LASCIVA romance Capítulo 34

Capítulo 33

Isis Melo

Se te derrubarem sete vezes, levante oito. Por isso, levantei no dia seguinte para ir trabalhar. Cheguei à empresa de Jaime meia hora antes. Quero estar preparada para o que der e vier. Irei fazer meu trabalho da melhor forma possível sem envolver sentimentos, mas antes ele terá que me ouvir. Maquiei-me e me arrumei da melhor forma possível, tive uma péssima noite, mas não quero que ele saiba. Além de tudo isso, tem a maldita TPM que chegou para piorar o meu humor.

Sentada na minha mesa que fica em frente a sua sala, fiquei separando alguns papéis para arquiva de cabeça baixa. Assim que o elevador se abriu, meus olhos se encontraram com os de Jaime.

- Bom dia! – Falou friamente e se retirou para sua sala. Ele não olhou na minha direção, mas nem esperei que ele fechasse a porta e, já fui entrando sem pedi licença. Dei-lhe uma bofetada no rosto antes que ele tivesse qualquer reação, pegando o de surpresa.

- Ficou louca. – Falou irritado.

- Isso é por ter me deixando trancada. – Falei com raiva.

Jaime segurou meus braços com força e fulminando-me com o olhar, murmurou bravamente.

- Nunca mais na sua vida faça isso. Eu sou seu chefe...

- Na noite retrasada quando metia o pau em mim, você não pensou nisso. – Falei alto demais. Seus olhos ficaram em chamas, não sei se foi de raiva ou excitação pelas minhas palavras.

- A partir de agora você é somente uma empregada como todas as outras, e se fazer isso novamente te coloco para fora. – Murmurou. Não conseguir evitar a vontade de chorar. Não havia resquícios do homem que fez amor comigo por tantas noites, nem a preocupação que sempre via que ele tinha por mim. Jaime demonstrou o seu lado mais frio e arrogante, o mesmo Jaime que conheci no primeiro dia.

- Aquele papo de que eu corria risco se ficasse ao seu lado era uma desculpa, pensei que fosse homem para assumir o que você realmente quer, mas já vi que me enganei. Ele apenas me encarou e percebi que sua mandíbula estava tensa, como se tivesse se controlando para não fazer algo.

- Tenha um bom dia, Senhor Jaime. – Murmurei disposta a trata-lo com a mesma frieza que ele demonstrou.

Meu corpo todo tremia de raiva e tristeza ao mesmo tempo. Seria difícil trabalhar para ele e ter que ficar longe, a saudade que sinto de tê-lo está me matando. Pelo menos, fiquei com o trabalho e pagaria o aluguel do flat. Terei a chance de aprender uma profissão e melhorar de vida, e assim que tiver a experiência necessária irei trabalhar em outra empresa, para ficar o mais longe possível de Jaime.

Fiquei na minha mesa a manhã inteira e dei graças aos céus por Jaime não ter me solicitado em momento algum. Todo momento que pensava na distancia que agora existe entre nós me dava vontade de chorar, e tinha que respirar fundo diversas vezes. Tentava pensar que nada é por acaso e que o fato de Jaime ter passado na minha, talvez tenha sido para que houvesse mudanças, como realmente houve. Por um tempo achei que ele estivesse nutrindo sentimentos por mim, mas só agora vejo como me enganei. Dizer que seria arriscado ficarmos juntos não passava de uma desculpa para me dispensar, se era isso que ele queria, não seria eu a correr atrás dele, mesmo que meu coração e meu corpo implorasse para que eu fizesse isso.

Ouvir quando a secretária de Jaime fez uma reserva no nome dele em um restaurante para duas pessoas. Então ele já sairia com outra, provavelmente em buscar de um brinquedo ou acompanhante nova. Jaime também não saiu da sua sala, almoçou na mesma e nem teve a coragem de me chamar. Por mais que eu quisesse me manter fria, esperava que ele me procurasse, mas a hora de ir embora chegou e nada aconteceu. Ele se manteve longe, distante e frio.

No dia seguinte, não tinha como fugir. Trabalhamos juntos, analisei alguns papéis, ele pediu que fizesse alguns contatos, e o acompanhei em duas reuniões, fez tudo isso com a mesma frieza que tratava todos os funcionários.

Depois do almoço com alguns fornecedores, voltamos no mesmo carro. Ele ficou olhando para o computador o tempo inteiro, nem me dirigiu a palavra. Eu não estava aguentando mais aquela distância. Podem me chamar de fraca se quiser, mas foi mais forte que eu.

- Por que Jaime? Diga-me por que de repente você perdeu o interesse. Ouvi quando você disse que não queria abrir mão de mim, então por que esse distanciamento? Perguntei e sentir vontade de chorar novamente. A última noite que nós estivermos juntos foi tão boa que se soubesse que seria a última vez teria congelado o momento.

Seu corpo ficou tenso, mas não retirou os olhos do computador. Sua frieza me deixou com tanta raiva que joguei seu notebook no carpete do carro.

- Será que você pode pelo menos me dirigir a palavra? – Falei com raiva e agora as lágrimas desciam pelo meu rosto. Vi que seus olhos amolecerem e ele se sentou ao meu lado. Quando olhou nos seus olhos vi que ele me esconde algo. Percebia seus olhares para mim quando estávamos trabalhando ou em reunião, então por que agora ele tenta esconder seus sentimentos.

- Isis... Você apenas tem que ter paciência. – Sussurrou no meu ouvido enquanto me abraçava. Eu aproveitei seu abraço ao máximo. Estava sentido falta do seu carinho, dos seus braços, de fazer amor com ele, meu corpo arde com saudade do seu toque toda noite.

- Sinto sua falta todas as noites. – Sussurrei. Ele me apertou ainda mais nos seus braços, mas quando chegamos à frente do prédio, ele beijou minha testa e saiu do carro deixando-me sozinha novamente.

Jaime Gandy.

Ficar longe de Isis está acabando comigo aos poucos. Tê-la tão perto e não poder tocá-la, sentir o gosto dos seus lábios, sua língua macia e quente na minha está me deixando louco, e com mais vontade de matar esse estranho desgraçado. Quando Isis disse que eu não era homem para assumir o que realmente queria, eu quase a joguei na parede do meu escritório e a fodi até ela perder a consciência. Estava louco para lhe mostrar o quanto eu poderia ser homem, e o que eu estou disposto a fazer por ela irá trazer consequências para nós dois.

Ontem comecei a colocar meu plano em prática. Tive um jantar íntimo com Estela, é uma amiga de muito tempo. Ela é sadomasoquista, e tivemos muitas noites de sexo violento. Deixamos de nos envolver, mas mantemos uma boa amizade.

Jantamos em um restaurante que nos proporcionava intimidade, e durante nossa conversar contei o que estava acontecendo e que precisaria da sua ajuda, ela topou rapidamente e no final murmurou:

- Você está apaixonado por essa mulher.

- Esse não é o caso, Estela. - Falei e desconversei. Não quero ter que falar de sentimentos nesse momento.

Fiz tudo para parecer que eu queria privacidade, mas na verdade queria que quem estivesse me ameaçando soubesse de tudo, e assim seria todas as noites. Eu iria sair com Estela todas as noites, faríamos pensar que éramos um casal apaixonado, mas na verdade tudo não passava de um plano para manter Isis longe do inimigo, mas se ela descobrisse isso, com certeza me odiaria para sempre. Por isso, eu preciso que minha menina tenha paciência. Eu poderia contar a Isis o que está acontecendo, mas não quero que ela saiba a grande merda que fiz no passado, e que meu egoísmo acabou trazendo a morte de uma pessoa.

Depois de combinar tudo com Estela, fui até o flat. Na hora em que cheguei Isis estava dormindo profundamente, ela dormia abraçada ao travesseiro, sua respiração suave e tranquila. Sentei-me na beira da cama e acariciei seu cabelo, ela gemeu. Seus olhinhos se abriram lentamente.

- Jaime o que faz aqui.

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