O Labirinto de Amor romance Capítulo 52

Se Guilherme realmente gostar desta criança, talvez ficar aqui seja uma opção para mim. Quanto à existência de Lúcia, eu a tenho aguentado há dois anos. Já passaram aqueles dias ruins, então, o futuro pode ser pior com uma criança ao meu lado?

Em comparação com a falta do amor paternal ao bebê, a tristeza que eu sofri parece ser nada.

Mas há algumas coisas que quanto mais profundas são pressionadas, mais dolorosas são quando explodem.

A chuva torrencial não parou nos dias seguintes. Como alguns bairros da Cidade de Rio sempre ficavam inundadas nessa época do ano, a empresa permitia que os funcionários saíssem mais cedo do trabalho por humanidade.

Sabendo que Guilherme não ia voltar à mansão porque não ia deixar Lúcia, que tinha medo de trovões, sozinha, eu também não voltei à mansão. No Apartamento Prudente, pelo menos Esther podia me fazer companhia.

Esther parecia ter parado de ir ao bar e começou a ficar em casa todos os dias estudando culinária, e com ela, minha vida correu de forma mais ou menos satisfatória.

No entanto, o espírito de uma pessoa pode ser afetado depois de certas coisas serem compreendidas. Não esperava mais que Guilherme me visitasse, mas de vez em quando eu entrava em um estado de atordoamento quando estava sozinha.

Às vezes eu me sentia muito má depois de me manter sentada por um longo tempo. Vinícius me deu muitos remédios e me disse para eu tomar na hora certa, mas eu sempre me esquecia de tomar sem o lembrete de Esther.

A forte chuva, que tinha durado uma semana, finalmente parou e o sol começou a brilhar na Cidade de Rio.

A auditoria para o Grupo Nexia começou como prevista e eu comecei o negócio da Galáxia. Esther disse que queria fazer uma viagem sozinha por alguns dias.

Eu sabia que ela tinha acumulado muitas coisas em seu coração. Em relação à questão do metanfetamina azul, se Bento Vieira não a tivesse ajudado, ela teria sido condenada à mais de dez anos.

Ela tinha acumulado ressentimentos em seu coração, mas só conseguia mantê-los dentro de si. Mesmo que soubesse que era Lúcia que tinha feito isso, não poderia mudar nada. Com a proteção dada por Guilherme, ela não tinha medo de ninguém.

Esther se sentia tão triste que eu pude a entender quando ela disse que queria sair para fazer uma viagem.

Era natural que eu não pudesse morar no Apartamento Prudente após a saída de Esther. Voltei à mansão, onde pelo menos Joana podia me acompanhar para eu não ficar tão entristecida.

Acabando os assuntos da empresa, eu fui de carro em direção da mansão. Inesperadamente, Lúcia apareceu na porta da mansão.

Com um vestido azul, ela estava de pé ao lado do jipe preto de Guilherme. Sua figura esguia era tão bonita que parecia ser uma pintura ao pôr do sol.

- Tão bonita! - Não podia deixar de pensar para mim mesma.

Mas alguma parte do meu coração começou a rachar, até que se formasse um grande buraco sangrento, que se enchia de fúria e ressentimento aprisionado.

Eu pisei no acelerador quando eu deveria ter diminuído a velocidade. Dirigi o carro na direção de Lúcia e em apenas alguns segundos, eu expus toda a feiúra que eu tinha escondido em meu coração.

Pensei que quando Lúcia estivesse morta, eu não teria que suportar isso. Assim, não precisaria me preocupar quando Guilherme voltaria e quando ele partiria de novo sem aviso prévio.

No momento em que o carro correu em sua direção, eu realmente queria que ela morresse.

Guilherme apareceu e ficou de pé na frente de Lúcia, com seu rosto elegante que parecia muito frio.

Pisei no freio de imediato, em um estado de confusão. Na verdade, eu queria matar Lúcia...

Um momento depois, Guilherme me puxou para fora do carro. Seu olhar ficou frio e sombrio:

- Kaira, o que você está fazendo?

Eu desmaiei sem controle. Ainda zangado, ele foi tão rápido que me pegou em seus braços.

Depois de muito tempo, eu olhei para ele, com os olhos cheios de lágrimas:

- Guilherme, deixe-a sair daqui, está bem?

Apertando a sua mão fria, eu soluçei:

- Guilherme, eu realmente te amo mais do que você pensa. Não me intimide e nem a deixe aparecer aqui de novo, eu realmente vou matá-la.

Sim, nesse momento eu não queria suprimir minhas emoções de modo nenhum. Eu queria, sem nenhuma reserva, mostrar tudo para que Guilherme visse, inclusive minha crueldade, meu egoísmo, tudo para que ele visse.

Apertando os lábios, eu e Guilherme olhamos um para o outro. Ele soltou, de forma inconsciente, a mão com a qual me pegou, e segurou meu rosto com uma mão, com ponta do seu nariz contra a minha. Eu senti um cheiro familiar e um pouco agressivo vindo na minha direção. Ele disse em voz rouca:

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