Por Você romance Capítulo 78

Marcos Albuquerque

— Já se passaram três dias, Gui. Luís está com ar de louco e eu estou muito preocupado com ele, cara! E se Ana não acordar? — questiono olhando nos olhos do meu irmão. Estamos na casa do Guilherme, aguardando Gisele chegar com alguma novidade sobre o acidente de Ana. Ela passou a semana inteira empenhada em descobrir o que realmente aconteceu e hoje cedo nos ligou dizendo que descobriu algo.

— Ela vai acordar, Marcos. Temos que pensar positivo.

— Tá, mas e se...

— Não tem e se, Marcos, pelo amor de Deus! — diz, impaciente. — Só temos que acreditar, ok? — Seu tom de voz agora é confiante. — Ana é uma garota muito forte, ela ama o Luís e eu sei que ela vai conseguir sair dessa. Assinto, pois preciso acreditar nisso. —

— Espero que você esteja certo, mano. Não sei se aguento ver meu amigo desabar de novo e viver isolado naquele mundo doloroso outra vez — digo e esvazio o meu copo.

— Oi, meninos, demorei? — Gisele pergunta animada e adentrando a sala. Ela dá um beijo cálido na boca do marido e me dá um abraço carinhoso.

— Não demorou, querida. Faz pouco tempo que o Marcos chegou.

— Alguma novidade? — pergunto ansioso, antes que eles comecem com a melação de sempre.

— Algumas, na verdade. — Ela diz com um sorriso vitorioso. Gi põe sua pasta executiva em cima da mesinha de centro e a abre, tirando de dentro dela algumas fotos e um CD que está dentro de uma caixinha transparente. Ela coloca os objetos espalhados na mesinha e os olha com aquele brilho nos olhos, que ela emite sempre que resolve um quebra-cabeças difícil de conseguir.

— O que é isso? — pergunto confuso e pego uma das fotos, a olhando com veemência. São imagens de um carro preto. Em cada foto o mesmo carro, mas os horários são diferentes. — Não entendi, Gisele. O que significam essas imagens?

— É o seguinte, a rua do acidente era uma encruzilhada e tem câmeras nos quatro sentidos das avenidas. Aqui, aqui e aqui. — diz, enquanto aponta com o dedo os pontos de cada avenida. — Também tinha câmeras em algumas lojas. Fiz um pedido formal para que o Detran me cedesse as imagens das quatro ruas, durante a semana que antecede o dia sete de março e advinha? Eu consegui! — Ela vibra. — Passamos horas observando cada filmagem, os carros que iam e vinham e que passaram por aqueles trechos e este sedan preto chamou a nossa atenção, porque ele passou e parou no mesmo local três vezes naquele mesmo dia. Detalhe, em nenhum momento o motorista desceu do carro. Ele apenas estacionou e ficou ali por pelo menos meia hora. Isso aconteceu a semana inteira, pela manhã e pela tarde também e de acordo com as imagens, esse é o mesmo carro que bateu na lateral do carro da Ana, jogando-a para a outra pista. Agora, olha isso aqui... — Gisele coloca o CD no leitor do notebook que está sobre a mesinha de centro e logo as imagens do mesmo carro preto surge na tela. Durante o dia, parado em um determinado ponto da estrada e à noite, em alta velocidade, colidindo no carro da Ana e fugindo do local sem prestar socorro. Filho da puta!!!

— Essas fotos foram tiradas de uma câmera instalada em uma oficina mecânica que fica de frente para o local onde eles estacionavam.

— Está claro, pelas imagens dá para perceber que ele já a aguarda naquele ponto da rua! — falo desnorteado. Gi assente em concordância.

— Ele simplesmente acelerou o carro quando o sinal abriu para Ana passar! — Guilherme confirma e mais uma vez Gisele assente com a cabeça.

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