Anjo Protetor romance Capítulo 12

Abro os olhos, mas fecho-os na mesma hora, pois a claridade do ambiente fere minhas retinas. Passados alguns segundos, tentando me acostumar à claridade do ambiente, e com uma dor de cabeça poderosa, tento mais uma vez abrir os olhos, dessa vez com sucesso, contudo, na mesma hora, percebo que há uma pessoa na cama ao meu lado. Vejo uma mulher loira completamente nua adormecida, então flashes da noite anterior pipocam em minha mente. Lembro de tê-la trazido para meu quarto, após ter bebido horrores no bar e ficar completamente embriagado. Recordo também de ter transado com ela, sem querer realmente estar com qualquer outra mulher que não fosse a Melanie, mas obrigando-me a ir até o final para tentar tirar seu gosto e cheiro impregnados em mim. Confesso que só fui até o final porque queria provar a mim mesmo que a menina não tinha poder sobre mim e sobre minhas vontades, porém, tenho plena consciência de que só consegui gozar quando sua imagem veio a minha cabeça e seu nome saiu dos meus lábios como um mantra.

Levanto-me e vou até a janela do quarto, que permanece aberta, sendo este o motivo pelo qual o quarto estar totalmente claro. Observo as ruas lá em embaixo, completamente cheias de pessoas indo e vindo. Passo as mãos pelos cabelos soltos e olho mais uma vez para o corpo sobre a cama, fazendo com que me sinta ainda mais miserável do que já estava.

─ Droga! Eu estou fazendo uma merda atrás da outra! Pareço um adolescente idiota que não sabe o que fazer da vida, porque está apaixonado pela primeira vez. Eu não sou nenhum adolescente, tampouco estou apaixonado. ─ Resmungo um palavrão e caminho a passos largos para o banheiro.

***

Estaciono o jipe na frente da cabana com o coração acelerado dentro do peito, apenas com a simples possibilidade de vê-la outra vez.

─ Controle-se, Ethan! Controle-se, cara! ─ Ordeno a mim mesmo e desço do carro tentando não deixar me abalar pelo turbilhão de sensações aflorando dentro do peito.

Abro a porta e, na mesma hora, o perfume dela invade minhas narinas fazendo com que eu feche os olhos para absorver o aroma delicioso e que tem sido meu aroma favorito ultimamente.

Acho estranho o silêncio no ambiente e caminho até a cozinha para ver se Melanie está lá, porém, ao chegar ao ambiente, não há nenhum sinal dela. Ia dando meia volta para procurar no andar de cima, mas algo me chama atenção. Vejo a mesa posta com talheres, pratos e copos bem organizados e um lindo arranjo de flores no centro da bela mesa, deixando-a ainda mais bonita.

Meu coração dá um solavanco por ter noção do significado daquela mesa. Sem perceber, caminho até o fogão, observo várias panelas repletas de comidas deliciosas dentro delas. Passo a mão pelo cabelo, me sentindo ainda mais idiota por constatar que ela preparou um jantar para nós dois e eu, sendo o idiota babaca que sou, saí correndo daqui sem sequer me despedir dela.

─ Eu sou um idiota mesmo! ─ Esmurro a parede ao lado da geladeira e saio da cozinha, indo direto ao andar de cima com a intenção de procurá-la e me desculpar por tê-la deixado esperando, e por minha babaquice de sair sem dizer nada depois do que aconteceu entre nós.

Subo os degraus de dois em dois, indo a passos rápidos. Assim que alcanço o topo da escada, vou até seu quarto abrindo a porta rapidamente quando a alcanço. Quando entro no ambiente, percebo que ela não está em lugar nenhum. Vou até o banheiro e nada dela.

Começo a me desesperar com várias possibilidades passando por minha cabeça. Imagino que a pessoa que a baleou a tenha encontrado, invadido minha casa, e a levado à força, sabe Deus para onde. Outra possibilidade é ela ter se cansado de estar aqui e partido sem mais explicações, o que me deixa preocupado em igual proporção, já que tendo certeza absoluta de que ela não voltaria para o convento, pois lembro-me bem como ela ficou quando mencionei de levá-la para lá quando a encontrei baleada.

Resolvo procurar nos outros cômodos da casa, antes de me desesperar e sair feito um louco procurando-a pela estrada ou no vilarejo. Saio do seu quarto e procuro em toda parte, mas sem sucesso, pois não há nenhum rastro dela em parte alguma da casa.

Quando já estou completamente desesperado e pensando já o pior, ocorre-me que falta procurar em um cômodo: o meu quarto. Com a ideia em mente, vou até lá e, assim que abro a porta do quarto, é como se um peso gigantesco tivesse saído dos meus ombros, pois ela está lá dormindo serenamente em minha cama, sem saber que passei pelo inferno só de imaginar que ela tenha ido para longe de mim.

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