Sal, Pimenta e Amor(Completo) romance Capítulo 16

Nunca fui o tipo de garota que me preocupava com o que vestir. Tendo uma calça, uma blusa e um sapato confortável eu estava em perfeito estado. Não gostava de nada me apertando muito e não sabia o que era comprar de verdade. Mas Mara parecia saber exatamente o que estava na moda e vivia me dizendo que minha magreza excessiva ajudava a vestir as roupas maravilhosas que estavam na última moda, no corpo de muitas modelos, nada que eu gostasse muito, já que, como disse, nunca me achei tão magra assim.

Talvez Mara só estivesse dizendo isso para me fazer me sentir melhor.

– Eu sei que você não gosta dessas coisas, Sarinha, mas eu já disse. É para o seu bem. – E eu não conseguia negar, porque sabia que Mara tinha bom gosto, mesmo que eu não estivesse acostumada a usar o que ela me oferecia.

Vovó quer que você jante lá em casa. Mandei para Alexander assim que entrei numa cabine despistando Mara. Ela não me deixava um minuto de sossego e eu precisava falar com Alexander antes que vovó comesse meu fígado.

Tudo bem. Que horas te pego, chuchu? Ele perguntou me fazendo revirar os olhos. Ele ainda cismava com o apelido.

Não sei. Quando Mara me deixar partir. Disse e Alexander logo respondeu:

"Arrasa aí chuchu. Me mostra como não resistir a você tal como você não resiste a mim." E Alexander estava passando dos limites no quesito se achar demais. Bufei.

"Há-há. Muito engraçado, espertinho. Vai catar coquinho, meio sedutor. " Respondi e recebi em questão de segundos um “kkkk” por parte de Alexander e novamente uma resposta:

"Você vem junto, gata? "

"Onde ficou a nossa conversa sobre flertar, garanhão?" Perguntei em seguida.

"Não estou flertando, chuchu. Apenas brincando. A não ser que você queira que eu flerte. *carinha de malícia*"

Revirei os olhos. Às vezes Alexander conseguia me surpreender. Bufei.

"Não, obrigada, garanhão. Vai se preparando, vou deixar minha vó matar você de vergonha."

"Veremos."

Recebi por fim, já que não pude continuar com a nossa conversa. Mara não largava do pé por um segundo e logo ela me chamou para mostrar para ela o novo look. Suspirei. Lá ia eu para mais um mundo de loucuras, enfim.

*

– Ale está vindo, Sara. Eu vou deixar você, mas não sai de frente dessa loja, viu? – Revirei os olhos.

– Eu não sou criança, Mara. – Mas Mara aparentemente insistia em tratar eu e o Alexander como tal. Ela simplesmente fingiu que não me ouviu mandando beijos pelo ar para mim antes de se afastar e entrar no seu HB20 dando partindo e me deixando sozinha de frente a loja.

Nunca gostei muito de esperar, mas era paciente na medida do possível. E Alexander também não demorou muito para chegar, já que ele logo apareceu e eu adentrei o seu carro. Alexander estava com roupa executiva, uma blusa de listras azuis na cor branca de botões e uma calça social. Os cabelos dele estavam penteados e reluzindo tal como seus olhos. Não gostava de admitir isso para mim mesma, mas, infelizmente, o fato de Alexander estar assim tão charmoso, não ajudava em nada na minha tentativa de parecer braba com ele.

– Demorei chuchu? – Ele me perguntou sorridente e eu só consegui revirar os olhos sem acreditar que ele me fazia essa pergunta. Era mais que óbvio que sim!

– Adivinha? – Perguntei ironicamente e Alexander apenas riu dando partida no carro. Ficamos em silencio. Eu ainda estava receosa que ele pudesse brincar novamente com o que tinha acontecido no dia anterior, mas me manteria calada esperando o que quer que ele fosse dizer. Para minha sorte, ele não falou sobre isso.

– É sua avó que vai cozinhar hoje? – Ele perguntou curioso o que me fez apenas concordar com a cabeça.

Vovó era uma exímia cozinheira. Tudo o que eu comecei a aprender sobre cozinhar, no meu começo de vida, toda experimentação que tive, enfim, tudo isso foi graças a vovó. Sobre isso, eu nunca saberia como agradecer devidamente a ela, já que o amor que tenho por cozinhar foi graças a ela.

Não demorou para que chegássemos no meu mini apartamento novamente. Estava com medo de vovó, pois sabe lá o que ela poderia aprontar. Nunca tive um caso sério para saber como vovó lidaria com tudo isso. Dessa forma, o medo parecia, aos poucos, se apossar de mim.

– Então vamos lá! – Disse Alexander e saímos do carro enfim.

Quando abri a porta do apartamento, já podia sentir um delicioso cheiro da macarronada que só minha vó sabia fazer. Acompanhando o cheiro, havia um delicioso cheiro de frango com quiabo e a saudade da infância, onde esses cheiros pareciam não somente fantásticos, mas mágicos também, tomou a minha mente por inteiro e eu só conseguia pensar em como adorava a comida que vovó fazia.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Sal, Pimenta e Amor(Completo)