O estrangeiro Capítulo 27

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Charlie apenas respirava fundo enquanto Donna brigava com a mesma. Me deu uma certa pena da menina, que não respondia nada para a mãe. Eu não sabia se ficava contente pela confiança em lavar roupa suja na minha frente ou se ia embora.

"— Você só faz o que quer!", "— daqui há pouco aparece grávida, que deus não permita.", "— não me faça tirar seus privilégios", eram essas as coisas que eu ouvia.

Eu e o pai dela conseguíamos ouvir tudo que Donna falava para Charlie da cozinha. Eu estava extremamente desconfortável com a situação. Tudo isso porque Charlie havia chegado na hora do jantar e com um brinco na orelha.

— Me desculpe por isso, senhor Lins. — Disse o homem envergonhado.

— Não, está tudo bem. Pelo menos ela foi para a cozinha. — Digo seguido de um sorriso fraco. — É sempre assim?

— Não, não sei o que está acontecendo com Donna ultimamente. Vou dar um jeito.

Ele limpa os lábios com o guardanapo e vai em direção a cozinha. Logo eu não ouvia a voz irritante de Donna, meus ouvidos deram graças aos deuses por isso.

Eles voltaram para a mesa e Charlie sentou-se cabisbaixa, parecia envergonhada. Eu estava com pena da mesma, queria abraça-la e tirar aquele rostinho de tristeza dela. Não, eu não iria fazer aquilo, nossa convivência teria quer ser mais restrita.

Com o clima terrível que ficou entre a família, eu me sentia mais incômodo ainda.

— O jantar estava ótimo, eu tenho que estudar agora. — Digo com um sorriso neutro.

— Não vai esperar pela sobremesa? — Donna pergunta.

— O jantar estava ótimo, mas eu tenho que estudar. Obrigado por tudo.

Deixou meu acento e subo para meu quarto. Aquela sala estava com um clima tão pesado que não dava para continuar ali, eu não era obrigado a aturar aquilo.

Sentei em minha cadeira e comecei a revisar as matérias que iriam cair na prova, era a semana final de estudos. Na próxima segunda já seriam as provas, eu estava confiante.

[...]

Acordei com meu celular vibrando, eu havia pegado no sono em minha mesinha de estudos. Levantei cambaleando e caminhei até minha cama, porém, em meio ao silêncio eu ouvia gemidos, não os de prazer e sim dando sinal de que alguém estava chorando. Tentei ignorar colocando os travesseiros em minha cabeça, mas eu já estava envolvido o suficiente para simplesmente dormir.

Levantei de minha cama e fui até a porta, girei a maçaneta lentamente e lá estava o motivo do meu despertar. Charlie sentada nos degraus da escada com a cabeça entre suas pernas, provavelmente era ela quem estava chorando.

A mesma não tinha me visto, então eu tinha a escolha de voltar para minha cama e ignorar ou ir até lá e conversar com ela. Decidi fazer o certo.

Caminhei até a mesma que logo ouviu meus passos e enxugou as lágrimas com rapidez.

— Eu te acordei? — Perguntou limpando os olhos — me desculpe.

Fico de pé em sua frente, ela me olha com aqueles olhos cheios de lágrimas, em seguida desvia, desvia como sempre fazia quando estava com raiva de mim.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Não precisa se incomodar. Não quero que você rompa sua promessa de se afastar de mim.

— Charlie, o que aconteceu? —

Ela não me responde, eu me sento ao seu lado, um degrau acima.

Eu estou aqui, quando quiser falar, fale. — Digo encostando minha cabeça na parede atrás de mim.

Conforme os minutos se passam, ela tirar a cabeça de entre suas pernas e olha para mim com os olhos ainda

— Minha mãe... parece que tudo que eu faço é errado. Eu nem faço mais questão de agradá-la. — Ela diz em meio ao choro. — Talvez eu deva ser uma péssima filha, uma pessoa

— Venha cá. — Eu passo meu braço ao redor de seu pescoço e ela deita a cabeça em meu ombro. Respiro fundo. — Eu pensava a mesma coisa quando tinha a sua idade, e por isso fiz muita coisa errada. Sua mãe te ama, ela quer proteger você, mas acaba exagerando nisso e falando besteiras. Para ela, você continua sendo uma criança, mas nós dois sabemos que você não é tão

quer me prender, isso sim. Não aceita o fato de que eu cresci.

E por isso você vai descartar todas as coisas boas que fez? Não é assim que funciona.

Ela soluçava em meu colo, mas felizmente parou

prometa para mim que não vai mais fazer coisas inconsequentes por causa de sua mãe. ─ Enxugo suas lágrimas com meu polegar. ─ Seu brinco ficou sensacional, apoio que faça mais.

sorriu, mas parecia excitar em me responder, se deu por vencida quando eu à encarei. Aqueles lindos olhos azuis, aquele olhar perdido e cheio de coisas boas, o olhar da

Eu prometo... — disse quase em um sussurro. Meus olhos se perderam nos dela, em meio a escuridão a única coisa que eu conseguia ver era aquele rosto perfeito, cujo a dona era a mulher com quem eu queria me perder cada vez mais e mais. Levei minha mão até seu rosto e ela mordeu o lábio inferior, acariciei aquela pele macia e levantei seu queixo com a ponta dos meus dedos. Umedeci meus lábios, como eu queria beijar aquela boca avermelhada e

nossos rostos, mas eu não a beijei, apenas encostei nossa testa e fechei meus olhos. Se eu abrisse naquele momento, não responderia por

— Não posso... — digo excitando

e vou para meu quarto. Olhei para meu membro e ele não estava duro, então toda aquela tensão me deu medo. Todos aqueles sentimentos, tudo. Eu estava nutrindo sentimentos por ela, essa era a

manhã seguinte, eu estava mais determinado ainda em conseguir aquela bolsa. Sair da pensão era a ideia principal que vinha em

telefone vibrar e vejo que é a chamada dos meus

Querido, quanto tempo. — Disse minha tia com uma voz

Estava ficando preocupado com vocês! Não respondem minhas

passando por momentos complicados. Seu tio esta devastado. — Disse ela com voz

— O que aconteceu?!