Por Você romance Capítulo 9

Luís Renato

— Bando de gente incompetente! — esbravejo enquanto caminho de volta para a minha sala, sobre os olhares atentos e curiosos dos meus funcionários. Dou de ombros. Eu simplesmente odeio pessoas que não têm pontualidade e nem compromisso com o seu trabalho. Odeio ainda mais quando não conseguem fazer as suas tarefas direito. Não deve ser tão difícil fazer as coisas do jeito que eu peço. — Está cada vez mais difícil encontrar uma secretária pontual e competente — resmungo para o meu sócio. Essa já é a quarta que dispenso em menos de quinze dias, que saco! Penso ainda mais irritado. — Tive que demitir mais uma secretária hoje, acredita? Depois do terceiro dia chegando com pelo menos meia hora de atraso. E hoje o seu descaso com o trabalho foi a gota d'água — digo parando de frente para a minha mesa e encaro o Marcos sentado na minha cadeira.

— Ih! Dia difícil hoje, mano? — Se levanta fazendo uma cara sacana e segura um sorriso sínico. Acredite, às vezes tenho vontade de esmurrar essa cara de babaca que ele tem.

— Põe difícil nisso! — digo seco, me acomodando em minha cadeira. Esfrego meu rosto com as mãos, um claro sinal da minha impaciência, enquanto ele se senta na cadeira a minha frente.

— Acredita que a m*****a além de chegar atrasada, imprimiu as cópias erradas para a minha reunião com os membros da diretoria? Caralho! Tive que cancelar a porra da reunião! Não sabia onde enfiar a minha cara! — cuspo as palavras. — Detesto quando as coisas não saem do jeito que eu havia planejado!

— Cara, você precisa fazer sexo, sabia? Sei lá, para ver se diminui esse seu mau-humor canino — Marcos diz sério, mas com ar de deboche. — Cacete, Luís! Em apenas quinze dias você já trocou de secretária quatro vezes, cara! Fala sério! — resmunga com a cara amarrada, deixando-me ainda mais puto da vida. Praticamente o fuzilo com os olhos.

— Veio aqui para tirar uma com a minha cara, Marcos? — pergunto, segurando o impulso de expulsá-lo da minha sala. — Não estou com paciência e nem humor para as suas tolices! Você não tem nada pra fazer, não? — rosno no meu limite da impaciência Ele ergue as mãos em sinal de paz, levantando-se em seguida e dando alguns passos para trás.

— Tenho! Mais cinco entrevistas para encontrar sua próxima vítima. — sibila abrindo um sorriso escroto e gira nos próprios calcanhares para sair da minha sala. Mas antes que ele chegue à porta, eu falo.

— Deixa que eu mesmo faço essas entrevistas, Marcos. — Ele para bruscamente no meio do caminho e me encara com espanto. — Penso que você é que não está sabendo escolher a candidata certa para esse trabalho. — Marcos engole o sorriso debochado e arqueia as sobrancelhas para mim.

— Está falando sério? — indaga incrédulo. — Você vai mesmo encarar aquelas cinco garotas lindas e gostosas na sala de reunião e fazer as entrevistas pessoalmente? — Agora sou eu que arqueio as sobrancelhas para ele. Marcos sabe o quanto odeio fazer esse tipo de entrevista, mas eu preciso resolver isso quanto antes. Então encaro os olhos escuros em desafio.

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