O Sheikh e Eu(Completo) romance Capítulo 48

– Agnes, eu... – Começa Seth e eu sei que ele está prestes a dizer alguma daquelas frases de desculpas que se costuma ouvir em filmes. Mas eu não estou com cabeça com isso. E já não me preocupo mais com ele. Toda a minha atenção, todo o meu foco é para Sophia.

– Você está me vendo sem véu. – Começa Nadirah com uma voz anasalada terrível tentando cobrir os cabelos. – Isso é inapropriado se você não for casar comigo. – Começa ela e eu apenas reviro os olhos, porque aquilo tinha muito cheiro de armação para ficar com Seth. Mas não me importo. Eu só preciso seguir para o meu quarto. E é o que começo a fazer.

Quando já estou começando a subir a escada, percebo que Seth me puxa pelo pulso, para voltar a olhá-lo. Ele não percebe que não ligo para isso. E que, de verdade, não me importo. Que ele namore, noive e case com Nadirah. Ela é do mundo dele. Eu não sou. Eu estou aqui e preciso me importar com o que é realmente importante: Minha irmã.

– Ag., você sabe que foi armação não é? – A voz de Seth é de aflição. Sua voz só faz um zumbido no meu ouvido que estou impaciente para subir e arrumar minhas coisas. Não quero ouvir palavras e desculpas. Ele não precisa dar nada disso para mim. Essa é a verdade. Eu só quero subir e ir embora logo, porque... Porque Sophia pode não sobreviver. Pensar nisso só faz as lágrimas se aglomerarem de novo.

– Seth, eu não estou nem aí para isso. – Respondo e o faço arregalar os olhos completamente tomado de susto. – Eu não ligo para com quem você fica ou quem você quer casar. Sinceramente, eu só preciso ir. Eu só preciso ver Soph. E peço para que você pare de me encher, porque eu preciso ir... – Respondo já sentindo minha voz falhar. Não espero por uma resposta. Não quero explicar nada a ele, não quero que ele me explique nada. Uma hora, Zilena deve contar para todos os empregados e inclusive para seu filho. Por ora, só quero me manter em paz enquanto corro para vê-la.

Subo correndo para o meu quarto e deixo um Seth abismado parado na escada perdendo-se dentro de seus monstros interiores. Karen já parece saber o que está acontecendo, já que me ajuda a arrumar rapidamente uma mala para eu passar algum tempo no Brasil. Sinto que estou com lágrimas no rosto novamente e limpo com o dorso da mão enquanto agradeço pela paciência de Karen e por ela não me pressionar em nenhum momento para falar nada. Ela só me ajuda. Só permite que eu arrume as coisas em silêncio e eu sou mais que grata por isso.

No fim, quando consigo fechar a mala sem nenhuma delicadeza, ela faz uma careta que parece de piedade e eu a abraço apertando como uma forma de agradecer por tudo o que ela fez por mim. Por ser minha amiga. Guardarei muitos amigos até voltar e Karen parece concordar comigo ao me dizer:

– Me mantenha informada de tudo, Ag. – E eu apenas assinto, sem saber exatamente o que dizer. Palavras não são necessárias. Aparentemente, a nossa amizade vai muito além disso, já que conseguimos completar as palavras não ditas apenas com o olhar. E eu agradeço muito a Karen por isso.

Quando estou a sair do quarto, dou um abraço em Sahir que está ali para dizer que vai me esperar e aceno para os outros, porque logo voltarei e logo nos encontraremos novamente. Não quero ficar muito tempo na mansão. Na verdade, nem posso. Estou correndo contra o tempo, pois sei que minha irmã está lá... E eu aqui...

De fato, Zilena agilizou tudo e eu nem sei o que dizer. Entro no carro que me levará até a pista de pouso e me mantenho calada mesmo quando sento no banco no jatinho e espero a sua decolagem. Sinto que uma hora não vou aguentar e vou me desfazer em lágrimas. Sinto como se fosse uma despedida da mansão, ainda que eu saiba que não é. Ou pelo menos acredito que não, pois se minha irmã morrer...

Bem, eu não voltarei para cá. Não haverá mais razão para a distância.

Fechei os meus olhos tentando controlar a onda de sentimentos que parece padecer na minha alma. Eu preciso ser forte. Pela minha irmã. Preciso aguentar a dor e preciso ser forte para minha mãe também, que nunca foi muito forte. E que precisa de mim. Sim, ela precisa da sua outra filha perto dela.

Não sei exatamente quando o avião começa a plainar no ar, pois estou entre o dormir e o acordar. Estou com os olhos fechados e o rosto molhado pelas lágrimas. Fico a pensar em como tudo foi correndo e em como agora estou indo para França. Acabo dormindo em algum desses momentos.

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