Procura-se um pai romance Capítulo 4

Conforme fomos entrando na pequena cidade, percebia-se que era bem antiga. As crianças corriam pela praça, as senhoras tricotavam na calçada e todos os moradores se cumprimentavam. Era impossível não se conhecer por ali.

Sinto um frio correr pela minha espinha por lembrar de cidade pequena tinha língua grande.

- Já estão enfeitando. - Marco observou e eu sorri afirmando.

Era normal eles enfeitarem a cidade, levavam bem a sério datas comemorativas e todos os vizinhos se ajudavam para poder ter um ambiente colorido e animado.

Nas noites de Natal, após a ceia, todos se reuniam na praça para uma confraternização.

- O que vamos dizer aos seus pais? - Ele pergunta quando puxo o freio de mão.

- Não sei. Vamos ter que improvisar.

- Não sou bom com improviso. - Pude notar seu rosto ficando branco.

- Nós nos conhecemos pela Gabi, nos apaixonamos e descobrimos que íamos ser papais. - Apertava o volante, como se ele fosse me tirar dali.

- Você está nervosa, não é? - Pousou a mão quente na minha coxa, para me confortar.

Sua mão é grande e cobre grande parte dela, e aquece também. Todo o meu corpo aqueceu.

Os olhos castanhos encaravam os meus como se quisesse ver o fundo da minha alma, e eu observava cada detalhe do seu rosto, estava curiosa desde que o vi hoje mais cedo para procurar um defeito. Não encontrei.

Estava tão bom ali, mas uma coisa roubou toda a minha atenção.

Meus pais vestidos de duendes do papai-noel acenando da porta de casa.

A única coisa que separava era um gramado bem cuidado, logo como escadas da varanda, e lá comprados eles ...

- Minha menina! - Meu pai me abraçou quando nos aproximamos, senti o cheiro de roupa nova saindo de sua fantasia fofinha e verde, misturado com o cheiro de casa.

- Olá, você é o namorado dela? - Mamãe perguntou ao Marco que sorria amável após um abraço. - Diz que sim por favor, todo Natal ela vem sozinha. - Começou a tagarelar antes dele responder.

Papai vira os olhos e estica a mão para o Marco.

- Hugo. - Cumprimenta com a voz grossa.

- Marco, prazer. - Aperta a mão dele.

- Está namorando a minha filha? - Cruza os braços, quem vê pensa que ele é durão.

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