No Morro romance Capítulo 17

Gabriela/Gabi - Narrando

Nunca tive uma vida fácil não, desde nova semre tive que batalha por muitas coisas, tenho 22 anos mas parece que eu nunca tive infância, também com os pais que eu tinha, eu sempre fui escravizada e não é sendo dramática, aos 10 anos eu fazia literalmente tudo dentro de casa enquanto minha mãe tava fodendo com alguns machos escrotos por ai, ou até dentro de casa, ela me fez sofrer muito, eu odiava ela por ter desgraçado tanto a minha vida, ela conseguiu acabar com todos os meus sonhos, meu pai ? aquele ali se não tiver morto, tá no caminho, cheirava uma cola que só a porra, igual o pai do meu irmão, parece que a minha mãe só tinha dedo podre, o pai do Danilo era um maconheiro que brotava por aqui de vez em quando, depois que descobriu que minha mãe tava grávida de vez em nunca, foi quando o Danilo nasceu que eu sabia que tinha que dar un jeito para cuidar dele, com 16 anos na cara comecei a ficar com uns homens por dinheiro, minha virgindade tirei com um menino que eu achava que amava mas percebi que todo homem é uma merda, o homem que eu pegava e era certo, era o Lobão, transei umas duas vezes com cobra, e com alguns outros caras, nunca gostei dessa merda não mas fiz o que era preciso pelo Danilo, não me arrependo porque tudo que ele tem, fui eu quen consegui, eu que mesmo sendo chamada de puta na rua nunca abaixei minha cabeça, era um trabalho igual, eu usava meu corpo e não me orgulhava, mas era o que eu tinha. Foi um alívio quando soube que minha mãe tinha morrido, deus me perdoe, mas eu não aguentava mais, isso aqui era um inferno, agora eu e o Danilo vamos viver em paz, eu vou trabalhar certinho, ele vai para escola, eu vou ver se termino o meu terceiro ano quem sabe eu não consiga uma faculdade para dar um futuro que eu não tive pro Danilo.

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- oi meu amor - falo acordando ele de manhã

- bom dia gabi - fala e me dá um sorriso

- vamos se arrumar para creche? - falo a ele que se levanta com um sorriso no rosto, essa creche é minha bênção porque não posso pagar ninguém para olhar o danilo porque ainda nem recebi, mas o dinheiro que lobão me deu, eu quitei os dois meses de aluguel e comprei comida para casa, então não tinha o que reclamar

Faço um sanduíche e um copo de leite para Danilo, e como o meu.

- eu botei teu lanche na bolsa ta? - digo a ele que assenti

Assim que ele termina de comer pego na sua mão e descemos o morro, chegamos na frente da creche, aquela mulher que tava na boca no outro dia tá na porta da creche e paramos próximo a ela

- Tenham um bom dia - dou um beijo na testa dele

- Gabi, me dá dois reais para eu comer coxinha com meus amiguinhos - eu sabia que não tinha dinheiro, só a passagem de hoje e amanhã iria pedir emprestado a nossa vizinha

- Amor, eu não tenho não, mas quando eu receber, a gente vai organizar tudo direitinho e eu te dou dinheiro pra trazer tá certo? - ele assenti mesmo chateado com um sorriso no rosto

- Ei moleque, toma - a mulher da boca dá 20 reais a ele - gasta tudo não visse - ele dá um abraço nela e entra feliz da vida

- tá me seguindo? - pergunto a ela

- não, vim cobrar a diretora dai, o aluguel mas ai vi sua formosura descendo essa ladeira, não podia deixar batido - sinto meu rosto ficando vermelho

- tá parecendo um tomate toda vermelha - ela fala e rir - quer carona ? vou para barra

- não faz mal - economizo uma passagem

Monto em cima da moto e ela logo chega na frente da loja.

- toma - ela me dá um papel - liga para mim quando largar, vou passar o dia por aqui, vai que eu possa te ajudar

- Obrigada mesmo - lanço um sorriso pra mesma e entro na loja

Quem está lá é apenas Júlio, ele é um amor, nunca vi alguém tratar as pessoas tão bem e sempre com um sorriso no rosto, mesmo que esteja triste ou com raiva ele permanece com um sorriso, sou muito grata por toda paciência que ele teve comigo porque fui um pouco lesada na hora de aprender algumas coisas, mas agora é tudo bem mais fácil.

- Bom dia Júlio

- Bom dia moranguinho - ele cismou com esse apelido

- arruma aquelas peças de carnaval, por favor

- arrumo sim, vou só trocar a blusa

Boto a blusa com a logo da loja e vou arrumar as roupas, são cada uma mais linda que a outra

- Bom dia ruiva- Fabrício fala assim que chega

- Bom dia Fabi

Continuo arrumando as coisas quando Maria Ísis e Solange entram e vão sobem direto, sem falar comigo ou com o Fabrício.

Depois de uma hora, atendo 4 clientes de uma vez, enquanto a fila no caixa tá enorme, o movimentk tá grande por conta do carnaval, muita gente querendo fantasia ou biquínis, esses estilos de roupa sai muito.

- tudo certo por aqui ? - Ísis pergunta

- tudo sim, o movimento tá bom

- tá se adaptando ? - pergunta

- Tô sim, é fácil pegar o jeito

- Qualquer dificuldade pode falar com o Júlio

- tá certo, obrigada por essa chance

- quê isso - fala e me lança um sorriso

Termino de atender os clientes e tá na hora do almoço, tava morrendo de fome mas tinha esquecido o almoço e tava sem grana, quando Deus escuta minhas orações e :

- Vamos almoçar galera, por conta da Sol que me deve dinheiro e não pagou até agora - Ísis fala e todo mundo rir

Pegamos nossas bolsas e fomos pro restaurante que tem na esquina, é o mais em conta, o prato do dia sempre gira em torno de 20 ou 30 reais.

- Qual o prato do dia ? - Fabrício pergunta

- Arroz, feijão, bife, verdura e macaxeira frita - o garçom fala

- tá quanto ? - Sol pergunta

- Por 25 reais

- barato, dei 80 num prato com carne seca e sem feijão - Ísis fala - traga 7 do dia

- Para beber ? - Pergunta o garçom

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