Nosso Passado romance Capítulo 59

Parte 6...

— O seu problema é que tem raiva da minha família e ainda as culpa por terem me mostrado o que seu interesse ganancioso estava fazendo comigo.

— Bem... - ela abriu os braços e soltou um suspiro cansado — Se é assim que pensa, melhor acabar com essa conversa por aqui, pois está pra lá de repetitivo e isso me cansa.

— Você só quer na verdade que eu fique implorando por sua atenção - ele levantou — Até parece que alguma vez na vida você já foi a um evento como esse. Não é para gente de classe baixa.

Ela riu de modo insolente. Já tinha ido a vários e ela mesma já organizara alguns em sua propriedade para arrecadar fundos para entidades que prestavam ajuda a pessoas e animais. Ela mesma era madrinha de duas ongs de ajuda animal.

— Ah... Você como sempre tirando conclusões precipitadas - enrijeceu — Não me conhece de verdade. Nunca quis conhecer.

— Não sei porque você continua com isso de orgulho ferido - riu zombando — No fundo é só uma caçadora de ouro como as outras. Pelo menos elas não se fazem de santinhas - a insultou — E você é como minha mãe diz. Uma qualquer.

— Vá embora! - gritou ofendida — Saia daqui!

Ele viu em seus olhos que conseguira machucar seu ego e não parou.

— É melhor mesmo você não ir. Não seria bom passar vergonha ao lado de uma mulher que não deve nem saber segurar o garfo direito. Duvido que no meio em que vive, saiba as regras básicas de etiqueta.

Anelise ficou vermelha de ódio. Chegou a pensar em lhe dar um tapa na cara pela ousadia e tremeu.

— Vou lhe mostrar onde pode enfiar um garfo agora, se não for embora - apertou os dedos.

Ele deu uma risadinha cínica e saiu.

Do lado de fora ele parou e puxou o ar fundo, esfregando o rosto com força, a raiva enchendo seu peito. Mas era raiva dele mesmo e não dela. Ele sabia que tinha perdido o controle, tanto ou mais do que ela, só que queria que ela se sentisse mal por negar esse prazer de novo e a fez se sentir como uma vagabunda.

Era um inferno esse desejo por ela que não passava nunca. Após o que ela lhe fez, ela a perdoara só para tê-la ao seu lado novamente.

Já sabia que não poderia ter sorte no amor, aprendera desde pequeno vendo as constantes brigas dos pais por causa das traições. Tendo o sangue do pai ele só podia ir no mesmo caminho.

Entrou no carro e foi para casa, pensando em como ele enlouquecia por causa de Anelise. Todos os seus sentimentos eram exagerados com relação a ela. Desde a primeira vez até agora, ela conseguia tirar o seu melhor e o seu pior.

Eram perfeitos juntos. Se ao menos ela não o tivesse traído e quebrado seu coração em vários pedaços.

Não era um fraco, mas sentiu que precisava chorar e isso ele só faria em seu quarto, sem testemunhas. Depois de dez anos ela voltava para sua vida e agora iria perdê-la de novo. Ele sentia isso.

Anelise não queria ficar com ele apenas por ficar, sem compromisso, sem o passado. E ela repetia que iria embora. O qu faria quando ela se fosse? Ele não tinha como segurá-la agora, assim como não teve antes. Estaria condenado a viver com o coração ferido.

No calor de sua cama ele se sentia agoniado. Anelise insistia em culpar sua mãe e sua irmã pelo erro dela. Elas não tinham culpa. Márcia era egoísta e mimada, mas não faria nada para magoá-lo e sua mãe tinha muitos defeitos, mas era louca por ele e jamais faria algo assim que fosse machucá-lo tanto. Anelise só queria um culpado pelos seus atos e usou as duas porque foram elas quem abriram seus olhos.

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