro na minha vida. Me pego sorrindo e pressiono o lábio inferior com os dentes para reprimir esse sorriso. suspiro e ergo a minha cabeça encontrando os olhos negros intensos. Quero falar com ele sobre o que se passa na minha cabeça, mas simplesmente não tenho coragem. Não mesmo!

— Estou tão triste por causa da Cris! — falo me desviando covardemente do que realmente gostaria de lhe falar e ele me olha especulativo.

— Eu também. — E logo entramos em um assunto nada a ver com os meus sentimentos ilhados, aprisionados dentro de mim. Momentos depois estamos envolvidos outra vez. Caramba, como ele pode ser tão intenso assim? Como consegue fazer todas essas coisas comigo com um simples toque e alguns beijos? Conta para ele, Jas, diga o quanto você o deseja. Meu subconsciente pede encarecidamente. Contudo, apenas o olho por algum tempo e as palavras chegam a pinicar a ponta da minha língua, mas elas simplesmente não saem de lá. Jonathan tenta sair da cama, mas seguro a sua mão o impedindo e em resposta ao meu gesto ele sorri lindamente para mim e droga, eu me perco nesse sorriso de menino! — Temos que acordar cedo amanhã, Bonitinha — diz deixando um beijo casto na minha boca e como uma boba que sou, me pego sorrindo para esse gesto.

— Eu sei. Só mais um beijinho? — peço. Que droga, Jasmine, fala logo de uma vez, mulher! Meu corpo reclama querendo mais. Minutos depois, ele se vai e eu fico aqui sozinha nessa cama grande e espaçosa que começa a perder o seu calor. Estou cansada e sonolenta, mas não consigo parar de sorri sentindo o seu cheiro nos travesseiros e no lençol da cama. Curto mais um pouco a sensação do seu toque até pegar no sono, que me traz sonhos...

...

— Isso aqui é lindo, Jonathan! — digo maravilhada com o lugar e abro os meus braços, girando lentamente no meu próprio eixo apreciando o calor suave que vem do sol a minha pele e quando volto a abri-los encontro o seu sorriso emoldurando o seu rosto. — Eu amei esse lugar! — sibilo feliz. No entanto, não faço ideia de onde estamos. Mas devo dizer que é um lugar de encher os olhos, embora eu não consiga descrevê-lo. Jonathan continua parado no seu lugar. Seus braços estão cruzados e ele perece despreocupado. Volto a fitar o seu sorriso e me pego suspirando por ele.

— Olhe bem para ele Jasmine. — Essa voz! Tão áspera e fria. Eu a conheço de algum lugar. Eu me viro para ver quem é, mas não vejo ninguém em nenhum lugar. Agitada, volto o meu olhar para o meu namorado no exato momento que ele começa a caminhar na minha direção. Suas mãos estão nos bolsos laterais das calças agora. E nossa, ele parece tão feliz e tranquilo. Me esqueço da ameaça de segundos atrás e me deixo envolver por ele. — Em breve você não o verá mais. — Resfolego e volto a procurar o dono da voz. Quem é você? Tento sibilar, mas nada sai da minha garganta. O lugar lindo e claro começa a ficar escuro e sombrio, e desesperada procuro pelo Jonathan ao meu redor, mas ele não está aqui, eu não o vejo em lugar nenhum.

— Jonathan? — O chamo baixo e hesitante, porém, a escuridão não me permite ver nada e uma sensação ruim me acomete. — Jonathan?! — grito em completo pânico. As luzes se acendem repentinamente me fazendo fechar os olhos e quando os abro, respiro com dificuldade quando descubro aonde estou. — Não! — sussurro olhando para as quatro paredes do quarto apertado. — Jonathan, por favor? — Volto a chamá-lo, só que agora em prantos. Mas ele não me responde. Estou sozinha. Respiro fundo para engolir o choro e fito a porta do antigo quarto da minha mãe, estremecendo por dentro. Como se ela tivesse um ímã começo a andar na sua direção e levo a minha mão trêmula a maçaneta. Meu coração dispara violentamente tampando a minha garganta e é difícil respirar.

— Abre a porta, Jasmine! — Ele ordena. Não! Não! Não, por favor! — Abre a porra da porta!

— Eu... não posso! — Sinto a minha voz falhar.

— É UMA ORDEM, PORRA! — A voz brada atrás de mim, modificando-se, tornando-se mais forte, grossa, imponente. Cicatriz. Penso com desespero e sinto as forças do meu corpo serem assaltadas por ele. — Abre a porta, Jasmine! — Volta a ordenar firme e intimidador, e eu abro lentamente, ficando completamente sem chão no segundo seguinte.

—Jonathan? — sussurro baixo demais. — Não! — Ele está machucado, muito machucado. Alguns homens o mantêm de pé, porém, ele quase não tem forças. Alguém se mexe atrás da porta e o meu coração para bruscamente ao ver Marrento surgir na minha frente com uma arma em punho.

— Você o ama, Jasmine? — Ele pergunta com uma falsa calma e a minha visão fica turva com as lágrimas que os inundam. — Você ama esse Mauricinho de merda? — insiste.

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