O Vício de Amor romance Capítulo 230

Durante os dias em que Natália foi “isolada” no quintal traseiro, as duas crianças quase ficaram acostumadas com a vida aqui e sempre passeavam pela aldeia depois de comer. Com as paisagens bonitas e ar fresco, eles experimentavam a vida rural como se estivessem viajando.

Ontem, Mariana ouviu uma dona idosa dizer que na montanha de oeste havia caquis, que estavam maduros nesta estação. A menina foi atraída. Apesar de ter provado todos os frutos, ainda não os pegou na montanha. Ela achou curioso e insistiu que Jorge a levasse para lá.

Jorge quase nunca recusou os pedidos da filha. Depois de comer de manhã cedo, ele levou as duas crianças e os guarda-costas à montanha. Vanderlei também os acompanhou, enquanto Marcelo e Renata ficaram na casa.

Luiz também não foi à montanha por ter problemas em pernas.

Quando Natália saiu pela porta de trás, o quintal frontal estava vazio sem ninguém. Luiz foi tratar dos negócios da empresa, enquanto Marcelo estava conquistando Renata. Nesse momento, ele pegou um punhado de crisântemos silvestres. Renata estava agachada à beira do rio lavando as roupas de duas crianças. A água era limpa, só que estava um pouco fria nesta estação. Porém, as condições daqui não permitiram o uso de máquinas de lavar. Tinha que lavar com as mãos.

Marcelo esticou a cabeça por trás dela clandestinamente e entregou as flores para a frente dela:

- Cheire. São aromáticas?

Renata disparou um olhar irritado a ele:

- Saia. Não viu que eu estou lavando roupas? - Ela percorreu o olhar para ele e zombou:

- Crisântemos? Quer tanto que eu morra?

Normalmente, as flores mais desejadas pelas moças são rosas, lírios, entre outras flores com um significado romântico. Ela nunca recebeu crisântemos como presente.

Marcelo abaixou a cabeça frustradamente, olhando os crisântemos roxos e rosados. Ele piscou os olhos: “são bonitos né?” Nesta montanha e nesta estação, existiam apenas essas flores.

- Eu não quero amaldiçoar você. - Marcelo se sentiu injustiçado, pois realmente não teve essa intenção.

Irritado, ele jogou os crisântemos ao rio, lhe adicionando umas cores vivas.

- Marcelo, que façanha você fez? - Renata franziu as sobrancelhas e apontou o rio.

- Você até jogou lixo na água tão limpa. Não é poluidor?

Marcelo ficou sem palavras.

“Caramba.”

Por que tudo que ele fez é errado?

O que faz mal umas flores, que não são lixos prejudicais?

- Pegue de volta - Renata pregou os olhos nele. Marcelo ficou boquiaberto: “Mandou para as colher?”

Como fazer a coleção?

Já fluíram com a água.

O olhar dele pausou nas mãos dela inadvertidamente. As mãos dela ficaram vermelhas por causa da água fria. Marcelo só ficou a saber quão fria quando pegou a mão dela:

- Deixe eu aquecer suas mãos.

Renata recusou:

- Pare de desviar o tópico. Quem precisa do seu serviço?

Marcelo estava parado na pedra à beira do rio. Com o movimento exagerado de Renata, os pés escorregaram e ele caiu no rio. Com um grande respingo, Renata também foi atingida por água.

Renata só queria evitar o toque dele, não quis empurrá-lo ao rio. Já no inverno, a água estava bastante gélida.

Subindo à tona, Marcelo tremeu e fez muitos arrepios por causa de frio. Ele gritou a Renata:

- Você quer matar seu namorado?

Que frio!

Originalmente, Renata se sentiu culpada, mas ao ouvir as palavras dele, diminuiu-se muito a sensação culpada:

- Marcelo, pare com isso! Só estamos fingindo o namoro, sabe? Quando voltarmos, vamo-nos separar e jamais teremos relacionamento, entendeu?

Marcelo nadou para a costa. De braços cruzados, ele descobriu que ficou mais frio no vento depois de subir à costa. Atchim! Atchim!

Ele cobriu o nariz e a boca e fungou:

- Renata, você tirou vantagem de mim e deve responsabilizar por isso!

Renata ficou irritada:

- Marcelo, como você pode ficar tão descarado? - Pela primeira vez Renata viu um canalha tão desavergonhado.

- Não me importo...

- O que estão fazendo? - Natália viu a briga deles quando os encontrou. Marcelo não ia pegar resfriado com todo o corpo encharcado?

Renata e Marcelo viraram a cabeça ao mesmo tempo, viram Natália de perto e disseram simultaneamente:

- Você saiu...

Os dois tinham telepatia, dizendo as mesmas palavras e se entreolhando. Renata encolheu o olhar primeiro e avançou a Natália:

- Natália.

Natália respondeu mas não desviou o olhar de Marcelo:

- Tomou um banho no rio?

Atchim! Atchim! Curvando a cintura, Marcelo quase morreu de frio. Tomar banho? Ele foi louco?

- Volto primeiro. - Ele não podia suportar mais, senão ia pegar resfriado.

Natália disparou um olhar curioso a Renata:

- Vocês brigaram?

Renata não parou de abanar a cabeça:

- Não, não. Ele escorregou por descautela e caiu na água.

Natália podia enxergar que Renata mentiu, mas ela fez uma outra pergunta ao invés de insistir nesse tópico:

- Onde estão Teteu e Mari?

- O Presidente Marchetti os levou à montanha para pegar caquis - respondeu Renata.

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