Por Você romance Capítulo 64

Luís Renato

Enfim, chegou o grande dia! É domingo e é o dia do aniversário da minha pequena. São sete e meia da manhã e ela ainda está dormindo. Depois de uma noite maravilhosa de sexo quente, ela deve estar exausta. Confesso que passar uma semana inteira mentindo e escondendo essa surpresa, estava me deixando maluco. E ainda ter que me conciliar o meu dia a dia na empresa e em providenciar as coisas necessárias para essa festa me deixou no limite. Respirei fundo e voltei a me concentrar no seu dia especial, que começaria com um delicioso café da manhã, feito por mim. Peguei a bandeja de madeira e pus em cima do balcão. Arrumei algumas torradas, geleia, queijo, suco de laranja — que ela adora — uma porção de morangos, chantili e com cuidado pus um pequeno vaso com uma rosa vermelha no meio da bandeja. Tomei a liberdade de comprar três presentes especiais para ela e um deles é mais especial para mim do que para ela. E eu realmente espero que ela o aceite. Observo a linda bandeja de café que arrumei com muito carinho e olhei para uma pequena caixa aveludada e vermelha, com um formato de coração, largada em cima do balcão. Puxei a respiração e me senti nervoso. Peguei a caixinha com uma certa ansiedade e a pus perto do pequeno vaso. Nervoso, contei até três para tentar me acalmar e sai da cozinha com a bandeja em mãos. Subi as escadas escutando o som dos meus passos pesados fazendo um eco dentro dos meus ouvidos e parei em frente a porta do nosso quarto. Com um pouco de dificuldade a abri entrei no quarto em seguida. Pus a bandeja sobre um criado-mudo e sorri ao ver os cabelos escuros espalhados pelos travesseiros e o seu corpo desnudo, coberto parcialmente com o edredom. Subi com cuidado na cama e engatinhei para perto do seu corpo e me posicionando sobre ele, comecei a enchê-la de beijos quentes e carinhosos. Ana se espreguiçou debaixo de mim e gemeu manhosa, feito uma gatinha, o que me faz rir da sua preguiça matinal.

— Feliz aniversário, minha pequena! — sussurrei ao pé do seu ouvido. — Eu te amo muito! — Beijei e mordisquei o lóbulo da sua orelha. Ela abriu os olhos preguiçosos, piscou algumas vezes e sorriu ao me olhar.

— Como soube que é hoje? — indagou, com a voz rouca de sono.

— Eu sei tudo sobre você, meu amor! Tudo que me interessa para te fazer sorrir assim. Tenho uma surpresa pra você — digo.

— Surpresa? — Ela desperta de uma vez com interesse. — Adoro surpresas! — Senta-se na cama e o lençol cai em sua cintura. Os seios morenos ficam à mostra e eu aproveito para apreciar a bela visão. Pego a bandeja e a ponho sobre a cama. Ela olha para o conteúdo e depois, para mim. Seus olhos brilham de felicidade e seu sorriso se amplia.

— Morangos com chantili? — pergunta animada. Dou de ombros.

— Estou decepcionado, pequena! — falo, rindo da sua alegria infantil. — Fiz tudo com tanto amor e você só viu morangos e chantili? — indaguei, com diversão na voz. Ela me olha com uma expressão divertida e volta a olhar para a bandeja.

— Sua bandeja está perfeita, amor! Está muito linda e... — Seus olhos param sobre na caixinha e eu prendo a respiração. É agora... A hora da verdade. Ela me olha receosa, segura a caixinha, a analisa e me olha novamente.

— O que é isso? — pergunta. Seu tom de voz é baixo e calmo. Engulo em seco. Pego a caixinha de sua mão e a abro, revelando o lindo anel dentro dela. Seu olhar agora é de surpresa, ou espanto. Não sei dizer. Eu só respiro fundo e me forço a dizer alguma coisa.

— Ana, eu... quero aproveitar um dia especial como esse... para te fazer uma pergunta. — Mais uma vez eu respiro fundo e continuo. — Quero que saiba que sua resposta é muito, muito importante para mim — concluo. Ana respira com dificuldade. Sua respiração parece pesar em seus pulmões. E seus olhos de alguma forma já estão cheios de lágrimas não derramadas. — Eu sei que parece assustador e que três meses é muito pouco para o que eu vou te pedir. Mas promete que vai pensar muito carinho antes de me responder? — peço baixinho. Ela tenta falar algo, mas eu ponho dois dedos levemente em sua boca. Na sequência, desço da cama e me ajoelho no chão, com a caixa aberta em minhas mãos. Sinto o suor borbulhar em minha testa e em minhas mãos. A minha garganta fica seca imediatamente. Estou nervoso pra caralho! Tiro o anel de dentro da caixa e olho em seus olhos, para enfim falar. — Ana, você é a minha vida. É tudo para mim. Eu nunca pensei que iria amar outra pessoa assim, como eu te amo. A verdade é que eu nunca pensei que iria amar outra vez. Com você eu reaprendi a confiar no amor. Você me tirou de um mundo triste, sem cor, escuro e gelado — sorri de nervoso — E me devolveu a vida. Hoje eu sei que eu não consigo viver mais sem você, minha pequena. E não tenho mais medo de ser seu de corpo e alma. Por isso não importa quanto tempo estamos juntos, importa o que eu sinto aqui... — Seguro a sua mão e a levo ao meu peito, do lado do meu coração. — E o que você sente aqui. — Levo a minha mão ao seu coração. Sinto o meu rosto molhado em lágrimas e os dela também estão. — Ana, você aceita se casar comigo? — peço finalmente. Ela não diz nada, apenas me olha e não para de chorar. Começo a ficar apreensivo. Meu peito parece que vai explodir, minha respiração fica retida e eu me sinto paralisar. Eu sei que é muito cedo para um pedido como este. Mais, porra! Se nos amamos, para que esperar? — Ana? — chamo o seu nome e ela parece despertar de um transe.

— Meu Deus, sim! — disse com a voz embargada. — Eu aceito me casar com você, meu amor! Aceito ser sua mulher, sua amante, aceito ser sua, para sempre! — Ela sorri em meio às lágrimas. Sim, ela disse sim! Por Deus, ela aceitou! Ela disse sim! Agitado e feliz demais, levanto-me do chão e volto para cima da cama, tomando a sua boca com impetuosidade e paixão. Em um beijo intenso e forte, capaz de nos tirar a capacidade de respirar e quando me afasto, estamos completamente ofegantes. Sorrio para Ana e ela sorri para mim. Pego o anel que caiu entre os lençóis e o ponho em seu anelar. Voltando a beijá-la e na sequência, fizemos amor em comemoração.

***

— Experimenta esse morango, olha que delícia! — Ana pede, levando a fruta melada de chantili à minha boca. Eu dou uma mordida pequena, apreciando a mão que agora está com o anel do nosso compromisso. Ela sorri. Seus olhos estão fixos em minha boca. Estamos tomando o café da manhã juntos na cama e depois de muitos beijos e de mãos bobas, vamos para a piscina e passamos o resto da manhã lá.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você